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Habitar Palavras: Glacia Padiar

Incertezas

Na virada de 2019 para 2020

Comemorávamos feliz a passagem de ano

Só não contávamos que fôssemos

Ser pegos por um vírus tão pequeno

Ou melhor, microscópico.

Há mais de um ano

Vivemos a incerteza de estarmos vivos para o dia seguinte

O mundo vive um caos

Já são milhares de pessoas com suas vidas ceifadas

Inúmeras famílias que não puderam nem ao menos dizer adeus

E, por quê? Porque infelizmente a covid-19 não está de brincadeira

Ela não escolhe cor, raça, classe econômica e religião.

Simplesmente você se contamina

E começa uma luta pela sobrevivência...

São dias e dias de acompanhamento

Outros de internação, e também, 

Há aqueles que felizmente...

Conseguem recuperar-se sem necessitar de maior intervenção 

Ainda que devamos manter o distanciamento social

Este é o momento...

De darmos as mãos em pensamentos

E lutarmos de cabeça erguida,

Máscara no rosto e álcool gel nas mãos 

Para combatemos esse mal que assola a humanidade

Meados de 2021, e nada temos de certeza!

Somente que devemos viver um dia de cada vez.
 

Pandemia 

“Isso é só uma gripe...”

Claro que não. Vivemos um momento de medo, pavor e angústia

Constantemente ouvimos que alguém próximo, ou nem tanto assim,

deixou-nos, partiu, só nos deixou a saudade e por quê?

Porque lutamos contra algo invisível e terrível.

Tornamo-nos reféns dessa situação, desse terror...

Não podemos deixar nossas casas...

Passeios aleatórios, sem chance. O medo é maior!

E se eu pegar?

Tenho filhos, marido, esposa, mãe, pai, avós... enfim, família

Posso contaminá-los sem ao menos saber.

Porém, em alguns casos o risco se faz necessário...

Preciso trabalhar e trazer o alimento para casa

Nessa luta rogo àquele que sigo – não importa a religião – cada um tem uma!

E sigo em frente, desbravando os mistérios dessa doença sorrateira,

E causadora de tanta dor.

É preciso seguir em frente, buscando vencer diariamente esse mal...

Confiante na luta pela vida... minha... sua... nossa...

Um vírus mortal, que já temos um início de tratamento,

As vacinas estão chegando...

Algumas pessoas são favoráveis outras não, 

Mas, elas estão aí!

E assim vamos tentando contornar a pandemia...

Nada definido, não há prazo de validade... duração...

Pode acabar amanhã, como pode ser daqui a algum tempo,

Não há como saber o certo.
 

Caos

Caos... essa é a palavra que define o momento que vivemos!

O mundo está vivendo uma guerra contra algo que não se vê,

Em alguns casos sentimos, noutros não... tudo começa com um mal-estar...

Perca de paladar, olfato, dificuldade respiratória, diarreia, febre,

dores de cabeça... como assim?

Ah, já ia me esquecendo, esses sintomas são diferentes em cada organismo.

Antes a maior preocupação eram os idosos

Agora não há mais idade! 

O governo intercede com lockdown

Aí vêm aqueles que precisam, todo dia, sair de casa, 

Pois estes não podem perder seus empregos

Como ficam? Com pavor, porque esse é o sentimento,

Que assola a população, não há receita certa a seguir...

Somente a prevenção.

Com isso, vêm os alunos, professores e familiares, 

Que estão tentando caminhar juntos para que haja um bem comum

A prioridade são eles, nossos pequenos, que infelizmente, ainda...

Não podem alegrar o ambiente escolar,

Mas, vamos torcer para que em breve nossos pesquisadores

encontrem a cura. Porque somente assim teremos mais tranquilidade.

Deixaremos o caos para trás e voltaremos a viver o momento 

De paz, plenitude e alegrias que vivíamos até o início de 2020...

Caos, quatro letras que nos fazem temer pelo dia de amanhã.

Mas, que com a ajuda de todos nós, perderão sua força,

Passando a ser somente um mal que nos aterrorizou num dado momento

E que com bravura, prevenção e cuidado teremos a união para superar!
 

Sobre a autora

Gláucia Padiar, 32 anos, nascida e criada no município de Auriflama, interior do estado de São Paulo, trabalha no município de Guzolândia. Ambos os municípios são vizinhos. Apaixonada pela leitura, beirando a compulsão. Redescobriu-se como leitora no ano de 2018, e a partir daí não parou mais. Atualmente, concilia o ser mãe, professora, escritora e revisora. Ler é um hábito que nos permite vigiar se nos deixarmos levar pela imaginação. Além desse ponto, temos ainda o enriquecimento de vocabulário e crescimento pessoal e profissional. Ler e escrever são uma atitude de amor. Entreter pela literatura é um prazer sem igual.
 

Habitar Palavras - Biblioteca Sesc Birigui

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