Intolerância:
pode estar bem ali, pode ser bem isso aqui

A cultura e a intolerância foram debatidas em seminário realizado
no Sesc Vila Mariana durante o mês de novembro. Paralelamente à
programação, o CineSesc exibiu títulos que mostram
as diversas formas de intolerância. Os filmes apresentados - Kadosh
(foto), do israelense Amos Gitai; Um Dia Muito Especial, do italiano Etore
Scola; O Gosto dos Outros, da francesa Agnés Jaoui; e O Filho, dos
belgas Jean Luc e Pierre Dardenne - trazem histórias cujos personagens
são vítimas de preconceito e desrespeito e, inevitavelmente,
de intolerância, seja ela caracterizada por sutis ou violentas aitudes.
Somos
todos irmãos. Eu, irmão de um turco?
O filósofo iluminista francês Voltaire, em Tratado da Tolerância
Cyrano de Be...
...rinjela!
Este foi o nome escolhido para levar ao público infanto-juvenil
a peça Cyrano de Bergerac, do francês Edmond Rostand, em
cartaz no Sesc Belenzinho até 28 de dezembro. Na versão
brasileira - escrita por Gustavo Bicalho e dirigida por Henrique Gonçalves
e Paulo Rabello -, o espetáculo é narrado por três
mercadores que contam ao público as desventuras amorosas do triste
poeta narigudo Cyrano de Berinjela, apaixonado por sua prima Rosa.
Meu Brasil brasileiro
De
1º a 7 de novembro, quando se comemorou o centenário de nascimento
do compositor Ary Barroso, o Sesc Santo André prestou homenagem
ao músico que tanto reverenciou o Brasil. Uma série de espetáculos
e oficinas relembrou seus 50 anos de carreira. Ary foi uma das maiores
estrelas da chamada Era de Ouro da MPB - que cobre as décadas de
1930 e 1940. É de sua autoria Aquarela do Brasil (1939), considerada
o hino brasileiro não oficial.
Ribeirão-pretano
O
diretor regional do Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda, recebeu
em novembro, no Plenário da Câmara Municipal de Ribeirão
Preto (na foto), o título de Cidadão Ribeirão-pretano.
A comenda, uma iniciativa do vereador Donizeti de Carvalho Rosa, deve-se
à significativa contribuição do homenageado ao desenvolvimento
sociocultural do País, à frente de organismos nacionais
e internacionais, no âmbito da cultura e do bem-estar social.
Instrumental à brasileira
O
músico gaúcho Yamandu Costa apresentou-se no Sesc São
Caetano com o repertório de seu primeiro CD, no qual exibe composições
e arranjos próprios, além de dividir algumas canções
com grandes artistas da música instrumental brasileira, como Armandinho
e Maurício Carrilho. Aos 23 anos, Yamandu destaca-se desde já
como um dos grandes músicos contemporâneos.
A
primeira vez que li um texto sobre arte contemporânea, pensei: vou
embora daqui, quero participar desse mundo.
Ferreira Gullar, poeta, que teve sua obra homenageada no projeto Trovas
e Canções, do Sesc Pompéia. Nascido no Maranhão,
o artista deixou a cidade de São Luís em 1951 para estudar
no Rio de Janeiro
Clássicos, por Rosselini
Considerado
um dos maiores cineastas italianos, o diretor e roteirista Roberto Rosselini
(1906-1977) foi homenageado em algumas salas de cinema de São Paulo,
entre elas, o CineSesc. De 7 a 13 de novembro, os paulistanos puderam
rever grandes obras como Sócrates (1970), De Crápula a Herói
(1959), Viagem à Itália (1953) e o clássico Roma,
Cidade Aberta (1945). Foi a chance também de rever a bela atriz
Ingrid Bergman, mulher de Rosselini e uma das maiores estrelas do cinema
entre as décadas de 1940 e 1960.
Prova Contrária
Ana é uma professora de quarenta e poucos anos, ex-militante política
e que perdeu o marido, Wilson, desaparecido depois do golpe militar de
1964. Com o dinheiro recebido pela indenização do governo
a familiares de vítimas do regime político, ela compra uma
casa. Só que no dia da mudança, ela recebe uma visita. A
partir daí, tudo muda. Escrita por Fernando Bonassi e dirigida
por Debora Dubois, o espetáculo Prova Contrária possui uma
trama permeada por ressentimentos, fantasias e recordações
que levam os personagens a reavaliar o que fizeram de suas vidas e o que
foi feito do país pelo qual lutaram.
Literário
O
projeto Horizontes Literários, do Sesc Carmo, recebeu em novembro
o escritor José Roberto Torero. Também roteirista (Retrato
Falado, do Fantástico) e jornalista esportivo, Torero falou sobre
sua obra e sua paixão pelo futebol, já registrada em dois
de seus livros: Dicionário Santista e Uma História de Futebol.
Este virou curta-metragem e disputou o Oscar 2001.
Lembrar,
evocar e refazer o passado no presente. Agindo, transformando e revisitando
manifestações culturais que carregam seu passado. Queremos
encontrar, re-atualizar e comunicar esse passado à sociedade por
meio da arte contemporânea. Dança, música e artes
plásticas foram utilizadas como linguagens para essa pesquisa criativa.
Lu Favoreto, diretora do espetáculo Trapiche, em cartaz no Sesc
Consolação, que faz parte do projeto Maruja
Em
março de 1990, Collor e seu fiel escudeiro Ipojuca Pontes transformaram
o cinema brasileiro num pesadelo. Meus projetos foram por água
abaixo, me vi sem um tostão e tive que procurar emprego. Foi o
jornalismo que me fez voltar a comer em 1991. E eu tenho que agradecer
pela descoberta dessa vocação oculta em mim.
Arnaldo Jabor, diretor de Tudo Bem (foto), filme exibido no projeto Falando
de Brasil pelo Cinema, do Sesc Ipiranga.
Aqueles
que imaginarem que nada mais precisam aprender ou, pior ainda, não
têm mais idade para aprender estão se enclausurando dentro
de um limite que desumaniza e, ao mesmo tempo, torna frágil a principal
habilidade humana: a audácia de escapar daquilo que parece não
ter saída.
Mário Sérgio Cortella, professor de pós-graduação
em Educação na PUC-SP, que participou do XV Encontro Nacional
de Recreação e Lazer, no Sesc Santo André, no texto
A Idade do Saber.
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