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De Moacir a Marsalis

Wynton Marsalis no Mirante do Sesc Avenida Paulista | Foto: Erika Mayumi
Wynton Marsalis no Mirante do Sesc Avenida Paulista | Foto: Erika Mayumi

De 19 a 30 de junho, Wynton Marsalis e a Jazz at Lincoln Center Orchestra passa pelas unidades Campo Limpo, Consolação, Guarulhos, Itaquera, Parque Dom Pedro II, Pinheiros, Pompeia e Vila Mariana. A residência tem como objetivo compartilhar experiências artísticas e educativas, além de promover trocas e diálogos com os artistas e públicos brasileiros. As atividades com caráter educativo incluem concertos comentados voltados à formação de novas plateias, concertos com repertório de compositores fundamentais do gênero, além de outros com obras autorais de Wynton Marsalis e dos demais integrantes da orquestra. Entre os compositores de jazz que ganharam arranjos da JLCO está o brasileiro Moacir Santos.

Moacir Santos (Serra Talhada, 8 de abril de 1926 — Pasadena, 6 de agosto de 2006) foi um arranjador, compositor, maestro e multi-instrumentista brasileiro. Iniciou sua carreira no sertão pernambucano como integrante de bandas. Na década de 1940 mudou-se para o Rio de Janeiro, e nessa cidade foi contratado pela Rádio Nacional. Durante dois anos, morou em São Paulo, onde regeu a orquestra da TV Record, voltando logo em seguida para o Rio de Janeiro. Em 1967 mudou-se para Los Angeles onde viveu compondo trilhas para o cinema e ministrando aulas de música. 

A primeira vez que ouvir falar no Wynton Marsalis foi em 2015. O trompetista era sempre citado como referência por meu professor no Centro de Música do Sesc Vila Mariana, o Maurício Aguilar. Foi nesse ano também que duas coisas muito importantes aconteceram na minha vida: em janeiro, entrei no Sesc para ser editora web do Sesc Itaquera; em fevereiro fui selecionada para ser baixista da big band que iria tocar o álbum "Coisas" do Moacir Santos na íntegra.

Conhecer a obra de Moacir Santos foi abrir uma porta para um vasto universo musical e cultural. O álbum "Coisas" foi o primeiro LP que Moacir lançou, em 1965. As 10 faixas nomeadas como "Coisas" passeiam pelo samba, maracatu, ritmos africanos, jazz, blues, xaxado, baião e música latina. Foram 10 partituras que eu precisei aprender a ler, tocar e fazer pulsar a big band nas quatro cordas do baixo, instrumento que une o ritmo à harmonia.

Seis meses de desafios que resultaram em apresentações na praça, no auditório e ao final do ano, depois de ensaiar mais as músicas e incorporar Pixinguinha ao repertório, nos apresentamos no teatro do Sesc Vila Mariana em uma noite que eu vou lembrar para o resto da minha vida!

Sou muito feliz e grata por ter a música permeando minha história com o Sesc. Agora, trabalhando no Sesc Avenida Paulista, tive a oportunidade de conhecer e entrevistar os músicos e as musicistas envolvidos na residência do Jazz at Licoln Center Orchestra que passa por oito unidades do Sesc, até 30 de junho de 2019. Confira no vídeo:


*Carol Vidal é editora web do Sesc Avenida Paulista. Trabalhou também nas unidades Itaquera e Pompeia. Estudou guitarra e contrabaixo e fez parte da Orquestra Experimental Popular e do Grupo Instrumental Popular no centro de música do Sesc Vila Mariana.