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Dossiê
Medéia
2
A primeira versão da tragédia grega Medéia dirigida
por Antunes Filho com os atores do CPT (Centro de Pesquisa Teatral) ficou
em cartaz por cerca de dez meses no Sesc Belenzinho. Sucesso de crítica
e de público, a peça volta agora à unidade com uma
concepção mais sintética. "O que estamos procurando
no momento é dar mais valor ao texto, fazer com que ele se sobressaia
através da articulação perfeita, da eufonia, do valor
musical", explica o diretor. "O que há de mais nobre
no teatro ainda é a palavra."
"A cultura à nossa volta é tão recheada de coisas
excessivas, supérfluas, instantâneas, que minha tendência
é procurar o inverso: o simples, o profundo, aquilo que é
realmente o mais importante e duradouro"
Antunes Filho, diretor de Medéia 2, em cartaz no Sesc Belenzinho
Itapetininga
homenageia
A Câmara Municipal de Itapetininga, por iniciativa do vereador Eduardo
Tsukamoto, outorgou em 30 de outubro o título de Cidadão
Itapetiningano ao Presidente da Federação do Comércio
e dos Conselhos Regionais do Sesc e do Senac, Abram Szajman, pelos relevantes
serviços prestados à comunidade.
Cinema e educação
O Sesc Itaquera promoveu em novembro mais uma etapa do projeto A Escola
Vai ao Cinema. Trata-se de um ciclo de filmes e debates direcionados ao
público escolar realizado em parceria com a Ação
Educativa. No mês da Consciência Negra, cujo dia comemora-se
em 20 de novembro, o projeto enfocou a cultura afro-brasileira e contou
com a presença da especialista em lingüística africana
Elizabete Umbelino de Barros e do cineasta e sociólogo Noel Carvalho.
Entre os filmes apresentados, A Negação do Brasil, de Joel
Zito Araújo, e Na Rota dos Orixás, de Renato Barbiére.
Bonequinha
de Pano
Estreou no Sesc Belenzinho Bonequinha de Pano, o primeiro texto teatral
de Ziraldo destinado ao público infantil. Autor de diversos livros
adaptados para os palcos, o escritor criou a peça especialmente
para a atriz Zezé Fassina. "Já escrevi para adultos,
mas nunca tive muita paciência nem idéias que pudessem virar
teatro infantil", comenta. Dirigida por Carlos Arruda, a peça
narra a história de uma boneca que é esquecida quando sua
dona abandona a infância.
"Sou o velhinho mais produtivo do Brasil. Acho que esse é
o momento em que mais coisas estão acontecendo em minha vida simultaneamente"
Ziraldo, 70 anos, autor de Bonequinha de Pano, em cartaz no Sesc Belenzinho
Notícias
do front
Entre 1914 e 1918, o jornalista Julio Mesquita ocupou uma coluna semanal
de O Estado de S. Paulo trazendo novidades, comentários e análises
sobre o fato mais importante dos primeiros anos do século 20: a
Primeira Guerra Mundial. Em novembro, a coletânea desses artigos
foi lançada no Sesc Pompéia juntamente com uma grande exposição
sobre o conflito e diversas atividades paralelas, como mesas-redondas,
sessões de vídeo comentadas e apresentações
musicais.
São Carlos,
145
O Sesc São Carlos, em parceria com a Fundação Pró-Memória,
realizou em novembro uma exposição fotográfica comemorativa
do 145º aniversário da cidade. Os trabalhos apresentados são
frutos do projeto Etnofotografia - com curadoria do fotógrafo Emídio
Luisi -, que tem por objetivo o registro do modo de vida da comunidade
através de sua arquitetura, suas festas populares e seu comércio.
Guitarras
imaginárias
A Mostra Sesc de Artes promoveu, na futura unidade do Sesc 24 de Maio,
a primeira edição brasileira de um concurso que vem cativando
praticantes em todo o mundo: o Air Guitar. Trata-se de uma inusitada competição
em que os participantes "empunham" guitarras imaginárias
e simulam solos sobre o palco enquanto a música é tocada.
Apesar de a versão brasileira não possuir caráter
competitivo, o mestre de cerimônias do evento, o VJ Thunderbird,
acabou nomeando o vendedor de discos Nildo Ferreira de Britto vencedor
por sua superioridade técnica.
"Dublo vários guitarristas: Eddie van Halen, Tomy Iommi, Jimmy
Page. Decoro a música e quando vou solar já sei todos os
detalhes. É uma loucura total"
Nildo Ferreira de Britto - vulgo Blackmore, em referência ao lendário
guitarrista do Deep Purple -, extra-oficialmente nomeado vencedor do Air
Guitar
Romance
Proibido
Desde janeiro o Sesc Ipiranga vem exibindo, dentro do projeto Cinema 35mm,
cópias recém-restauradas de filmes que marcaram a história
do cinema nacional. Em novembro foi a vez de Romance Proibido, de Adhemar
Gonzaga. Produzida entre 1939 e 1944, a obra é um típico
exemplar da austeridade e do nacionalismo característicos no cinema
brasileiro dos anos de guerra. Devido ao conflito, inclusive, a realização
sofreu vários empecilhos, como a falta de película e produtos
químicos necessários à revelação e
copiagem.
