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Uma psicodelícia de primavera

Nos meses de setembro e outubro, o Sesc Santo André realizou a Primavera Psicodélica, projeto concebido para celebrar o período que marcou a década de 1960 como o reflorescimento da cultura pop.

Nada melhor para relatar as coloridas e vibrantes manifestações, presentes nos shows e bate-papos, do que o testemunho de um poeta. Zhô Bertholini prestigiou todas as atividades do projeto e nos brindou com seu relato:

 

Uma psicodelícia de evento

Por Zhô Bertholini*

Uma delícia de primavera. Uma psicodelícia de cores, sons e presenças perfeitas para uma celebração de tempos (re)memoráveis do cenário musical dos anos mais criativos, não só musical, mas também de atitudes contra o velho mundo decadente e estagnado. Temas com uma poesia bastante propícia a uma nova era, impulsionada por gritos e guitarras, cantos entre sonoridades progressivas indicando que “raspando o mofo o novo sempre aparece”.


Dito e feito, o Sesc conseguiu trazer espetáculos, vistos e revistos por muitos e muitos, sem qualquer ranço de nostalgia. As emoções dos encontros foram visíveis entre músicos e público presente. Quem veio viu e ouviu as boas vibrações que muito fizeram as cabeças de uma época e ainda nos mantêm acesos livrando-nos da grande caretice que assola os tempos atuais. Digo e repito sempre que necessário: “envelhecer é natural, ficar velho é opcional”. O Sesc, através desse projeto, nos rejuvenesceu com o encanto (que não se perdeu) do grande barato do psicodelismo. Realmente uma psicodelícia de evento.

ps: além das atrações musicais, o livreto do evento, com excelente produção gráfica/visual, contemplou a satisfação de poder guardar e sempre rever momentos de belíssimas performances musicais. A iluminação de palco, um show à parte, muito colaborou para o resgate das visualidades propostas para as apresentações dos tempos viajantes.

 


 

*Zhô Bertholini nasceu em 1953 em Santo André, SP. É poeta e artista gráfico. Entre seus livros publicados estão "Sem ensaio", "Poética Urbana" e "Vagamundo". Editou a Revista A Cigarra com Jurema Barreto de Souza, (1994 a 2007). Participou do projeto “INTERVENÇÃO POETA NA RUA – ZHÔ E A CIDADE”, quando seus poemas do livro “CÉU SEM DONO”, lançado em 2006, foram pintados nas ruas.