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Instrumentos gigantes da Orquestra Mágica voltam, restaurados, a encantar crianças e adultos

 

Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), criado em 1990, toda criança tem o direito de "brincar, praticar esporte e divertir-se". No entanto, no que diz respeito a espaços para isso, a determinação do artigo 16 do ECA não tem sido exercida tão plenamente. Com exceção dos playgrounds dos prédios ou terrenos que acabaram se transformando em "praças" sem a infra-estrutura adequada, poucos são os locais reservados especialmente aos pequenos. "Os espaços foram desaparecendo", afirma o escritor Ignácio de Loyola Brandão, em texto publicado no livro A Criança e o Espaço Lúdico (Sesc, 1994). "De horizontes infinitos, as crianças - ontem nós, hoje nossos filhos - foram vendo os limites escassearem, as fronteiras se aproximarem, sentindo a movimentação tolhida e os gestos cerceados."
Na tentativa de ampliar as possibilidades nesse campo, o Sesc Itaquera criou, há 13 anos, o Parque Lúdico, um conjunto de equipamentos voltado exclusivamente para a brincadeira. A unidade inteira oferece atividades múltiplas, e para todas as idades, mas esse espaço cumpre uma função especial: simbolizar em seus 1 mil metros quadrados o "terreno infantil" por excelência. Em seus três módulos, o Bichos da Mata, a Orquestra Mágica e o Espaço de Aventuras, tudo é pensado para ser brinquedo e meio de conhecimento e sociabilização. Para ter uma idéia de sua importância, somente no ano passado, o local recebeu aproximadamente 200 mil crianças.


Afinados
Entre os equipamentos, a Orquestra Mágica chama a atenção por sua proposta: uma espécie de parque temático composto por 19 instrumentos gigantes que podem ser "tocados" como os de verdade. "A Orquestra Mágica possui grande diferencial, é singular", afirma José Carlos Monteiro, gerente-adjunto do Sesc Itaquera. "A proposta dos playgrounds tradicionais instalados nos grandes centros urbanos, em sua grande maioria, são estáticos enquanto aqui, além do aspecto recreativo, a proposta sociabiliza e estimula a criatividade musical das crianças, por meio de ações educativas e interativas." Quem freqüenta a unidade certamente já deparou com a Guitarra Doida, a Flauta Coletiva ou o Carrossel de Reco-Reco. Mas há novidade no ar. A orquestra inteira passou por uma reforma e vai ser reaberta no dia 2 de setembro, com direito a programação especial (veja boxe "Instrumentões"). "Do ponto de vista arquitetônico, a orquestra não foi alterada", explica Monteiro. "O que houve foi uma significativa melhora na qualidade dos equipamentos. Novas tecnologias, mecanismos e materiais ampliarão a possibilidade de interação da criança com o brinquedo." Segundo o gerente-adjunto, o objetivo dessa reformulação foi expandir o potencial lúdico musical dos brinquedos, fazendo-os se aproximar ainda mais de instrumentos reais - inclusive, em alguns casos, no que diz respeito à escala de notas. Para isso, foram trocadas cordas, caixas de ressonância, teclas e mecanismos. Enfim, o conjunto agora é mais "afinado". "Houve ganho de qualidade e, por conseqüência, a melhoria dos serviços e das atividades desenvolvidas nesse equipamento", retoma Monteiro. "Esse ganho de qualidade refletirá na melhoria do processo educativo da criança no seu primeiro contato com a sonoridade." As harpas, por exemplo - duas no total -, ganham cordas de aço, mais resistentes, porém, não menos "melodiosas". Além disso, as caixas de ressonância e o tampo sonoro receberam reforço na espessura, o que auxilia na propagação do som. Já as teclas do órgão de pedaleira, antes mais pesadas, agora são feitas de um material que as tornou mais leves, diminuindo o esforço da criança e agilizando o movimento.
A arquiteta Christina de Castro Mello, da equipe responsável pela reforma e uma das autoras do projeto, há 13 anos, explica que criar equipamentos para crianças exige atenção especial. "O projeto voltado para a criança deve considerar suas características físicas, mentais e psíquicas", afirma. "E deverá constituir-se em elemento incentivador das características mais importante da criança, que são a curiosidade e a vontade de descobrir e de aprender". No que depender dessa nova versão da Orquestra Mágica, a exploração de possibilidades, o aprendizado e, claro, muita diversão estão garantidos. "Houve um aumento da magia", conclui Monteiro.

 

Ver boxes:

"Instrumentões"

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

"Instrumentões"

Sesc Itaquera prepara uma série de atividades para a reabertura

Vai haver oficinas, shows musicais e muita brincadeira na reabertura da Orquestra Mágica, no dia 2 de setembro. As atividades se estendem por todo o mês, e entre os destaques estão um show com a banda Uakti - que promete interagir com o público presente - e uma oficina de música digital a partir dos sons produzidos pelos brinquedos-instrumentos (ambos no dia 2, às 11 horas). Mas a grade inclui também uma vivência com noções básicas de musicalização nos próprios brinquedos-instrumentos. Imagine aprender a "tocar" um violino de quase 5 metros de altura? Vai ser nos dias 5 e 6, às 9 e às 14 horas. O Brincando na Orquestra será composto de gincanas para explorar os "instrumentões" em suas diversas possibilidades de som - do dia 7 ao 30.

 

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