Caymmi
Dorival Caymmi já foi jornalista, vendedor de bebidas, pintor de
tabuletas, ilustrador. Nascido no ano em que se iniciava a Primeira Guerra
Mundial, o músico só atingiu a notoriedade quando, em 1936,
teve uma de suas composições cantadas por Carmen Miranda
em Alô, Alô Carnaval, de Adhemar Gonzaga. O que é que
a Baiana tem? tornou-se sucesso instantâneo, abrindo espaço
para dezenas de composições que marcariam de maneira definitiva
a música nacional. Em novembro, Caymmi foi o homenageado do projeto
Ponto In Comum, capitaneado pela cantora Mônica Salmaso no Sesc
Ipiranga.
"Meu primeiro ato ao fazer uma canção é vê-la.
Eu tenho dois olhos especiais que vêem música"
Dorival Caymmi, no filme Um Certo Dorival Caymmi, de Aluisio Didier
Jérôme
Bel
O prestigiado coreógrafo francês Jérôme Bel
foi um dos destaques da programação da Mostra Sesc de Artes,
com The Show Must Go On, apresentado no Teatro Sesc Anchieta. Ex-bailarino
de companhias francesas consagradas, Bel subverteu os códigos de
encenação teatral e rompeu com a geração anterior
de coreógrafos, colocando em foco não os resultados, mas
o processo de criação. "Para mim a dança é
apenas um instrumento que me permite experimentar as intensidades que
o mundo oferece", afirma.
"Como autor, me limito a estimular o pensamento e as emoções
do público, ao qual cabe continuar o trabalho e tomar posição
por si"
Jérôme Bel, que apresentou The Show Must Go On, em novembro,
no Teatro Sesc Anchieta
Antígona
O Teatro Nacional da Grécia apresentou, em novembro, dentro da
programação da Mostra Sesc de Artes, sua mais recente montagem,
Antígona, de Sófocles. A diretora do espetáculo,
Niketi Kondouri, destaca a atemporalidade do texto - a terceira peça
da trilogia tebana do autor grego. "Ele faz perguntas para questões
universais como quem somos, o que fizemos, para onde vamos", afirma.
"Claro que não podemos olhar para o texto como os gregos antigos
olhavam. A nós, ele vai tocar em outros pontos."
"Antígona não se pergunta sobre a sobrevivência.
Simplesmente sobreviver
não interessa. Interessa viver com dignidade. Essa é sua
luta"
Lydia Koniordou, que interpreta a protagonista de Antígona, apresentada
em novembro no Teatro Sesc Anchieta
Multiplicidades
Além de espetáculos de música, teatro, dança,
palestras, oficinas e exposições de artes plásticas,
a Mostra Sesc de Artes - Ares e Pensares abriu espaço também
para a arte digital. Um dos destaques dessa programação
foi o lançamento do site Multiplicidades, concebido por Ricardo
Barreto. Através da página do Sesc São Paulo (www.sescsp.org.br),
os visitantes podem acessar o trabalho e criar o que o artista e filósofo
chama de webfilmes, construindo sua própria seqüência
para imagens e sons disponibilizados.
"Há muito tempo a arte é ensaísmo. A vanguarda
migrou para o mundo digital"
Ricardo Barreto, criador do site Multiplicidades, lançado na Mostra
Sesc de Artes - Ares e Pensares
Mesa Sesc em destaque
O projeto Fome Zero, a ser implantado pelo futuro governo federal, destaca
o programa Mesa Sesc como referência no combate à fome e
ao desperdício. O trabalho, desenvolvido pelo Sesc São Paulo,
consiste em encaminhar excedentes de produção de alimentos
para instituições que oferecem alimentação
a pessoas carentes. O programa recebeu o Prêmio Nutrinews Destaque
Foodservice 2002, outorgado às entidades que mais contribuíram
com projetos inovadores na área de alimentação. O
Mesa Sesc está presente nas cidades de São Paulo, Santos
e São José dos Campos e arrecada mensalmente, por meio de
460 empresas doadoras, cerca de 200 mil kg de alimentos, atendendo a 370
instituições e beneficiando aproximadamente 54 mil pessoas.
Planejamento em
pauta
O Centro de Turismo Olho D'Água, em São Luís (MA),
sediou a reunião anual dos Diretores Regionais e dirigentes do
Sesc dos estados brasileiros. O encontro, organizado pelo Departamento
Nacional, contou com a participação de seu diretor, Albucacis
de Castro Pereira. Em pauta, o planejamento estratégico da entidade.
Sanfonia
A sanfona foi destaque de dois eventos promovidos pelo Sesc São
Paulo no mês de novembro. Sanfonia a Dois, no Sesc Pinheiros, reuniu
acordeonistas como Caçulinha e Toninho Ferragutti para encontros
intimistas com músicos de diferentes instrumentos. Dando continuidade
ao projeto Brasil da Sanfona, que aconteceu em março no Sesc Pompéia,
foram lançados na unidade dois CDs gravados ao vivo durante o evento.
A noite incluiu apresentações de alguns dos participantes,
como Renato Borghetti e Dominguinhos.
"Tem acordeonistas que tocam música clássica, erudita,
popular. Eu mesmo já toquei tudo o que você pode imaginar:
bossa nova, jazz, iê-iê-iê. A sanfona serve pra tudo,
rapaz. Aquilo é um piano de joelho"
Dominguinhos, no Sesc Pompéia