Postado em
O protagonismo feminino na programação do Sesc
O protagonismo feminino é uma das pautas mais atuais. No Brasil, o movimento desabrochou sobretudo após a chamada primavera das mulheres, marcada por diversas manifestações em outubro de 2015. Frente às suas necessidades e anseios, elas se mobilizaram e juntaram suas vozes e forças, de forma a colocar o assunto em voga. Desde então, elas estão em todos os lugares. Mas ainda não basta.
Acompanhando todo esse processo de reflexão, discussão e ruptura, o Sesc em São Paulo, cumprindo com seu papel de transformador social, coloca em diversos momentos as mulheres em destaque, mostrando os mais variados papéis exercidos por elas, que permeiam por todas as possibilidades e linguagens artísticas.
No Teatro, o Sesc Ipiranga tem o Efeito Cassandra – Na Calada da Voz, do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos. O espetáculo discute a violência sofrida pelas mulheres através dos tempos, principalmente o silenciamento de suas vozes.
Na mesma linha, o Sesc Consolação tem em cartaz dois espetáculos solos no especial Escritoras na Boca de Cena. Pulso - a partir da vida e da obra de Sylvia Plath e A Dor - a partir de La Douleur de Marguerite Duras fazem um recorte sobre o papel feminino na literatura. Ainda dentro da proposta, as atrizes e a diretora das duas montagens se unem para um bate-papo sobre a construção dos espetáculos e a representatividade das autoras no meio literário.
Enveredando pela Literatura – e seguindo para o interior do estado –, o Sesc Rio Preto realiza a Jornada Internacional de Mulheres Escritoras, que visa discutir a identidade de gênero.
Ainda em Rio Preto, Jarid Arraes, Susanna Busato, Anna Cláudia Magalhães, Marina Rima, Mayara Isis e Márcia Tiburi se distribuem em três atividades dentro do projeto (Re)Versos Femininos, também conduzindo a reflexão da expressividade feminina na escrita.
Para representar a área dos quadrinhos, o Sesc Vila Mariana convida a escritora Marcela Godoy, que fez uma seleção de HQ’s somente com mulheres protagonistas das histórias.
Na área dos Saraus, o Sesc Campinas abre espaço pra elas no Slam das Minas, uma batalha de poetas com microfone aberto - o que incentiva a participação de todas.
Já na Grande São Paulo, o Sesc Osasco realiza o Fórum Vozes do Feminino, com uma palestra e um bate-papo com o Coletivo Dulcinéia Catadora que, dentre as diversas questões, abordará a diversidade feminina, arte feminista e a violência contra a mulher.
Na área de Artes Visuais, o Sesc Santana ocupa duas fachadas do seu entorno com grafites feitos por Panmela Castro (Anarkia Boladona) + Siss e Criola + Ju Violeta + Mag Magrela.
O Centro de Pesquisa e Formação oferece dois momentos para a discussão sobre a participação feminina no mercado artístico: em Novos Estudos: Questões de Gênero e Mercado da Arte e Mulheres em cena: arte, gênero e mercado da arte.
Pra não deixar o debate esfriar após a realização de todas essas atividades, você acompanha em breve, aqui na EOnline, todo o processo da oficina Contextos Literários: com a palavra mulheres, que acontecerá no Sesc Consolação. A ideia é que as vozes ecoem, cada vez mais, garantindo assim o espaço que é delas - tão delas - por direito.
O que já aconteceu:
Trazendo programações passadas (mas, ainda sim, recentes), duas em especial jogaram luz ao tema: o Diálogos da Cidadania – corpos femininos, empoderamento e padrões de beleza, realizado no Sesc Itaquera trouxe três militantes para a conversa, enquanto uma artista criava ilustrações acerca do conteúdo. Na ocasião, publicamos dois artigos que você pode ler aqui e aqui.
Outra proposta que teve como foco a desconstrução dos modelos impostos às mulheres foi De|Generadas, realizada pelo Sesc Santana, cujo pensamento por trás da criação foi contado aqui.
Já o Sesc Belenzinho produziu uma série de vídeos questionando mulheres sobre o protagonismo delas em diversas áreas. Você pode assistir o #EuProtagonista no Youtube, aqui.