Postado em
17 atrações de 8 países: chegou o 7º Jazz na Fábrica!
De 10 a 27 de agosto, o Sesc Pompeia recebe a sétima edição do Festival Jazz na Fábrica, uma celebração do gênero musical e todas suas vertentes. A programação busca evidenciar novos artistas, além de trazer nomes já consagrados da cena musical. Neste ano, a Fábrica da Pompeia abre suas portas para músicos e big bands de oito países: Brasil, Estados Unidos, Israel, Alemanha, África do Sul, Moçambique, Espanha e Gana.
Para aquecer, escute a playlist que preparamos com trabalhos dos artistas presentes no festival:
Jazz através dos tempos!
O jazz transcende sua origem e tempo. Sua interpretação é sincopada. O gênero traz cores instrumentais próprias, resultado da mescla entre melodias africanas ocidentais e elementos da música erudita europeia. Neste universo, com seu surgimento em Nova Orleans (Estados Unidos), nasce o dixieland, o jazz tradicional, depois o swing, que ganhou território por meio da difusão das rádios, culminando na formação das primeiras big bands. Durante a segunda guerra mundial, em meados da década de 1940, surge o bebop e, depois, o hard bop (com melodias mais ágeis e velozes que se assemelhavam ao som produzido pelos martelos nas obras das ferrovias). Como resposta às duas últimas vertentes, surge o cool jazz e, com influência do blues, o soul jazz. Nos anos 1960, da fusão do jazz com rock, junto a outros gêneros, nasce o fusion.
1ª semana: Eddie Allen, Nenê Trio, Itamar Borochov e Hermeto Pascoal!
Com diversidade de estilos, formações e sonoridades do jazz, a programação do Festival começa no dia 10 de agosto com show do trompetista americano Eddie Allen. O músico, que se apresenta também nos dias 11 e 12, traz em seu estilo, inspirado no jazz de vanguarda de Chicago, na AACM (Associação para avanço de músicos em Chicago), vertentes fortes do reggae e sons urbanos, além de apresentar repertório baseado em seu trabalho mais recente Push (2014).
A série de apresentações segue com performances de Nenê Trio (BRA), liderada por Realcino Lima Filho, o Nenê, que traz na bagagem mais de cinco décadas de carreira, e sobe ao palco ao lado dos companheiros Alberto Luccas (contrabaixo) e Írio Júnior (piano), apresentando o som instrumental brasileiro, e de Itamar Borochov, que traz o jazz de Israel em seu trompete.
Nos dias 12 e 13 de agosto, o multi-instrumentista Hermeto Pascoal, considerado um dos músicos mais inventivos e inovadores da música brasileira, lança seu disco No Mundo dos Sons (Selo Sesc) em apresentação no Teatro. O Bruxo toca junto de seu grupo, formado por Itiberê Zwarg (baixo, tuba e piano), André Marques (piano), Jota P. (saxes e flauta), Fabio Pascoal (percussão) e Ajurinã Zwarg (bateria).
O Bruxo irá lançar álbum novo em show no Jazz na Fábrica! (Foto: Gabriel Quintão)
2ª semana: Globe Unity Orchestra, Thundercat, Abdullah Ibrahim e Jimmy Dludlu
Abrem a segunda semana do Festival, nos dias 17 e 18, a Globe Unity Orchestra, grupo alemão com mais de 50 anos de compromisso sério com o free jazz, e o baixista Thundercat, com seus riff ágeis e seu som que mistura jazz, R&B, rap e hip-hop. Thundercat é lembrado por seus trabalhos com artistas importantes da cena contemporânea desses gêneros, como Pharrell Williams, Wiz Khalifa, Michael McDonald, Kenny Loggins e Kendrick Lamar – com quem ganhou um Grammy Award por sua colaboração no álbum How To Pimp a Butterfly (2015).
Os dias 19 e 20 serão dedicados a dois nomes icônicos do jazz africano. No sábado e no domingo, o pianista sul-africano Abdullah Ibrahim sobe ao palco do Teatro para revisitar seu repertório que, com um lirismo quase místico, estabelece uma relação orgânica entre o jazz americano e suas raízes africanas. Com 82 anos de idade, ele já se apresentou com nomes como John Coltrane, Ornette Coleman, Don Cherry e Sunny Murray.
