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Exposição Pai dos Burros recria Dicionário do Folclore Brasileiro com desenhos e sons
Ao publicar o Dicionário do Folclore Brasileiro, cuja primeira edição é de 1954, Luís da Câmara Cascudo quis registrar tudo o que dizia respeito à nossa cultura popular. Por isso, fez uma longa pesquisa, percorrendo o Brasil inteiro. Com a ajuda de amigos e de estudiosos, reuniu milhares de verbetes que revelam costumes, mitos, crenças, gêneros musicais, danças, festas, comidas e bebidas, e muitos outros temas.
Passados mais de 60 anos, a exposição “Pai dos Burros”, da artista plástica Teresa Berlinck e do radioartista Julio de Paula, com curadoria de Maria Catarina Duncan, revisita e recria a obra, contrapondo-a à memória contemporânea e à internet. A exposição está em cartaz no Sesc Rio Preto, onde fica na Área de Convivência até 29 de abril. São 397 desenhos produzidos por Teresa Berlinck e uma peça sonora criada por Julio de Paula, que atualizam todo esse patrimônio em constante mutação.
Uma edição de 1962 do Dicionário serve de mote e suporte aos desenhos de Teresa Berlinck. Ela pesquisou no Google Imagens os verbetes do topo de cada uma das 400 páginas da obra para encontrar as imagens que recria sobre as folhas soltas do livro, com nanquim, a pincel e bico de pena.
Na mostra, o repertório da tradição oral é transportado para a linguagem dos sons por Julio de Paula, que é pesquisador da cultura popular. Ele parte de verbetes para criar uma peça sonora que se justapõe aos desenhos, composta por fragmentos poético-musicais que articulam formas e fontes diversas.
Teresa Berlinck trabalha com sistemas de referência, desordenando narrativas e construindo associações entre memória e história. Transita entre desenho, escultura, instalação, livro e performance. É graduada em artes plásticas pela FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado) e possui mestrado em Produção, Teoria e Crítica em Artes Visuais pela Faculdade Santa Marcelina.
Julio de Paula tem o meio sonoro como forma de expressão e experimentação. Opera com mecanismos de documentação, em especial da cultura tradicional. É diretor de programas da Rádio Cultura FM (São Paulo). Em sua pesquisa, busca um ponto de contato entre o rádio e as outras artes.
Maria Catarina Duncan é formada em Culturas Visuais e História da Arte pela Goldsmiths College, University of London. Foi pesquisadora para a exposição “Lastro em Campo - percursos ancestrais e cotidianos” no Sesc Consolação (2016); assistente de curadoria na 32ª Bienal de São Paulo e na exposição “Terra Comunal - Marina Abramovic” no Sesc Pompeia (2014-2015), e outras.
A visitação é gratuita, e pode ser feita de terça a sexta, das 13h30 às 21h30, e aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h30. É possível ouvir os verbetes sonoros em soundcloud.com/paidosburros.
Confira abaixo algumas imagens da abertura da exposição no Sesc Rio Preto.
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