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Oba! Férias! Nos meses de janeiro e julho, o programa de Turismo Social do Sesc em São Paulo realiza uma programação especial que convida as crianças e seus familiares (ou responsáveis) a conhecerem novos lugares e a descobrirem a própria cidade com outros olhares.
Compartilhamos aqui algumas reflexões acerca das vivências em família propiciadas pelos passeios e pelas viagens. Fica o convite à leitura e a expectativa de que as palavras aqui presentes inspirem as experiências pelos caminhos em novas ou já conhecidas paisagens!
Por George Queiroz*
Viajar, todos dizem, é supérfluo. “Eu quero, mas não posso agora”. “Quem sabe um dia!”. “Quando eu tiver dinheiro sobrando eu vou!”. “Quando eu mudar de emprego!”. “Quando eu ganhar na Mega Sena!”. “Quando os filhos crescerem!”
E viajar com filhos, então? “Ah, não tenho coragem!”. “Loucura”, “É difícil, meus filhos são impossíveis!” “Eles são muito pequenos ainda”.
Calma. Senta aqui e vamos conversar: não é nada disso. Eu faço longas viagens com meus filhos desde que eles eram bebês, e não há nada mais recomendável e possível pra todo tipo de família. Acredite: levar as crianças para viajar não é um sonho e nem é tão difícil quanto se vende por aí. E tem que fazer parte da vida. Com eles, uma viagem, por mais curta que seja, nunca será só uma escapada da rotina, um descanso, uma saída. Viajar é o melhor investimento que você pode fazer com eles e para eles. O retorno é garantido – a curto, médio e longo prazo. E não adianta pensar só no ano que vem, ou no outro, ou quando der. É pra agora. Vocês não precisam ir pra cidade mais longe, cheia de museus e monumentos. Nem pro lugar mais caro, nem pro hotel mais chique. Luxo e loucuras financeiras nunca foram pré-requisitos – viajar barato sempre foi viável, basta planejar. Mas não espere o momento ideal, nem a conjunção dos astros. Faça acontecer.
Tenha em mente que viajar com filhos pode ser tão importante em sua formação quanto levá-los a uma boa escola, ao museu, ao teatro. É tão vital quanto ensiná-los a nadar, a pedalar, a atravessar a rua. Viajar junto é participar ativamente da criação de seu repertório de imagens. É criar laços afetivos permanentes, produzir memórias conjuntas que vão acompanhá-los pelo resto da vida.
Uma viagem, qualquer que seja, não é simplesmente entrar em um ônibus, num carro, ou avião, desembarcar em um ponto turístico, tirar selfies e voltar. O caminho é também o destino. O aprendizado acontece desde o momento em que saímos da porta de casa. Saber se deslocar, entender as distâncias já é uma educação, e eles vão precisar disso no futuro para serem cidadãos autônomos e livres.
Viajar é ensinar. Saindo da sua zona de conforto, você ensina que o mundo é muito maior do que sua casa, que seu condomínio, sua quadra, seu bairro, sua cidade. Você o liberta do mundo dos caixotes, das paredes do quarto, do carro, da sala de aula, da tela quadrada. Você ensina que o mundo é grande, é diverso, que tem que ser cuidado, preservado. Ensina que o mundo tem pessoas diferentes de você e que devemos ouvi-las e respeitá-las.
Viajar é também a oportunidade de dar a seu filho aquilo que eles mais pedem, querem e precisam: a sua atenção. Fora do conforto de sua casa, o pai presente sempre será a melhor companhia do filho, e vice-versa. E isso vale mais do que qualquer bem material que você um dia pense em comprar.
Vivenciar a realidade em um mundo dominado pela tecnologia torna uma viagem uma experiência ainda mais importante. É mostrar-lhes o que jamais será vivenciado em um smartphone, em um tablet ou em um vídeo do youtube. O mundo é um aplicativo gratuito que já nasceu interativo, em 360 graus, em 3D, em 5.1, em touch screen, em alta definição e com uma bateria que dura o dia inteiro. Pobre tecnologia.
Não se preocupe, vai dar tudo certo. Para onde você for, você vai saber cuidar muito bem de seu filho. Sim, você certamente estará cansado ao fim de cada dia. Mas você não vai se cansar nunca de falar de cada momento que você passou junto com eles. As lembranças gravadas na memória de cada um é um backup que será acessado pra sempre.
É só iniciar.
* George Queiroz é diretor de vídeos na Procuradoria de Filmes, tem 40 anos e é pai da Irene, uma pimentinha de 8 anos e do Paulo, um espoleta de 6 anos.
OBA! FÉRIAS!
Quando chegam as férias escolares, as possibilidades que se apresentam aos pais ou responsáveis pelas crianças são diversas, a depender do contexto: fazer viagens mais longas em alguns casos, pequenas escapadas aos finais de semana em outros, ou a permanência no lugar onde se mora. Seja qual for a situação, a quebra da rotina representada pela ausência das aulas por si só já desencadeia formas diferentes de interação com o tempo, o espaço, as experiências cotidianas.
O que pode uma viagem proporcionar para uma criança? Como ela vivencia essa experiência? E um passeio pela cidade onde se vive, pode também ser uma experiência repleta de descobertas e novidades?
Nos meses de janeiro e julho, o programa de Turismo Social do Sesc em São Paulo realiza uma programação especial que convida as crianças e seus familiares (ou responsáveis) a conhecerem novos lugares e a descobrirem a própria cidade com outros olhares.
Saiba mais em sescsp.org.br/obaferias