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Habitar Palavras: Lucila Isipon
Viralize
Caminhei por onde meus instintos preconizaram
Por onde meus pesadelos fossem somente um instante somente de medo
Onde não havia terror e ao fundo seguia junto ao meu corpo ensandecido um tanto bom de calor, afago n'alma e um abraço antes sucumbido ao tanto que lhe foi retirado e sofrido
Era o amor...
Das coisas singelas, conversas em janelas e o perfume de flores no ar, fazendo bailado ao olfato, discursando em formato de lágrimas caídas do céu de tantos que se foram
Era a saudade...
Dizia em brados de significância, dentre a tantas reentrâncias hoje deixadas ao léu das irrelevâncias
Tanto ficamos temerosos em dizer, fazer, se jogar, até que nos chega a realidade a nos transformar.
Foi a perda...
Foi o medo...
Foi a quietude a nos ser retirada
Foi o afastar das coisas cotidianas e que tantos de nós não dávamos a devida importância
Não porque não merecêssemos, mas pelo simples fato de fazerem parte de nosso cotidiano
Hoje reluz na lembrança estes dias nos quais plantávamos rosas sem endeusar
Comíamos o alimento sem mitigar a fome
E a sede que hoje nos consome é que viralize o amor na vida de todos
Que seja este um vírus potencialmente propagável, transmissor e transformador de vidas... o indefectível amor.
Uma visão de amor extremo sobre todas as coisas simples da vida!
Prometo
Os sonhos reais que obtive contigo
Permanecem no meu presente,
Descansam em um canto insistente,
Dor dilacerante, um fustigo.
Nossa jornada foi interrompida
Permanecendo em meu corpo um exalar de saudade,
Sempre foste minha subjetividade,
Um tanto de promessa envolvida
Se olhar aos céus, há de me reter
Verás um corpo maltratado, como desfalecido,
Entretanto não me foge o prometer;
De combater veemente o desconhecido
Microscópico, viral, mortal, sem razão de ser,
Deambulando em ares ressentidos.
Sobre a autora
Lucila Isipon nasceu em Pacaembu-SP, com a idade de 1 ano de vida, sua família mudou-se para a cidade de Ilha Solteira, onde residiu até seus 18 anos, e hoje mora em uma pequena e tranquila cidade do interior paulista chamada Pongaí.
Considera-se privilegiada, pois na época de escola dispunha de maravilhosos professores, assim como se fazia presente em diversos movimentos culturais. Começou escrevendo coisas do cotidiano, sentimentos, pensamentos, até ser convidada por amigos a participar de grupos poéticos. Participou de Coletâneas em conjunto com diversos escritores e relata que seu maior prazer é escrever.
Habitar Palavras - Biblioteca Sesc Birigui
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