Sesc SP

JORGE LEÃO TEIXEIRA

Segunda edição – A plataforma usada na praia do Leblon, no Rio de Janeiro, para reparos no emissário submarino que despeja esgotos no oceano quase naufragou, em virtude de manobra desastrada de seu piloto, e foi rebocada para um estaleiro, a fim de sofrer reparos, o que faz temer um verão de águas poluídas no Leblon e em Ipanema. O humor ferino dos banhistas não perdeu tempo, comparando a plataforma ao desastre do "Titanic". No caso, segundo a turma da praia, um autêntico "Titicanic"…

Saravá! – O Ministério da Previdência Social resolveu estender aos terreiros das religiões africanas os direitos à aposentadoria, mesmo sem contribuições para o INSS, benefício que também será concedido a sacerdotes de outros credos reconhecidos pelo governo. A primeira aposentada foi a ialorixá Nitinha de Oxum, mãe-de-santo baiana, figura de relevo em Salvador. Doze outras ialorixás da capital baiana já requereram aposentadoria. Como na Bahia existem quase 6 mil terreiros cadastrados, sendo 2,8 mil deles em Salvador, o INSS terá de fazer serão para atender a nova clientela.

Cantando no chuveiro – O senador Roberto Saturnino (PSB/RJ), ex-prefeito carioca, um apaixonado pela ópera, há muito solta a voz como tenor de banheiro. Agora anda eufórico, pois foi convidado a substituir o embaixador e acadêmico Afonso Arinos Filho no grupo amador Cantores de Chuveiro, que desde 1999 se exibe com sucesso em palcos do Rio de Janeiro.

Vida mansa – Cinco chimpanzés do zôo de Copenhague foram agraciados com uma herança no valor de US$ 65 mil, legados por Elisebeth Christiansen, dinamarquesa que faleceu aos 83 anos. Jimmy, Trunte, Fifi, Grinni e Gigi, muito sérios, ouviram a leitura do testamento, realizada pelo juiz Christian Notlevsen diante de sua jaula.
O legado foi feito para melhorar a condição dos chimpanzés, dos quais Elisebeth era admiradora.

Dantesca – O karaokê cultural continua cada vez mais inventivo na TV. No programa "Fábio Júnior", uma equipe comandada pelo cantor Wando, interrogada sobre o nome do autor da "Divina Comédia", respondeu, na bucha, em coro: "Jerry Lewis!" A televisão brasileira, realmente, é o inferno de Dante.

Papo furado – Elias Pinto, candidato a vereador pelo PTB, em Bom Jardim, interior fluminense, teve sua candidatura impugnada pela Justiça Eleitoral. Para justificar a perda do prazo para desincompatibilização, Elias, que é servidor público, apresentou atestado médico com duas assinaturas: a primeira era de um ginecologista e a outra de um obstetra.

Vozes da sabedoria – O diplomata Moacyr M. Ferreira gosta de colecionar frases de efeito, que ele divulga pela Internet entre seus inúmeros amigos. Aqui vai uma seleção extraída de sua última circular pela Web:
"Bom de briga é aquele que sabe cair fora" (Adoniran Barbosa).
"A Academia Brasileira é composta por 39 membros e um morto rotativo" (Millôr Fernandes).
"Fale bem dos amigos todos os dias, mas fale mal dos inimigos pelo menos duas vezes ao dia" (Antônio Carlos Magalhães).
"São Paulo não pode parar porque não tem estacionamento" (Regina Casé).
"Brasil? Fraude explica" (Carlito Maia).

Freud em dois tempos – O alerta de um vira-lata de estimação salvou uma família de Mirassol (SP), ameaçada por uma onça em sua fazenda. Freud, o valente cão, fez cara feia para a onça, não fugiu, latiu a valer e deu tempo para que a dona de casa Sirlei Zicarelli agarrasse o filho de 5 anos, refugiando-se na sede da fazenda Santo Antônio.
Já a elefanta Koala, no zôo do Rio, viúva há um ano, continua inconsolável, tendo perdido o equilíbrio emocional, segundo a veterinária que a atende. Como mecanismo de compensação, passou a comer loucamente: só em abóboras e forragens são mais de 100 quilos por dia, despesa que começou a assustar a administração do zoológico. O site Elefante, da Internet, resolveu patrocinar a depressão glutona da elefanta, até que ela encontre novamente um paquiderme que a seduza, moderando o apetite, como Freud explica…

Procura-se – Procura-se um novo Júlio Verne para explorar a extraordinária descoberta de um submarino, modelo russo, que vinha sendo construído em segredo por traficantes colombianos para transportar cocaína com destino aos Estados Unidos. O título do livro está na cara: "Vinte Mil Papelotes Submarinos".