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Almanaque Paulistano

Almanaque Paulistano

São Paulo, feia? Nenhuma cidade pode ser feia. É impossível essa idéia. A cidade é uma construção para tornar a natureza habitável, por isso ela é, e sempre foi, monumental. Sejam as pequenas aldeias do neolítico, construídas com pedra e lama, ou as sofisticadas construções de concreto e aço que temos hoje, ela é sempre a máxima expressão da inteligência humana. A cidade não é natural, é uma novidade no universo. Nunca se imaginou que isso pudesse existir, fomos nós que a inventamos. Naturalmente aparecem críticas sobre a cidade. Por vezes ela contraria os desejos do homem. São Paulo, por exemplo, possui muitas dessas contrariedades. Mas no horizonte desse conceito, é interessante perceber que podemos, sim, realizá-lo de modo a atingir nossos ideais. Tal como uma ponte. Se ela cair, temos de reconstruí-la, verificar onde estava o erro. A cidade é sempre uma experiência e uma esperança. Portanto, a cidade pode ser o que quisermos, eis a grande expectativa.
Paulo Mendes da Rocha, arquiteto



Vistas Contemporâneas



Espirituosamente apelidado de Deixa-que-eu-empurro, o Monumento às Bandeiras é a obra mais conhecida do escultor Victor Brecheret (1894-1955). Inaugurado em 25 de janeiro de 1953, na praça Armando Salles de Oliveira durante as comemorações do 399º aniversário da cidade, ele demorou trinta anos para ficar pronto. A idéia para sua criação surgiu em 1921, mas só começou a sair do papel em 1936. Desde então passou por inúmeros impasses entre as administrações da cidade até ser entregue aos paulistanos. Com 12 metros de altura, 50 de extensão e 15 de largura, representa uma expedição bandeirante desbravando as inóspitas matas paulistas no século XVIII. A obra foi instalada no sentido de entrada dos bandeirantes pelo interior, no eixo sudeste-noroeste. Um ano após sua inauguração, o Parque do Ibirapuera, localizado em frente ao monumento, foi entregue à cidade, contribuindo para que a obra de Brecheret se tornasse um dos pontos mais conhecidos de São Paulo.