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Cooperativismo de plataforma: uma opção possível?

Aline Os, do Coletivo Señoritas Courier. Ela está de pé ao lado de sua bicicleta com uma camiseta escrito "Pedale como uma garota". Foto: Carol Tereza

 

Neste mês de agosto de 2021 começa a primeira edição do Territórios do Comum - ação em rede voltada ao tema da cidadania em suas múltiplas dimensões (sustentabilidade, valorização social e acessibilidade) e possibilidades de colaboração entre as iniciativas sociais presentes nos territórios onde estão inseridas as Unidades do Sesc.

Como parte da programação, o Sesc Avenida Paulista promove a série de encontros Cooperativismo de plataforma: uma opção possível? 

Serão sete encontros com iniciativas localizadas em plataformas digitais (aplicativos, sites e perfis em redes sociais) que possuem o objetivo comum da promoção de relações sociais, econômicas e culturais pautadas pela cooperação, solidariedade e equiparidade de direitos.

Símbolo de Libras. Todos os encontros contarão com tradução em Libras.

 

Imagem com uma representação artistica de um catador, ecrito Territórios do Comum.
 

Autonomia financeira sustentável
Na contramão de uma crescente precarização das relações de trabalho e das relações pessoais, essas iniciativas buscam conectar pessoas e práticas em processos que gerem uma autonomia sustentável e igualitária para trabalhadores, grupos sociais, consumidores e demais envolvidos.

A mediação é de Fabrício Barili, membro do Digilabour, laboratório de pesquisa que produz investigações em torno das conexões entre mundo do trabalho e tecnologias digitais. É graduado em Comunicação Social e mestrando em Ciências da Comunicação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS).

Quando serão os encontros?
As atividades acontecem de 11/8 a 22/9, sempre às quartas, das 19h às 21h30.
Os encontros serão realizados pela plataforma Zoom.

Como se inscrever?
As inscrições valem para todos os encontros e podem ser feitas AQUI.
 

Programação dos encontros:


DIA 11/8, QUARTA
Cooperativismo de plataforma: uma opção possível? 

Fotos lado a lado de Victor Barcellos e Rafael Zanatta. Eles são homens jovens, vestem camisa e usam barba curta.
Victor Barcellos (Foto: Tales Duarte) e Rafael Zanatta (Foto: Yasmin Victorino)


Apresentação geral dos encontros, assim como dos aspectos conceituais do chamado "cooperativismo de plataforma". Serão expostas experiências de construção de alternativas de atuação de trabalhadores, ONGs e startups nesse novo formato, além da discussão do atual cenário das relações sociais e de trabalho na era dos aplicativos.

Com Victor Barcellos (Instituto de Tecnologia e Sociedade - ITS Rio) e Rafael Zanatta (Associação Data Privacy Brasil de Pesquisa).


DIA 18/8, QUARTA
A ciência do aplicativo na construção de mundos sustentáveis 

Um homem jovem, catador, segura o celular com a tela de um mapa. Há um prédio no fundo, ele usa uma camiseta do "Pimp my Carroça".
Cataki - Pimp My Carroça. Foto: Ana Oshiro


A partir da experiência bem-sucedida do aplicativo Cataki, o encontro trará outras iniciativas que abordam a criação e uso de aplicativos e que incentivam a reciclagem de resíduos (inclusive eletrônicos), atuando em sintonia com pesquisadores, coletores e comunidades.

Com Patrícia Rosa e Renato Ruiz (Cataki - Pimp My Carroça), Andreia Rabelo (Recicle Mais), Carlos Martelini e Dra. Beatriz Pinheiro (Recyclin).


DIA 25/8, QUARTA
Autogestão e mobilidade através de experiências de entregadores de bicicleta   

Foto em preto e branco de um ciclista visto de trás. Ele usa uma mochila e está pedalando no meio de uma rua em uma cidade grande.
Pedal Express. Foto: Vinicius Hax


Encontro para a apresentação das iniciativas "Pedal Express" e "Coletivo Señoritas Courier" e discussão sobre as experiências de autogestão democrática dentro dos grupos, levando em consideração o cenário das plataformas digitais.

Com Vinicius Hax (Pedal Express) e Aline Os (Coletivo Señoritas Courier).


DIA 1/9, QUARTA
Pagando o justo pelos produtos dos povos e comunidades tradicionais brasileiros

Foto de três jovens indígenas. A menina na frente segura uma castanha. Uma menina e um menino atrás mostram telas de celulares com o app. Há um banner ao lado deles com desenhos esquemáticos de florestas.

