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O Solo(s) de Wajdi Mouawad

Cena do espetáculo Solos (Seuls), em cartaz no Sesc Pinheiros
Cena do espetáculo Solos (Seuls), em cartaz no Sesc Pinheiros

“O que fazer quando você não suporta algo que não se pode afirmar não suportar?”, questiona-se Harwan, um estudante de Montreal (Canadá) com cerca de 30 anos. Prestes a defender sua tese, encontra-se sozinho à noite em uma das salas do Museu Hermitage, em São Petersburgo (Rússia), após uma série de acontecimentos profundamente banais. A noite será longa e o levará ao confronto com sua língua materna, esquecida há muito sob as camadas profundas de tudo o que há de múltiplo nele. No museu, observa o quadro O retorno do filho pródigo de Rembrandt, enquanto reflete sobre seu pai, em coma. Questiona o significado da vida, raízes, valores, cultura e o que acontece com seu idioma quando tudo começa a funcionar em outra língua, aprendida, monstruosamente adquirida.

Teaser do espetáculo

 

Sozinho no palco, o ator, autor e diretor Wajdi Mouawad dá vida ao jovem estudante no espetáculo Solos (Seuls), em cartaz dias 5, 6 e 7 de novembro no Sesc Pinheiros. É a segunda vez que um texto seu é apresentado nos palcos do Sesc. Sua primeira incursão foi com Incêndios no festival Mirada - Festival Ibero-Americano de artes Cênicas de Santos, em 2012, oportunidade em que o texto foi apresentado no Brasil pela primeira vez.

Desta vez Mouawad, libanês de nacionalidade franco-canadense, apresenta-se neste espetáculo solo, no qual intervenções tecnológicas audiovisuais complementam o enredo. “Solos (Seuls) é um espetáculo escrito de forma polifônica, ou seja, não se baseia apenas na relação texto/ator, porque aí o texto não basta. Existem outras formas de escritos como a projeção de vídeo, a narração e outros elementos que, no espetáculo, agem como escritos enquanto em outros espetáculos, agem como apoio à relação texto-ator”, relata.

Inspirado por elementos autobiográficos, e pela obra de Robert Lepage – sua admiração pelo diretor canadense estende-se até mesmo no enredo, já que a tese a ser defendida por Harwan versa sobre seu trabalho – Solos (Seuls) foi escrito em 2008 e montado pela primeira vez no mesmo ano, no Festival d’Avignon, na França.

Nascido em outubro de 1968, Wajdi Mouawad passou a infância no Líbano e a adolescência na França antes de se estabelecer em Québec onde, formado pela Escola Nacional de Teatro do Canadá em 1991, empreendeu uma carreira quádrupla como ator, diretor, autor e diretor artístico.

Cofundador, com a atriz Isabelle Leblanc, de sua primeira companhia, o Théâtre Ô Parleur, diretor artístico do Théâtre de Quat’Sous em Montreal de 2000 a 2004, ele criou no ano seguinte duas companhias de criação, gêmeas atlânticas: Au Carré de l’Hypoténuse em Paris e Abé Carré Cé Carré em Montreal. De 2007 a 2012, integrou o Centro Nacional das Artes como diretor artístico do Théâtre Français. Em 2009, como artista associado da 63ª edição do Festival de Avignon, criou o quarteto Le Sang des Promesses, composto por Littoral, Incendies, Forêts e Ciels. Associado hoje ao Grand T, um teatro de Loire-Atlantique, reside na França.
 

o que: Solos (Seuls), de Wajdi Mouawad
quando:

de 5 a 7 de novembro, às 21h

onde:

Sesc Pinheiros | Rua Paes Leme, 195 | 11 3095-9400

ingressos:

R$ 9 (Credencial Plena) | R$15 (meia) | R$ 30 (inteira)

Ingressos à venda