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Volver a la Violeta

Foto: Rodrigo Fernandez - CC 4.0
Foto: Rodrigo Fernandez - CC 4.0

Cinquenta e um anos após a sua morte, Violeta Parra continua sendo uma das compositoras latinas mais importantes de todos os tempos e em fevereiro sua obra será revisitada em uma série de atividades.

Desde a sua colonização no século XV, o continente americano tenta construir sua identidade.
Primeiro, foram os europeus que chegaram e trouxeram seus costumes e suas crenças. Depois, o imperialismo da América do norte nos impôs sua cultura, suas marcas e fez com que nossas tradições dessem lugar ao desejo pelo “America way of life”.
Perdemos até a condição de “Americanos”.
Isso sem falar em regimes ditatoriais que ceifaram vidas, censuraram obras e calaram artistas das mais variadas linguagens.

Mesmo assim, de tempos em tempos surgem movimentos e manifestações culturais que tentam resgatar essas tradições e dar uma “cara” ao continente.
E suas lideranças, geralmente, são figuras masculinas. Salvo raras excessões - como o da artista chilena Violeta Parra.

Violeta del Carmen Parra Sandoval nasceu em San Carlos, uma comuna da província de Ñuble, na Região de Biobío no Chile, em outubro de 1917.
Filha de um professor de música e de uma camponesa, começou a compor muito jovem. E aos 17 anos largou a escola para cantar ritmos tradicionais andinos e mexicanos com os irmãos em escolas e circos. A experiência tocando na noite serviu para que ela se consolidasse como cantora e folclirista.
Inquieta, passou a pesquisar ritmos, danças e canções populares chilenas, tendo catalogado cerca de 3 mil canções. Algumas chegaram a ser publicadas no livro "Cantos folclóricos chilenos" e no disco "Cantos Campesinos”.
Além disso, atuou como radialista (criando programas de música folclórica, como o “Canta Violeta Parra”), produziu uma série de discos de música folclórica ("El Folklore de Chile", lançado pela Odeon) e fundou o Museu Nacional de Arte Folclórica Chilena.

E suas criações foram muito além da música: Violeta obteve sucesso também nas artes plásticas, tendo sido a primeira artista latino-americana a ter uma exposição individual no Museu do Louvre, em Paris.

Antes de falecer (ela cometeu suicídio em 1947, aos 49 anos), ainda fundou o Peña de los Parra, um híbrido de Centro Cultural e bar, onde era possível beber um Cabernet Sauvignon e ouvir boa música.

Passados 51 anos da sua morte, Violeta é lembrada como a mãe da Nova Canção Chilena e suas músicas embalaram o espirito revolucionário dos jovens de toda a América Latina.

E entre os dias 20 de fevereiro e 13 de março, O Centro de Pesquisa e Formação recebe a escritora Bruna Ramos da Fonte (que em 2013 foi ao Chile e viveu por um tempo na casa da compositora) para o curso "O Diálogo Artístico de Violeta Parra”, que propõe um encontro com a arte única, moderna e atemporal de Violeta Parra. As inscrições podem ser feitas através do site do Centro de Pesquisa e Formação ou em qualquer unidade do Sesc em São Paulo.

 
E Violeta Parra também estará presente na programação de outras unidades do Sesc:

Entre os dias 03 e 24 de fevereiro As Clês Contam as Vozes Femininas da América Latina, no Sesc 24 de maio; no dia 21 de fevereiro, a cantora e compositora Míriam Miráh (Fundadora do Grupo Tarancón e atual vocalista do Raíces de América,) desembarca no centro de SP para o show 100 Anos Violeta Parra.

Também no dia 21 de fevereiro, no Sesc Consolação, Violeta Parra será tema de contração de histórias.

Por fim, no dia 23 de fevereiro, o Sesc Carmo exibe o longa Violeta foi para o céu, de Andrés Wood.

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