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6 motivos para visitar a Bienal Naïfs na reta final

Onde estão Negros? - Intervenção criada pela Frente 3 de Fevereiro<br>Foto: Renata Dantas
Onde estão Negros? - Intervenção criada pela Frente 3 de Fevereiro
Foto: Renata Dantas

Os educadores da exposição passaram os últimos três meses imersos no universo da arte naïf. Perguntamos quais são para eles as obras ou questionamentos mais interessantes que a 13ª Itinerância e a Evidências trazem para o público. 

1) Qual o seu papel na sociedade?

"A Bienal Naïfs permite muita discussão política e social. É algo necessário a gente enxergar o nosso lugar e principalmente, enxergar o lugar do outro".

Larissa Dias


2) Arte: é quando a imagem delira

“Penso muito na questão da imagem que não se adequa a nada, algo que te permite e que não se encerra em si mesmo. Ao conviver com essas obras de arte naïf quis entender a potencialidade dessas imagens. A obra Santa Luzia de Isabela Stampononi é emblemática porque a artista traz um símbolo que pertence a uma determinada iconografia, mas a subverte completamente. É uma imagem poderosa”.

Mateus Mendonça


3) O que é ser ingênuo? 



"Esse é o conceito que a curadoria está querendo desconstruir sobre a questão do naïf. A palavra vem do francês e uma das traduções mais próximas significa ingênuo. A curadoria entra muito na questão do que é ser ingênuo, o por que esse termo é atribuído. Acredito ser uma palavra perigosa porque parece que a pessoa não tem uma captação do que está acontecendo ao redor, é um alguém meio bobo. Sinto que atribuir o termo ingênuo é como tirar o senso crítico dessas pessoas. Acho que esta obra, Os dois lados da vida, é muito emblemática porque tem um senso crítico muito forte, então não tem como falar que é uma obra ingênua, espontânea".

Laila Pereira


4) Provocações

“É uma curadoria provocativa. As obras daqui têm muitas camadas. Em um primeiro momento ela te seduz, de uma forma muito sutil, e depois que você acessa as outras camadas isso desperta discussões muito fortes como questões de gênero, racismo, classe, preconceitos diversos e relações sociais”.

Marília Casaro


5) Saboreio

"Neste vídeo da Evidências, a educador brasileira Ana Mae Barbosa chama a atenção para uma característica que é própria da obra naïf ou da arte popular que é o saboreio da imagem. Desde o começo, quis perceber esse termo na exposição e vi que ele realmente existe. É a capacidade do público de saborear devagar aquela obra, vários sentidos, várias características e significados". 

Samuel Barbosa


6) Cotidiano

“A maioria das obras da Itinerância retrata muito o cotidiano. Olhando o trabalho dos artistas, parece que as obras não estão relacionadas ao dia a dia, mas na verdade que as essas pessoas passam e as marcaram. Por isso elas reproduzem nas suas obras. As obras Meninos da Vila Cristina e Gabriel Fuzilado, de Randolpho Lamonier, são duas crônicas em tecido. Gosto muito como ele explora materialidade”.

Thabata Vecchio