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Circuito visual

Foto: Motta Lima
Foto: Motta Lima

Com objetivo de oferecer um panorama amplo e plural da produção artística no Brasil e no mundo, mostras abordam conceitos e propostas de várias matizes

Visitar uma exposição de artes visuais em São Paulo é se deparar com linguagens, abordagens e temáticas diversas. O caleidoscópio de possibilidades tem espectros variados: arte popular, arte contemporânea, entrecruzamento de linguagens e outras abordagens que buscam aproximar o público das artes visuais.

Em maio, a programação tem exposições como Retrato Popular, no Sesc Belenzinho, Lastro em Campo, no Consolação, e Rever Augusto de Campos, no Pompeia. Enquanto a primeira explora a tradição da fotografia popular, a segunda foca em trabalhos de arte contemporânea criados a partir de residências artísticas realizadas no México, Guatemala e Panamá, ee a terceira homenageia os 65 anos da produção do poeta e artista concretista paulistano. Essa variedade de abordagens é uma das preocupações da programação de artes visuais nas unidades do Sesc. O objetivo é tentar levar ao público frequentador um panorama amplo e plural da produção artística.

“Essa abordagem caleidoscópica também reflete o que está sendo pensado e produzido nos diferentes campos da pesquisa e da produção em artes”, explica a gerente adjunta da Gerência de Artes Visuais e Tecnologia, Nilva Luz. “Trata-se de um caminho de mão dupla. Nós buscamos o alinhamento com uma programação diversa, mas também somos procurados por quem produz, e é nesse encontro de desejos que se dá a amplitude de nossa programação.”

Para os parceiros envolvidos na elaboração de projetos desse tipo, o processo é desafiador. “É preciso levar em conta um público diverso desde a preparação do conteúdo da exposição até os textos curatoriais. A escolha das obras, dos suportes e das atividades é pensada com uma linguagem acessível”, explica o curador da exposição sobre Augusto de Campos, Daniel Rangel. Na exposição que estará no Sesc Pompeia de maio a julho, a associação entre a imagem e a palavra é um ponto-chave para atrair o público. “Existe todo um universo visual na poesia de Augusto de Campos. A ideia é fazer uma retrospectiva histórica dessa produção em diferentes suportes. São instalações, esculturas, vídeos, trabalhos históricos, manuscritos, publicações antigas, livro, objetos e uma sala 3D com uma série de poemas animados para uma experiência tátil, sonora, visual e auditiva.”

Projetos desse tipo, que valorizam e aproximam a forma expositiva dos conteúdos de modo acessível, também buscam atrair um público amplo. Além disso, há a aposta em programas educativos, compostos de atividades que ampliam as discussões ou temas apresentados.

Na exposição Lastro em Campo, que fica no Sesc Consolação até julho, há uma programação paralela de cursos relacionados à pesquisa de cada artista presente. “A mostra traz questões mitológicas e ancestrais do México, Guatemala e Panamá em conversa com a cidade, com a violência urbana e o dia a dia do estrangeiro. Os cursos podem vir a servir como um complemento de estudo para entender a mostra”, comenta a curadora, Beatriz Lemos. “Outro ponto interessante é que esses são países que a gente pouco conhece no Brasil, e vai ser uma oportunidade para as pessoas se aproximarem minimamente desses lugares, entrando em contato com informações e detalhes que antes eram impensáveis.”

Na exposição Retrato Popular, no Sesc Belenzinho, também há uma programação  integrada de cursos e oficinas. Além de participar de workshops com artistas da exposição, o visitante poderá ver coleções de monóculos, câmeras de lambe-lambe, cavalinhos e charretes e criar autorretratos (as chamadas “selfies”) com o uso de celulares com câmeras, atualizando o conceito de retrato popular em um cenário que reproduz o ambiente de uma praça de uma pequena cidade do Nordeste.


Ver de perto

Programação de maio convida a reservar espaço na agenda para visitar exposições com temáticas diversificadas

Rever – Augusto de campos | Sesc Pompeia - 5 de maio a 31 de julho

Realizada em parceria com o ICCo – Instituto de Cultura Contemporânea e com curadoria de seu diretor artístico, Daniel Rangel, abrange os 65 anos da produção do poeta e artista paulistano, que em 2016 completou 85 anos de idade. Na exposição, o público pode ver mais de 70 obras em suportes variados, incluindo instalações, colagens originais, serigrafias, painéis em LED, estênceis, animações e vídeos projetados ao longo do espaço expositivo.

Mais informações no Portal Sesc São Paulo.

Retrato popular | Sesc Belenzinho - 5 de maio a 31 de julho

A mostra apresenta obras do acervo do Memorial da Cultura Cearense – Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, de Fortaleza (CE), e de colecionadores particulares, que reconstroem a história da fotografia popular. Sob curadoria de Rosely Nakagawa, Valeria Laena e Titus Riedl, Retrato Popular tem como proposta principal mostrar a importância da tradição da fotografia popular, considerada um patrimônio da história da fotografia regional e parte relevante do registro de cidadãos de diversas as classes sociais.

Mais informações no Portal Sesc São Paulo.

Contando Ovelhas Elétricas | Sesc Santo Amaro - 19 de março a 26 de junho

Com curadoria de Paulo Miyada, a exposição traz um conjunto de obras da dupla Gisela Motta e Leandro Lima, incluindo circuitos eletrônicos, ondas sonoras, lâmpadas fluoerescentes, câmeras sensíveis ao calor e outros elementos sintéticos de fenômenos naturais ou sociais.

Mais informações no Portal Sesc São Paulo.

Desenhos de Cena #1 | Sesc Pinheiros - 15 de abril e 10 de julho

Com curadoria de Aby Cohen, enfatiza a ruptura da fronteira entre as artes cênicas e as visuais por meio da produção contemporânea de 16 artistas da África do Sul, Brasil, China, Finlândia, Holanda, Itália, Nova Zelândia e Reino Unido. O público é convidado a interagir na descoberta do repertório desses artistas e no contato com instalações que evoluirão para a performance ao longo de todo o período expositivo.

Mais informações no Portal Sesc São Paulo.

Lastro em Campo | Sesc Consolação - 10 de maio a 30 de julho

Com curadoria de Beatriz Lemos, reúne 25 obras, entre instalações, performances, vídeos e objetos de onze artistas brasileiros e um guatemalteco, criados a partir de residências artísticas no México, Guatemala e Panamá. As viagens, realizadas de fevereiro a julho de 2015, marcaram as comemorações de 10 anos do Lastro – Intercâmbios Livres em Arte –, uma rede internacional entre cenas de arte na América Latina.

Mais informações no Portal Sesc São Paulo.