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Um evento a cada seis minutos

A capital paulista é conhecida por sua pujança industrial e financeira, que a colocou em posição de destaque no cenário nacional e internacional. Sem grandes atrativos naturais, porém, e distante da orla marítima, a cidade não costuma ser vista como centro turístico. Mas é precisamente nessa área que ela vem se destacando, como pode ser observado pelo grande número de pessoas que recebe. Dados oficiais reportam um contingente de 11 milhões de visitantes no ano passado, entre os quais 1,7 milhão de estrangeiros.

Esse número impressionante quase passa despercebido porque se trata de uma classe de turistas diferentes daqueles que se veem, por exemplo, no Corcovado, no Pão de Açúcar, nas Cataratas do Iguaçu ou no Pantanal. É um turismo de negócios, voltado para a compra e venda de produtos e serviços, que acontece nos fervilhantes ambientes das feiras, convenções e congressos.

É o assunto de capa desta edição, que nos revela ainda que nesse setor a capital paulista, onde se realiza um evento a cada seis minutos, não tem rival no país nem na América do Sul.

Ainda na área urbana, a revista fala também da imensa população de favelados no país, cerca de 7 milhões de pessoas, para as quais o governo destina investimentos contínuos, num esforço para melhorar sua condição de vida. Na opinião dos favelados, porém, a maior dificuldade é superar a imagem negativa que insistentemente os associa à violência.

A boa notícia em relação a nossas cidades é a tendência, verificada em diversos municípios brasileiros, a destinar parte dos tributos à preservação ambiental, providência que vem dando certo, por exemplo, em São Jorge do Patrocínio (PR) e Santa Fé do Sul (SP). Esses municípios encontraram o caminho da sustentabilidade, e é reconfortante saber que o esforço se inicia na área educacional, oferecendo ao país um exemplo de ação ecológica inteligente e produtiva.

Na parte cultural, esta edição faz eco ao movimento de resistência contra a invasão das bruxas, que todos os anos toma de assalto grande número de escolas brasileiras com o nome de Halloween. Contra os avanços da abóbora, oca de brasilidade e de sentido, mas carregada de apelos comerciais de gosto duvidoso, os defensores do folclore nacional propõem a figura simpática de nosso Saci-Pererê, o atrevido perneta que entende de Brasil muito mais que qualquer monstrinho alienígena.

E por falar em tradição, a revista traz também um registro da Festa de São Benedito, realizada há cem anos na cidade de Aparecida (SP), em um evento que mistura religiosidade, cultura popular e afirmação da identidade cultural dos afro-brasileiros.

Abram Szajman
Presidente da Federação e Centro do Comércio do Estado de São Paulo
e dos Conselhos Regionais do Sesc e do Senac