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Os caminhos para se ouvir música de câmara no Sesc

A música de câmara está presente na cultura musical desde muito antes do celular virar peça fundamental na vida cotidiana.

Criaturas mitológicas foram avistadas tocando música de câmara

Antes restrita aos palacetes, palácios e castelos onde a corte habitava e patrocinava a atividade musical, a música de câmara, hoje, usufrui das mesmas condições que qualquer outro tipo de música: está mais acessível do que nunca, à distância de um clique, de um toque.

Mas, qual música de câmara é realmente bacana de ouvir?

Bem, como já dissemos, não existe uma única e específica música de câmara: a música é das artes mais plurais e perenes à criatividade humana, portanto, não há um manancial restrito de onde beber. Há, no entanto, iniciativas legais que nos apresentam novos conjuntos, intérpretes, compositores e obras que não chegariam nas "descobertas da semana" do Spotify.

Música fora dos algoritmos? Hum, hum?

O Festival Sesc de Música de Câmara é uma dessas iniciativas e acontece em 11 unidades - e separamos alguns caminhos para você começar a curtir esta música e já ir treinando a ida às unidades que abrigam o festival. Se liga:

Partindo pelas ruas próximas ao centro de São Paulo, além de ouvir buzinas, ambulantes, caos e uma vida que pulsa apesar de tudo, também é possível ouvir música de câmara logo ali, na R. Dr. Vila Nova, 245, mais precisamente no teatro do Sesc Consolação - na trilha desta caminhada pelos arredores, o Pera Ensemble direto da Turquia para Santo André (24/11), Sorocaba (26/11) e Vila Mariana (27/11).  Ah, também dá pra ouvir a música do conjunto fazendo trilha pelas andanças de Sorocaba!

Seguindo voo pela Bandeirantes, desbravando o interior, a música do Duo Gisbranco iluminou a caminhada pelas ruas de Campinas, até aterrisar na Rua Dom José I, 270 e encher a unidade com os harmônicos deste duo de pianos ainda abrilhantado pelo violoncelo de Jacques Morelenbaum. O Duo Gisbranco se apresenta no Sesc Bom Retiro (24/11), em São José dos Campos (26/11) e, finalmente, em Campinas (27/11).

Numa caminhada aprazível de volta à metropole, a zona norte de São Paulo se descortina bela e faceira nos arredores do Sesc Santana! E quem ilumina a visão é, nada mais, nada menos, que um QUINTETO de clarinetes, o Sujeito a Guincho! O conjunto que completa 25 anos de estrada em 2016 ainda mostra os arranjos especiais para a formação no próprio Sesc Santana (25/11) e em Santos (27/11).

E quem diria? Schumann em Santo André! O caminho fica mais contemplativo quando a gente coloca uma música que não conhecemos e que eleva a alma - no caso, o quinteto para piano e corda do compositor alemão. A música de Schumman, misturando cordas e piano tem ecos fundamentais na programação do Festival Sesc de Música de Câmara, como os trios Appassionata - Santo André (1/12), Santos (2/12), Sorocaba (3/12), Santana (4/12); e o trio Apaches em Araraquara (24/11), Vila Mariana (25/11), Campinas (26/11) e Santana (27/11). Deleite-se!

No caminho da zona sul da capital, mais precisamente nos arredores do endereço da Rua Pelotas, 141, na Vila Mariana, o Trio Apaches realiza uma proeza e transforma a peça sinfônica "La Mer", de Claude Debussy, num bem arranjado movimento para trio com piano. Ficou difícil de entender? Talvez fique mais fácil de assistir e sacar que a música transforma tudo que toca, seja o seu coração, seja as imagens de um cotidiano banal - dê o play, não parece um curta metragem?

E se falamos do mar de Debussy, o mar de Santos também recebe as ondas sonoras, delicadas e fulgurantes do quinteto de sopro Imani Winds no dia 1/12. O grupo também passará pela Igreja da Nossa Senhora da Boa Morte (29/11), pelo Sesc Araraquara (30/11) e pelo Sesc Vila Mariana (3/12). Enquanto o dia não chega, dá pra curtir o grupo de trilha pela bem arborizada cidade de Santos.

 

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A segunda edição do Festival Sesc de Música de Câmara acontece entre 22 de novembro e 4 de dezembro de 2016, em 11 Unidades do Sesc na capital, interior e litoral, além de espaços como a Igreja Nossa Senhora da Boa Morte, no centro de São Paulo e o Museu Afro Brasil, no Parque do Ibirapuera.
São 12 conjuntos convidados, 47 concertos e uma intervenção, mais de 120 intérpretes, em repertórios que vão do antigo ao contemporâneo, em abordagens inovadoras.
Para conferir a programação completa, clique aqui.