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Bloco de notas

 

Vilas rurais – Desde 1995, quando foi implantada a vila de Nova Ucrânia, no município de Apucarana, o governo do estado do Paraná vem trabalhando para fixar os trabalhadores rurais volantes (bóias-frias) em seu próprio meio. Sem sofrer interrupção, até este ano o projeto já viabilizou a instalação de mais de 250 vilas rurais, atendendo a aproximadamente 10 mil famílias. Esse programa de assentamento, executado pela Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), praticamente eliminou as favelas nos municípios onde foi implementado, assegurando moradia e renda às famílias que antes se abrigavam sob lonas ao longo das rodovias. Além disso, diminuiu o fluxo migratório para as grandes cidades, reduzindo a pressão por investimentos sociais e urbanos.

Implante seu Sorriso – Num país como o Brasil, em que a saúde bucal da população não é motivo de orgulho nacional, o mérito de toda iniciativa para melhorar a qualidade da mastigação dos mais pobres deve ser reconhecido. Na Baixada Santista, litoral do estado de São Paulo, 24 pacientes idosos carentes foram selecionados pela Secretaria de Saúde de São Vicente para integrar um programa de reabilitação oral desenvolvido pela Faculdade de Odontologia da Universidade Metropolitana de Santos (Unimes). O projeto consiste na fixação de prótese total (dentadura) inferior por meio de dois pinos implantados na arcada através de cirurgia. O objetivo é sanar o grave problema de quem necessita de prótese total inferior, pois nesses casos a qualidade mastigatória é 70% inferior à de quem possui dentes fixos.
A previsão para o próximo ano é de que o projeto Implante seu Sorriso, que conta com apoio de empresas privadas, seja ampliado para atender 50 pacientes. Os responsáveis pela iniciativa esperam também incentivar a criação de programas similares em outras regiões que possuam faculdades de odontologia. Informações pelos telefones (13) 235-1821 e 222-8206, com Luiz Fernando M. André, coordenador do projeto.

Formação indígena – A Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat) assinou um convênio com a Secretaria de Estado de Educação para abrir um curso específico de licenciatura que formará professores indígenas para o ensino fundamental e médio. O projeto, inédito no país, tem apoio do Ministério da Educação (MEC) e já está sendo considerado o embrião da futura universidade indígena.
Os cursos serão nas áreas de ciências sociais, línguas, artes e literatura, com aulas no campus universitário de Barra dos Bugres. A aula inaugural está prevista para o segundo semestre do próximo ano, coincidindo com a Conferência Latino-Americana de Educação Escolar Indígena, que vai debater e avaliar os projetos desenvolvidos nessa área.
A iniciativa tem a participação efetiva das comunidades indígenas, que no futuro terão a possibilidade de contar com ensino superior sem perder a identidade cultural.

Prevenção – Quem tem filhos anda preocupado. Parece que os riscos nunca foram tantos nem estiveram tão próximos das crianças e dos adolescentes. Entre as ameaças a que estão expostos, as drogas têm lugar de destaque. Para colaborar no combate a esse problema, a Associação Parceria contra Drogas, uma organização não-governamental (ONG) sem fins lucrativos, lançou a publicação "Crescendo sem Drogas – Um Guia de Prevenção para Pais e Educadores". São esclarecimentos e orientações muito úteis para todos aqueles que desejam prevenir ou sanar o mal provocado pelas drogas. Informações pelos telefones (11) 3661-9001 e 3661-8001 ou no site www.contradrogas.org.br .

Tecnologia nacional – De 12 a 15 de setembro último, foi realizado em Florianópolis (SC) o Hábitat Brasil 2000, terceira edição do evento bianual que reúne especialistas brasileiros e estrangeiros para discutir e expor experiências bem-sucedidas de gestão ambiental e práticas urbanas voltadas para a melhoria das condições de vida. Entre os projetos apresentados, uma tecnologia desenvolvida no Brasil, de aproveitamento do lixo, já desperta o interesse de outros países. Trata-se de um processo de produção de fertilizante organomineral, de alto valor agregado, que utiliza um equipamento projetado por uma empresa incubada na Universidade de Uberaba (Uniube), em Minas Gerais.
Há várias vantagens nesse processo: além de recolher todos os componentes do lixo, orgânicos e inorgânicos, e separá-los de acordo com sua destinação, o fertilizante produzido é de alta qualidade e fica pronto num período de 72 horas, com a utilização de um biocatalisador, ao passo que, pelo sistema de compostagem, tradicionalmente usado para processar resíduos orgânicos, o tempo necessário para produção de adubo é de 60 dias.
Mas o aspecto mais atraente é o financeiro. Uma cidade com 600 mil habitantes, por exemplo, produz a cada dia 360 toneladas de lixo, que poderiam resultar em 180 toneladas de fertilizante pelo processo de biocatalisação, com preço de venda de R$ 250 a tonelada. Para isso, seria necessário um investimento de R$ 1,5 milhão, enquanto um aterro sanitário custaria, no mínimo, R$ 2 milhões e não resolveria os problemas decorrentes do lixo depositado a céu aberto.

Estado de alerta – A Fundação SOS Mata Atlântica vem realizando desde 1985 monitoramento por satélite de uma área que cobre mais de 3 mil municípios de 17 estados brasileiros, onde se concentram aproximadamente 70% da população do país. Esse levantamento revela uma situação muito preocupante: restam apenas 7,3% da área original da Mata Atlântica. Se levarmos em conta que esse ecossistema é fundamental por sua biodiversidade, pela importância que tem no controle climático e no fornecimento de água para boa parte das grandes cidades brasileiras, cabe perguntar que medidas estão sendo tomadas para garantir a preservação do que sobrou desse patrimônio.

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