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Cultura e ditadura militar
No dia 1º de abril de 1964, militares articulados com diversos segmentos da sociedade civil rompem com o regime democrático e instauram uma ditadura que, ao durar mais de 20 anos, deixou marcas profundas na sociedade brasileira. Para analisar a repercussão do Golpe de 64 nas diversas linguagens artísticas, o Centro de Pesquisa e Formação do Sesc em São Paulo realiza, 50 anos depois, o ciclo de palestras sobre “Cultura e ditadura militar”.
O jornalista e cartunista Gilberto Maringoni mostra, no dia 9 de abril, como foi a interpretação do período do golpe militar pelo desenho de humor na imprensa brasileira, entre 1963 e 1964, após um período de efervescência cultural marcado pela chegada do jornal Última Hora, pela reforma do Jornal do Brasil, pelo sucesso de O Cruzeiro e pelo lançamento da revista Senhor.
Já no dia 11 de abril, o pesquisador Bruno Hingst discute como a Embrafilme (empresa estatal brasileira produtora e distribuidora de filmes), contornando a cultura autoritária do período pós-golpe, deixou registrado um crescimento tanto da produção cinematográfica brasileira quando da ampliação do público, possibilitando manter caminhos abertos para a produção nacional na área.
A repercussão na música é tema do terceiro encontro, que traz o historiador e jornalista Paulo César de Araújo, no dia 16 de abril. Ele busca questionar a ideia de que, no período de vigência do AI-5, apenas representantes da chamada “canção de protesto”, oriundos de ambientes universitários, eram politizados e vítimas da censura, em contraposição aos cantores “cafonas” populares, acusados de serem alienados ou pró-regime.
Para finalizar o ciclo, a socióloga e historiadora Rosângela Patriota Ramos apresenta, no dia 17 de abril, de que maneira a cena teatral, após o golpe 1964, adquiriu contornos, por um lado, radicais, enquanto, de outro, foi pavimentando o caminho de um fazer artístico em sintonia com o que se denominou resistência democrática.
As inscrições são feitas para cada dia do encontro pelo site do Centro de Pesquisa e Formação ou nas unidades do Sesc em São Paulo.