                                                Plataforma Castanhadora. Foto: Maicon Aruá

Encontro entre as plataformas "Castanhadora" e "Tucum Brasil" no qual compartilharão seus processos e histórias na construção de redes de comércio que operam com valores justos para a venda da castanha e para os produtos artesanais dos povos indígenas brasileiros.

Com Daniel Tygel e André Segura Tomas (Castanhadora) e Amanda Santana (Tucum Brasil).


DIA 8/9, QUARTA
Promoção e autonomia nas redes artesanais nacionais

Três meninas indígenas trançam folhas grandes. Elas estão em uma oca. Há uma luz forte ao fundo.
Projeto Artesol - etnia Yawanawa no Acrre. Foto: Camila Pinheiro / Projeto Mãos


Com o intuito de fortalecer as redes de artesãos nacionais por meio de valores como o cooperativismo e a autogestão, as iniciativas "Artesol" e "Design Possível" são as convidadas deste bate-papo sobre promoção e autonomia nas redes artesanais nacionais.

Com Josiane Masson (Artesol) e Julia Asche (Design Possível).


Quarta, 15/9
Tecnologias assistivas: a inclusão social pela via digital I


Aplicativo Expressia TIX


A proposta do encontro é refletir sobre como plataformas digitais podem estimular e subsidiar a autonomia das pessoas com deficiência. Participam da mesa Ronaldo Tenório, do aplicativo "Hand Talk", um tradutor para a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e Suely Maciel do aplicativo "Biblioteca Falada", que realiza a transformação de textos literários e jornalísticos, dos formatos impresso e digital, para o áudio.

Com Adriano Assis (Expressia TiX) e Suely Maciel (Biblioteca Falada).


DIA 22/9, QUARTA
Tecnologias assistivas: a inclusão social pela via digital II


Ronaldo Tenório (Hand Talk)
 

Neste segundo encontro com o tema das tecnologias assistivas, serão apresentadas duas iniciativas que abrangem diferentes tipos de deficiência: o aplicativo "Guida de Rodas", que é um guia colaborativo de consulta e avaliação de lugares acessíveis para pessoas com dificuldade de locomoção, e o aplicativo Expressia Tix, que ajuda pessoas não verbais ou com dificuldades na fala a se comunicarem facilmente.

Com Bruno Mahfuz (Guia de Rodas) e Ronaldo Tenório (Hand Talk).

 

Saiba mais sobre quem participa


Fabrício Barili
Membro do Digilabour, laboratório de pesquisa que produz investigações em torno das conexões entre mundo do trabalho e tecnologias digitais. Possui graduação em Comunicação Social e é mestrando em Ciências da Comunicação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Site pessoal.

Rafael Zanatta
Diretor de pesquisa da Associação Data Privacy Brasil de Pesquisa e professor do Data Privacy Brasil. Mestre e doutorando pela Universidade de São Paulo. Foi líder de projetos do InternetLab e pesquisador da Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas. Linktree.

Victor Barcellos
Pesquisador do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS Rio) e Doutorando em Comunicação e Cultura na UFRJ. Mestre em Ciência da Informação pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia em convênio com a Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IBICT-ECO/UFRJ). Twitter.

Cataki e Pimp My Carroça (São Paulo, SP)
Cataki é o aplicativo criado em parceria com a ONG PimpMy Carroça,  que  se propõe a aproximar geradores e catadores de resíduos, aumentando reciclagem e renda do modo justo e solidário. Representantes: Patrícia Rosa e Renato Mota Ruiz.

Recicle Mais (Divinópolis, MG)
Aplicativo criado por estudantes do Cefet em Minas Gerais, voltado à implantação da coleta seletiva de lixo em Divinópolis (MG). Lançado em 2019 e desenvolvido a pedido da ONG Lixo e Cidadania para integrar os coletores de lixo com as famílias que fazem a separação do lixo em casa. Representante: Andreia Rabelo. Release.

Recyclin (Garça, SP)
Criado por estudantes de Engenharia de Computação da Univesp, o aplicativo gerencia o lixo eletrônico, identifica os locais de coleta mais próximos ou agenda a retirada dos equipamentos na própria residência dos munícipes, por recicladores locais. Representante: Carlos Martelini e Profª Drª. Beatriz Pinheiro.

