Postado em 14/11/2019
Atualmente, o músico tem se apresentado com o projeto “Paisagens Sonoras”, com o qual passa pelo Sesc Birigui no final de novembro. Em entrevista concedida à eonline, ele fala sobre suas preferências musicais, relembra os tempos do Clube da Esquina, da banda O Terço e do 14 Bis, além dos novos projetos. Leia a seguir:
Uma coisa importante do Clube da Esquina foi o olhar para uma música mais universal com os ouvidos abertos a tudo que acontecia naquele momento, seja o rock, o jazz, o progressivo e a diversidade da música brasileira naqueles anos de ouro.
Pode citar seis discos (três brasileiros e três internacionais) que você considera essenciais na sua vida?
Flávio Venturini: Vamos lá! Nacionais: “Clube da Esquina” (Milton Nascimento), “Tropicália” (Caetano Veloso, Gilberto Gil e vários artistas) e “Amoroso” (João Gilberto). Internacionais: “Revolver” (The Beatles), “As Falls Wichita, So Falls Wichita Falls” (Pat Metheny & Lyle Mays) e “Trilogy” (Emerson Lake & Palmer).
Você tem acompanhado as novas gerações de músicos da música brasileira? Se sim, de quais trabalhos tem gostado?
Flávio Venturini: Mais ou menos... É muita coisa lançada ao mesmo tempo! Mas tem uma cantora que adoro que é a Vanessa da Mata e um grupo também muito interessante, O Teatro Mágico, criado por Fernando Anitelli. Também gosto da cantora e compositora paraibana Flavia Wenceslau e do cantor e performer pernambucano Almério, para citar alguns.
Assita ao vídeo da música Segredo, do artista Almério:
Você integrou O Terço, em um período em que o rock brasileiro rendia bons frutos progressivos. Quais as principais características que diferenciam o rock dos anos 70, que deu destaque a grupos como O Terço, O Som Nosso de Cada Dia, Made in Brazil e Casa das Máquinas, e o rock produzido nos anos 80, que revelou bandas como Titãs, Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Ira!, Plebe Rude e uma série de outros grupos?
Flávio Venturini: A diferença é que esses grupos setecentistas faziam um rock com forte influência do progressivo que se fazia lá fora e o rock brasileiro dos 80’s procurou uma fórmula mais simples, em que o grande mérito foram as letras que eram mais atuais à cena da juventude da época. Mas acho musicalmente o progressivo mais trabalhado, mais rico em melodia e harmonia.
Hoje, olhando toda a história do Clube da Esquina, quais você considera os principais feitos do movimento? Qual o legado deixado?
Flávio Venturini: Sempre digo que uma coisa importante do Clube da Esquina foi o olhar para uma música mais universal com os ouvidos abertos a tudo que acontecia naquele momento, seja o rock, o jazz, o progressivo e a diversidade da música brasileira naqueles anos de ouro. Acho que o legado foi uma leva de grandes compositores e cada com estilo diferente do outro; a gente se influenciava, mas todos seguiram seu estilo próprio.
Que características da sua música você considera que têm uma íntima relação com sua vivência mineira?
Flávio Venturini: Acho que a simplicidade do interior, a religiosidade mineira e a rica harmonia que se mostra na música da maioria dos compositores daqui.
Assista ao vídeo da música Todo Azul do Mar, de Flávio Venturini: