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Exemplos de integração
A matéria de capa desta edição aborda um tema importante, diretamente relacionado à rica diversidade da sociedade brasileira. Há um século, chegavam ao Brasil os primeiros imigrantes japoneses, que logo de início tiveram de enfrentar dificuldades de toda ordem. A começar pela língua, que praticamente tornava impossível a comunicação, passando pela alimentação, pelos hábitos e até pelo estranhamento causado por suas feições. Ingênuos, foram alvo tanto daqueles que viam na indústria da imigração um meio de enriquecimento fácil quanto de fazendeiros inescrupulosos, que os exploravam nas plantações de café.
Com a eclosão da 2ª Guerra Mundial, a situação, que àquela altura já era melhor, voltou a se deteriorar. Graças à sua tenacidade de caráter, porém, aquela gente superou os obstáculos e agora se encontra completamente integrada à vida do país, contribuindo para enriquecer diversas áreas do conhecimento, assim como para dinamizar os mais diferentes setores da economia nacional. Hoje, o Brasil se orgulha de abrigar a maior colônia japonesa do mundo.
Duas outras reportagens trazem assuntos que guardam certa similaridade entre si. Uma delas mostra que governo e empresários brasileiros se empenham para ampliar seus espaços de atuação na África. Apesar das ligações históricas com o continente africano, o Brasil ainda tem uma presença que pode ser considerada tímida naquele mercado, caracterizado por carências extremas.
A outra matéria fala das empresas nacionais que, a exemplo da Petrobras, vêm desenvolvendo projetos de internacionalização. Para a maioria delas, essa estratégia tem se mostrado a melhor maneira de enfrentar a acirrada concorrência decorrente da globalização.
Na área do esporte, um registro que não poderia ficar fora destas páginas é a passagem dos 50 anos da primeira conquista brasileira da Copa do Mundo de Futebol. Ao longo dessas cinco décadas, o país revelou-se um grande celeiro de craques, tanto que nos tornamos, até agora, os únicos pentacampeões mundiais. Ao mesmo tempo, lamentavelmente, o que se viu foi a transformação desse esporte em fonte de corrupção e de desrespeito ao torcedor.
Abram Szajman
Presidente da Federação e Centro do Comércio do Estado de São Paulo
e dos Conselhos Regionais do Sesc e do Senac