Coletivo Señoritas Courier (São Paulo, SP)
Fundado por Aline Os, a rede realiza serviço de coleta e entrega de encomendas na cidade de São Paulo. Iniciativa feita por mulheres e pessoas LGBTQIA+, atuando exclusivamente de bicicleta. Representante: Aline Os.

Pedal Express (Porto Alegre, RS)
O grupo atua em Porto Alegre com serviço de mensageria em bicicleta. Realizam entregas de documentos, pacotes, caixas e demais itens, sempre feitas com mochilas de diferentes tamanhos. Representante: Vinícius Hax.

Castanhadora (Brasília, DF / Belém, PA)
A Castanhadora é um aplicativo que ajuda as famílias a gerenciarem os custos de produção e calcular o preço de venda da castanha durante a safra. Ferramenta que acompanha o ciclo e impede que o produtor tenha prejuízo na hora de vender. Representante: Daniel Tygel (Coletivo Eita!) e André Segura Tomasi (Instituto Internacional de Educação do Brasil - IIEB).

Tucum Brasil (Teresópolis, RJ)
Empresa que tem como principal intenção promover a valorização das artes dos povos indígenas. Assessoram organizações indígenas na estruturação da cadeia produtiva do artesanato, no desenvolvimento de seus negócios e parceiros comerciais na venda de produtos. Representante: Amanda Santana.

Artesol (São Paulo, SP)
A Artesol tem como missão promover a salvaguarda do fazer artesanal de tradição cultural, estimulando a autonomia dos artesãos e o seu desenvolvimento sociocultural e econômico no Brasil. Representante: Josiane Masson.

Design Possível (São Paulo, SP)
O Design Possível articula, fomenta e fortalece de forma cooperativa e autogestionária iniciativas de impacto social e/ou ambiental, formando uma rede que promova transformações positivas para a sociedade. Representante: Julia Asche.

Guia de Rodas (São Paulo, SP)
Na plataforma colaborativa, qualquer pessoa pode avaliar ou consultar a acessibilidade física dos locais que visita, conferindo assim previsibilidade para que pessoas com deficiência ou restrição de mobilidade possam planejar melhor seus destinos. Também estimulam os estabelecimentos a aprimorarem sua estrutura e atendimento para receber todos. Representante: Bruno Mahfuz.

Hand Talk (Maceió, AL)
Criado pela Sururu Valley, o aplicativo funciona como um tradutor de bolso, traduzindo texto e voz automaticamente para Libras, além de ter uma seção educativa com uma séria de vídeos onde ensinam sinais e expressões em Libras para os interessados na língua. o app ganhou em 2015 pela ONU o prêmio de Melhor App Social da América Latina. Representante: Ronaldo Tenório. Site. Baixe o aplicativo.

Expressia TIX (Belo Horizonte, MG)
O Expressia TIX é um aplicativo que ajuda pessoas não verbais ou com dificuldades na fala a se comunicarem facilmente. Tem como público-alvo pessoas que são incapazes de se comunicar verbalmente por diversas razões, como em decorrência do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Representante: Adriano Rabelo Assis.

Biblioteca Falada (Bauru, SP)
A Biblioteca Falada é um projeto de extensão da UNESP e realiza a transformação de textos literários ou jornalísticos, dos formatos impresso e digital, para o áudio. Também são realizadas audiodescrições de imagens, fotografias, desenhos, filmes, videoclipes e outros produtos audiovisuais. Representante: Profª Drª. Suely Maciel.

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Para ampliar possibilidades de trocas de conhecimentos e práticas entre as pessoas e coletivos envolvidos e interessados no tema, o Sesc São Paulo realiza de 1º a 15 de agosto o projeto Territórios do Comum, ação em rede voltada ao tema da cidadania em suas múltiplas dimensões e possibilidades de colaboração entre iniciativas sociais. 

A programação está dividida em dois eixos: mobilização social, que aborda estratégias de desenvolvimento de ações comunitárias voltadas para o bem comum, para a geração de renda, acessibilidade a pessoas com deficiência e sustentabilidade; e tecnologias sociais, que buscam ampliar a inclusão social por meio da utilização de tecnologias digitais e ancestrais, para alcançar a melhoria das condições de vida levando em consideração aspectos sociais, ambientais e culturais do contexto local. 
 

Para saber mais e acompanhar a programação completa, acesse: sescsp.org.br/territoriosdocomum.