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As paisagens sonoras de Flávio Venturini

Divulgação / Flávio Venturini - Paisagens Sonoras
Divulgação / Flávio Venturini - Paisagens Sonoras

Única e universal, a música feita em Minas Gerais segue sedutora aos ouvidos brasileiros e internacionais.

O compositor mineiro Flávio Venturini, que integrou o célebre movimento musical brasileiro Clube da Esquina, por exemplo, acaba de voltar de sua segunda turnê no Japão, trazendo nos “cases” o sentimento de acolhimento do povo japonês e a vontade de retornar ao País do Sol Nascente.

Atualmente, o músico tem se apresentado com o projeto “Paisagens Sonoras”, com o qual passa pelo Sesc Birigui no final de novembro. Em entrevista concedida à eonline, ele fala sobre suas preferências musicais, relembra os tempos do Clube da Esquina, da banda O Terço e do 14 Bis, além dos novos projetos. Leia a seguir:

 

Uma coisa importante do Clube da Esquina foi o olhar para uma música mais universal com os ouvidos abertos a tudo que acontecia naquele momento, seja o rock, o jazz, o progressivo e a diversidade da música brasileira naqueles anos de ouro.
 

 

Pode citar seis discos (três brasileiros e três internacionais) que você considera essenciais na sua vida?

Flávio Venturini: Vamos lá! Nacionais: “Clube da Esquina” (Milton Nascimento), “Tropicália” (Caetano Veloso, Gilberto Gil e vários artistas) e “Amoroso” (João Gilberto). Internacionais: “Revolver” (The Beatles), “As Falls Wichita, So Falls Wichita Falls” (Pat Metheny & Lyle Mays) e “Trilogy” (Emerson Lake & Palmer).
 

Você tem acompanhado as novas gerações de músicos da música brasileira? Se sim, de quais trabalhos tem gostado?

Flávio Venturini: Mais ou menos... É muita coisa lançada ao mesmo tempo! Mas tem uma cantora que adoro que é a Vanessa da Mata e um grupo também muito interessante, O Teatro Mágico, criado por Fernando Anitelli. Também gosto da cantora e compositora paraibana Flavia Wenceslau e do cantor e performer pernambucano Almério, para citar alguns.

 

Assita ao vídeo da música Segredo, do artista Almério:



Você integrou O Terço, em um período em que o rock brasileiro rendia bons frutos progressivos. Quais as principais características que diferenciam o rock dos anos 70, que deu destaque a grupos como O Terço, O Som Nosso de Cada Dia, Made in Brazil e Casa das Máquinas, e o rock produzido nos anos 80, que revelou bandas como Titãs, Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Ira!, Plebe Rude e uma série de outros grupos?

Flávio Venturini: A diferença é que esses grupos setecentistas faziam um rock com forte influência do progressivo que se fazia lá fora e o rock brasileiro dos 80’s procurou uma fórmula mais simples, em que o grande mérito foram as letras que eram mais atuais à cena da juventude da época. Mas acho musicalmente o progressivo mais trabalhado, mais rico em melodia e harmonia.
 

Hoje, olhando toda a história do Clube da Esquina, quais você considera os principais feitos do movimento? Qual o legado deixado?

Flávio Venturini: Sempre digo que uma coisa importante do Clube da Esquina foi o olhar para uma música mais universal com os ouvidos abertos a tudo que acontecia naquele momento, seja o rock, o jazz, o progressivo e a diversidade da música brasileira naqueles anos de ouro. Acho que o legado foi uma leva de grandes compositores e cada com estilo diferente do outro; a gente se influenciava, mas todos seguiram seu estilo próprio.
 

Que características da sua música você considera que têm uma íntima relação com sua vivência mineira?

Flávio Venturini: Acho que a simplicidade do interior, a religiosidade mineira e a rica harmonia que se mostra na música da maioria dos compositores daqui.

 

Assista ao vídeo da música Todo Azul do Mar, de Flávio Venturini: