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Alimentação e política: tudo a ver

A Oficina Como Votar Certo no Supermercado, no Sesc Bom Retiro<br>Foto: Kátia Konig
A Oficina Como Votar Certo no Supermercado, no Sesc Bom Retiro
Foto: Kátia Konig

Como você escolhe seu candidato à prefeitura, ao governo ou à presidência? E os alimentos que consumiu no último jantar? A jornalista Francine Lima mostrou que essas duas escolhas podem ter muito em comum, durante a atividade Como Votar Certo no Supermercado, no Sesc Bom Retiro.

Nas últimas eleições, foram 11 os candidatos a prefeitura da cidade de São Paulo; no supermercado, são centenas de opções de alimentos disputando uma vaga no carrinho de compras. Se já é complicado investigar currículo, histórico e propostas de uma dezena de candidatos, como avaliar uma lista sem fim de produtos alimentícios?

Acontece que, tanto na política quanto na alimentação, os candidatos não concorrem em pé de igualdade. Tempo na TV, coligações e verbas de campanha influenciam no primeiro caso, enquanto publicidade e espaço nas prateleiras afetam o segundo, entre tantos outros fatores.

Na disputa dos alimentos, os ultraprocessados – ou industrializados – saem na frente. São facilmente encontrados em qualquer lugar, convenientes por já estarem prontos para consumo, têm sabor realçado por diversos aditivos artificiais e são marcas que investem pesado em publicidade e marketing para inspirar confiança. Já os produtos in natura ou feitos a partir de processos artesanais, apesar de mais saudáveis muitas vezes não são acessíveis ou convenientes e não têm condições de bancar grandes publicidades.

Assim, na hora de escolher, é preciso estar atento. “Quando votamos nos alimentos ultraprocessados, estamos perpetuando um monte de problemas, inclusive políticos. São os alimentos com maiores impactos negativos - social, ambiental e economicamente. Além da nossa saúde, o país também está em jogo”, diz Francine.

Ela elencou alguns lembretes para levar ao supermercado:

- A opção mais viável nem sempre é a melhor
- Mais conhecido não quer dizer mais confiável
- A informação mais importante pode ser a que está mais escondida
- A mensagem que está mais em evidência pode estar camuflando a que mais merece atenção.


“E como seria o candidato-alimento ideal, então?” – perguntou aos participantes.

“Acho que é o candidato alface...”
“Eu votaria no candidato banana!” – e a discussão segue animada na sala.

Com as contribuições de cada um, a jornalista listou alguns dos requisitos para eleger um alimento ao prato:


- Sem veneno/agrotóxico;
- Acessível; com distribuição igualitária;
- Com origem/procedência verificada;
- Com rótulo legível e com linguagem clara;
- Sem fraude;
- Com quantidades de açúcar e sal declaradas;
- Sem publicidade enganosa;

E você, como vai escolher a sua próxima refeição?



>>> Conheça o canal Do Campo à Mesa, da jornalista Francine Lima