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Cada vez mais popular, corrida exige cuidados antes e depois da prática


Por ser uma atividade física que não necessita de equipamentos, a corrida conquistou o pódio dos esportes mais praticados no Brasil: é o preferido das mulheres e só perde para o futebol entre os homens, segundo pesquisa de 2011 feita com 46 mil pessoas pela empresa de pesquisas esportivas Sport+Markt. Apesar de ser um exercício simples, alguns cuidados potencializam o bem-estar e a saúde de quem quer calçar o tênis e sair pelas ruas.

Segundo o professor do Departamento de Fisiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Paulo Correia, a primeira recomendação para quem pretende começar nesse esporte é procurar um médico para avaliar se a pessoa está apta à atividade física. “É preciso ter certeza de que se está livre de qualquer mal que a corrida pode agravar. Uma avaliação cardiológica e ortopédica já pode descobrir 50% dos problemas”, aconselha.

A avaliação ortopédica é importante para detectar problemas que muitas vezes acometem os corredores, como lesões e dores nos joelhos. “Quem sofre lesões ou sente dores desse tipo pode ter tido um diagnóstico primário ruim ou estar realizando um treinamento inadequado”, comenta o professor, que destaca a importância de aliar a corrida a treinos de força, flexibilidade, resistência e velocidade. “Simplesmente correr não é treinamento, você precisa preparar o organismo. Ninguém se torna corredor de um dia para o outro nem de um mês para o outro, é preciso um período de adaptação.”

Para isso, deve haver acompanhamento de um profissional de Educação Física, recomenda o educador físico e assistente técnico da Gerência de Desenvolvimento Físico e Esportivo do Sesc, Fernando Amodeo Tuacek. “Preparar-se para uma prova pode ser uma excelente estratégia motivacional. Um educador físico pode auxiliar no planejamento dos treinos, etapa por etapa, levando em consideração o condicionamento físico atual, a quilometragem da prova, intensidade, estação climática e tipo do piso”, explica Fernando. “Para os iniciantes, um percurso mais curto e um piso mais regular podem ser mais adequados. Gradativamente, podem ser agregados novos desafios.”


Dicas preciosas

Uma dúvida de quem começa a correr costuma ser em relação ao alongamento. Fernando explica que os estudos não possuem evidências conclusivas nas orientações em relação ao alongamento antes ou depois da prática de atividade física. O aquecimento, por outro lado, é consenso: “Antes da corrida o corpo deve ser estimulado e preparado para a prática”. Enquanto a caminhada e o trote leve podem compor o momento inicial da atividade, ao fim do exercício também é necessária uma redução gradual. “Deve-se reduzir a velocidade, gradativamente, da corrida para o trote e do trote para a caminhada. Assim, o corpo retorna de forma adequada à condição de repouso”, esclarece o educador físico.

Outro aspecto que não pode ser negligenciado é a alimentação, que deve ser equilibrada, com atenção, com atenção especial à ingestão de carboidratos na refeição que antecede a corrida. A nutricionista e assessora da Gerência de Saúde e Alimentação do Sesc Marcia Drabek exemplifica que uma opção é consumir, entre 60 e 90 minutos antes de correr, um copo de suco natural de fruta, um sanduíche de pão integral com queijo branco e uma banana ou maçã. “Essa refeição possui em média 70 a 80 gramas de carboidratos e fornecerá energia suficiente para uma hora de corrida”, garante Marcia, que sugere o consumo de 300 a 500 ml de água até a hora da largada. “A ingestão de alimentos durante a corrida, com intuito de prover energia, deve ser realizada apenas em provas com duração superior a 60 minutos. A ingestão do carboidrato por meio de bebidas isotônicas pode ser uma alternativa bastante interessante nessas situações”, afirma.

Para quem tem como objetivo participar de provas de corrida, a principal recomendação é se preparar adequadamente e respeitar os limites do próprio corpo. “Independentemente da quilometragem da prova, a falta de treinos preparatórios com acompanhamento de um médico e do educador físico podem trazer riscos à saúde, além de não proporcionar os resultados esperados”, alerta Fernando. “É preciso se munir de informações, checar qual a quilometragem, a intensidade e o tipo de piso. Mesmo um percurso curto, mas em piso irregular e com desnível muito grande, torna-se inviável para iniciantes ou mesmo para pessoas que já correm há mais tempo.”

Uma opção para quem busca inserir a corrida no dia-a-dia com orientação profissional é o Move Brasil Corridas (www.movebrasil.org.br/corridas), um programa para quem busca se iniciar na corrida de maneira gradual. Os treinos de meia hora ocorrem três vezes por semana, durante meia hora. Os participantes começam correndo oito minutos e, após nove semanas, chegam aos 30 minutos completos.



Linha de chegada

Atividades orientam corredores e promovem o esporte


Ciente da importância do acesso da população a práticas esportivas, o Sesc São Paulo promove o Circuito Sesc de Corridas, com realização de provas em unidades da capital, interior e litoral ao longo de todo o ano. O objetivo é utilizar a atividade como instrumento de difusão do conceito de “esporte para todos”, caracterizado pela proposta inclusiva, sem distinção de sexo ou nível técnico.

Em 2014, foram previstas 17 etapas. O calendário do Circuito iniciou no dia 16 de março, com a prova rústica do Sesc Santo André, realizada na Vila Ferroviária de Paranapiacaba, e encerra-se com a Meia Maratona do Sesc Ipiranga, no dia 7 de dezembro, no Parque da Independência, na capital.

Além do Circuito, em diversas unidades do estado também são oferecidos os Clubes de Corrida. Realizada em avenidas, parques e praças de cada cidade, a atividade busca dar orientação, estimular o gosto pela corrida e contribuir para o desenvolvimento físico e mental dos praticantes.

Acesse o calendário do Circuito Sesc de Corridas em sescsp.org.br/circuitosescdecorridas.