Divide a noite de sábado, 19, com Adbullah no Teatro, o moçambicano Jimmy Dludlu. Na Comedoria da Unidade, Jimmy apresenta o repertório de seu álbum In the Groove (2016), que rendeu a ele diversos prêmios, entre eles o de Melhor Álbum de Jazz da África. Dludlu foi considerado “Melhor Artista de Jazz da África”, pela All Africa Music Awards (AFRIMA).
3ª semana: Amaro Freitas e Hadar Noiberg, Chicuelo-Mezquida, Debo Band e Annette Peacock!
No dia 24, quinta-feira, o pianista e compositor recifense, Amaro Freitas, divide o Teatro com a premiada flautista e compositora israelense, Hadar Noiberg. Amaro vem ganhando olhares da crítica especializada pela bem dosada mistura entre o jazz e os ritmos nordestinos. A concepção do concerto Sangue Negro, que embasa sua passagem pelo Jazz na Fábrica, é contemporânea com criações harmônicas e melódicas inusitadas. Hadar foi premiada pela Sociedade Americana de Compositores, Autores e Editoras (ASCAP) no ano de 2007 e tem se apresentado em grandes festivais. Noiberg combina estilos entre o jazz e world music, resultando em uma sonoridade inovadora em ambas as cenas musicais.
O show do duo espanhol Juan Gómez "Chicuelo" (guitarra flamenca) e Marco Mezquida (piano) é inédito no país. Os dois músicos são ímpares em seus instrumentos e inovadores nas linguagens em que estão inseridos. O duo figura no festival como a primeira apresentação de música flamenca em sete edições.
O grupo de música etíope-americana Debo Band e a cantora de jazz norte-americana Annette Peacock fecham a sétima edição do Festival nos dias 26 e 27. A Debo Band traz 11 membros liderados pelo saxofonista Danny Mekonnen e pelo vocalista Bruck Tesfaye e mistura o jazz com elementos que vão do soul ao funk. Já Annette Peacock é considerada uma das pioneiras do uso de sintetizadores na música e é parceira de grandes nomes do jazz, como o contrabaixista Gary Peacock e o pianista Paul Bley.
Annette Peacock é considerada uma das pioneiras a usar sintetizadores na música. (Foto: Alastairthain)
Os shows na comedoria contarão com discotecagem na abertura da casa.
Jazz na Faixa!
O Deck da unidade recebe o tradicional Jazz na Faixa, shows ao ar livre com entrada gratuita. As apresentações acontecem aos domingos, a partir das 16h nos dias 13 e 20, e às 17h no dia 27. A big band Jazzmin's formada somente por mulheres, traz um repertório de músicas populares com arranjos jazzísticos. No dia 20, Emiliano Sampaio convida a Sound Scape Big Band e traz sua sonoridade que recebe influências da música instrumental brasileira. O estilo highlife (gênero de Gana que une melodias e ritmos do povo africano Akan e instrumentos da música popular ocidental) do ganense Pat Thomas, junto da Kwashibu Area Band, é quem fecha as apresentações do Jazz na Faixa, no dia 27 de agosto.
As apresentações do Jazz na Faixa são gratuitas e ao ar livre! (Foto: Lauro Lisboa / Jazz na Fábrica 2016)
Para ouvir e aprender!
O Festival traz oficinas formativas, com o objetivo de possibilitar ao público a vivência e a fruição junto às manifestações artísticas e seus desdobramentos e transformações do universo jazzístico ao longo das últimas décadas do século XX. As atividades acontecem nas unidades do Sesc Consolação e Sesc Vila Mariana.
Tem jazz no interior também!
Alguns nomes que se apresentam no Sesc Pompeia participarão também do Festival SESC Jazz & Blues 2017 , evento que acontece simultaneamente em oito unidades do interior de São Paulo, apresentando um panorama da produção contemporânea dos gêneros. São eles: Hermeto Pascoal e grupo, Itamar Borochov, Jimmy Dludlu, Hadar Noiberg e Pat Thomas .
O Jazz na Fábrica deste ano conta com o apoio do Consulado Geral de Israel, do Bureau Export e Embaixada da França.