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Mosaico

Ilustração: Roberto Alvarenga

JORGE LEÃO TEIXEIRA

 

Gelada O ladrão Cléber Medeiros conseguiu invadir um bar de São José do Rio Preto (SP) mas acabou entrando numa fria. Quando começava a rapina percebeu que alguém chegava, e escondeu-se num freezer. Era o dono do bar que esquecera de desligar o equipamento. Notando que havia alguém no freezer, não hesitou. Sentando-se sobre ele ligou para a polícia, barrando com seu peso os esforços que o ladrão fazia para fugir. Ao ser preso, Cléber saiu do freezer mais gelado que um picolé.

 

Água no chope – Jornalista esportivo tarimbado, Sérgio Noronha possui um fino senso de humor, presente no fecho de suas colunas. Em meio ao debate nacional sobre os tetos salariais, ele externou um desejo: "Tomara que o teto dúplex seja um projeto do Sérgio Naya".

 

Vassoura quixotesca – Assaltada por um pivete diante do Hospital Pinel, no bairro carioca de Botafogo, uma motorista foi salva por um galante gari que, vassoura em riste, investiu quixotescamente contra o assaltante, que fugiu, apesar de estar empunhando uma arma branca. Aplaudido pelos populares que testemunharam a cena, ele fez uma mesura como agradecimento, com a eficiente vassoura.

 

Brasil vai à forra – A imprensa francesa, que sempre cultivou orgasmos plumitivos ao noticiar a presença de cobras nas ruas paulistas e cariocas, vai enfiar sua viola no saco depois que a televisão entrevistou um coronel do corpo de bombeiros, o qual estimou em centenas de milhares as cobras que vivem atualmente em lares franceses, por obra e graça da moda de criar como animais domésticos escorpiões, iguanas, tigres e até crocodilos. As cobras, como circulam pelas canalizações dos edifícios, começam a criar problemas.

 

Inventivo – A criatividade brasileira para nomes pró-prios continua extraordinária. O Fluminense Futebol Clube descobriu que o lateral Vanin, contratado no Paraná, chamava-se em verdade Faustivânio.

 

Enxoval – Os deputados pernambucanos continuam recebendo o chamado "auxílio paletó", no valor de R$ 6 mil, pagos no início do ano. O dinheiro é usado na renovação do guarda-roupa dos ilustres parlamentares, geralmente muito ciosos de sua elegância no plenário. Com a vantagem de não ser computado em cálculo para teto dúplex, teto sobradinho ou teto térreo.

 

Diplomacia – Numa roda de diplomatas do Cone Sul, embaixador conhecido pela língua viperina citou os quatro pilares sobre os quais se ergue o Mercosul: humildade argentina, discrição brasileira, alegria uruguaia e austeridade paraguaia.

 

Prata da casa – Paraíba do Sul (RJ) está fazendo notícias graças às cápsulas energéticas criadas pelo seu laboratório municipal, segundo fórmula da farmacêutica Erika Vizeu. O remédio é conhecido pelo codinome de "Viagra Caboclo". Compostas de guaraná, catuaba, ginseng e marapuana, as cápsulas figuram entre os medicamentos fisioterápicos e alopáticos distribuídos mensalmente a mais de 7 mil pessoas, mediante prescrição médica.

O fã-clube do Viagra Caboclo cresce dia a dia, garantindo que a receita é tiro e queda, tanto para abrir o fôlego como para abrir o apetite sexual.

 

Pós-Freud – O embaixador Sérgio Rouanet foi visitar a cidade onde Freud nasceu, Pribor, antiga Freiberg, a fim de prestar suas homenagens ao pai da psicanálise. E acabou descobrindo uma coisa curiosa: a casa onde ele nasceu é usada por um cavalheiro que trata de neuroses e depressão com terapias chinesas, baseadas em ervas e massagens em pontos críticos do corpo. A casa fica na Praça Sigmund Freud, que já se chamou Adolf Hitler durante a ocupação nazista, e depois Josef Stálin ao tempo da Cortina de Ferro.

 

Mobilidade Deputados continuam trocando de partido como trocam de camisa. Mas Philemon Rodrigues, eleito pelo PTB de Minas Gerais, ganhou o troféu Troca-Troca do ano 2000: num só dia amanheceu no PMDB, bandeou-se para o PL na hora do almoço, voltou ao PMDB, após o lanche como madalena arrependida, para filiar-se novamente como madalena arrependidíssima ao PL, quando a noite caiu sobre Brasília.

 

Noblesse oblige Convidados durante o carnaval de Salvador para o badalado camarote de Gilberto Gil, o rei da Suécia, Carlos Gustavo, e a rainha Sílvia, que cresceu no Brasil, tiveram como pièce de résistance do bufê baiano que lhes foi servido acarajés de aspecto apetitoso, apimentados à moda da casa. Suas Majestades comportaram-se valentemente, comendo vários acarajés sem dar o braço a torcer, sobrevivendo, Deus sabe como, à tentativa de regicídio cometida por Gil.

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