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O desenvolvimento do idoso no Sesc Rio Preto
Na última década, segundo o IBGE, a população idosa teve um crescimento de 50% no Brasil. Este crescimento está diretamente ligado ao aumento da expectativa de vida da população, que cada vez mais tem se preocupado com a qualidade de vida, principalmente na fase idosa. Com o aumento da população idosa, a ideia de incapacidade e fraqueza na velhice vem perdendo espaço dia após dia, com a ascensão da população acima de 60 anos que se preocupa com a saúde mental e corporal e adepta às práticas de atividades artísticas, sociais e físico-esportivas.
Essa mudança de hábito é o primeiro passo para o desenvolvimento integral da população idosa: “A necessidade de preservar capacidades físicas, intelectuais, além da manutenção da saúde mental, se torna fundamental diante dos desafios diários que a pessoa idosa enfrenta, por muitas vezes, sozinha”, afirma Clóvis Aguiar, técnico de programação do Sesc Rio Preto.
Neste contexto, o programa Trabalho Social com Idosos – TSI – visa promover a sociabilização, a reflexão e o desenvolvimento de novas habilidades com o idoso. Criado há 55 anos pelo Sesc São Paulo e voltado para o público acima dos 60 anos, o programa oferece atividades nas áreas artística, física e sociais, com cursos oficinas, encontros, bate-papos e aulas abertas.
O programa, que é subdividido nas áreas de Arte e Expressão, Corpo e Movimento e Sociedade e Cidadania, oferece atividades que propõem uma reflexão sobre o envelhecimento saudável. No Sesc Rio Preto, o Trabalho Social com Idosos oferece os cursos de Iniciação Teatral, Violão, Canto e Expressão da Voz, Dança de Salão e Informática (Módulo 1 e Módulo 2). “Nossa unidade se posiciona como um lugar onde é possível encontrar atividades que possam proporcionar desenvolvimento corporal, artístico e cognitivo”, diz Clóvis Aguiar.
Os cursos que envolvem teatro, música e dança exploram práticas de expressão, interpretação e atuação por meio da arte. Teresinha Fiorese, de 84 anos, que é participante do TSI, na turma de Iniciação Teatral, contou um pouco sobre sua relação com a programação: "Tudo relacionado à arte me interessa, me dá ânimo, a arte nos ajuda a não ficar parada no tempo".
Com aulas e apresentações, o curso também ajuda os participantes a quebrarem barreiras pessoais como a dificuldade de se expressar em público. "Já frequentava o Sesc aos domingos para dançar. Vi o trabalho com os idosos e tive curiosidade. Então vim conhecer as aulas de canto e tive uma grata surpresa. Sempre gostei de cantar, mas não pensei que teríamos uma apresentação. Fiquei um pouco nervosa, mas correu tudo muito bem. O entrosamento entre os alunos foi muito bacana", relata Marina Barbosa de Campos, 63.
Ao término dos cursos anuais, os alunos realizam uma apresentação para demonstrar o resultado do trabalho. Neuza Fuzimoto, 67 anos, participa das turmas de canto e violão e falou sobre a experiência de estar no palco: "A importância que o Sesc nos dá e toda a sua equipe é tão grande que é como se a gente fosse artista de verdade. Foi muito bonito o trabalho de toda a equipe, de iluminação, som. Admirei muito, do fundo do meu coração, essa importância toda para com nós, aprendizes", afirma Neuza.
O Trabalho Social com Idosos propõe outra maneira de ver o idoso e o envelhecimento. “O programa olha para o envelhecimento de uma forma diferente, colocando o idoso como principal protagonista”, afirma Clóvis Aguiar.