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O Circo é protagonista de documentário inédito do SescTV
Realizado pelo Sesc em São Paulo, o filme traz registros poéticos de espetáculos circenses e entrevistas com artistas, diretores e pesquisadores de diversos países, que abordam a formação e o labor do artista, o risco como estética, memória, diferentes espaços de apresentação e possibilidades atuais de construções dramatúrgicas. Dirigido por Daniela Cucchiarelli, o documentário produzido durante a edição de 2015 do CIRCOS – Festival Internacional Sesc de Circo traz trechos de espetáculos e depoimentos dos artistas das companhias Circolombia (Colômbia), Circus Cirkor (Suécia), Cia Cíclicus (Espanha), Joan Català (Espanha), Henrik & Louise (Suécia), Palhaça Rubra (Brasil), Circo Mínimo (Brasil), Circo Escola Picadeiro (Brasil), Galpão do Circo (Brasil), Escola de Circo de Londrina (Brasil), Circo Escola Diadema (Brasil), Escola Pernambucana de Circo (Brasil), SP Escola de Teatro (Brasil), Escola Nacional de Circo (Brasil) e Erva Daninha (Portugal).
Segundo o professor da Universidade Estadual de Campinas e pesquisador na área de circo, Marco Bortoleto, o intercâmbio entre as artes existe desde a origem do circo e não é ele que distingue o circo contemporâneo do tradicional. “A questão é o quanto nós conhecemos do passado para esboçar um entendimento do presente”. Para ele, a distinção entre tradição e contemporaneidade se dá pela existência de escolas de circo. “Isso de fato é novo, não existia no século XVII, no XVIII e no XIX. Hoje, é uma realidade”.
As escolas, inclusive, são um dos temas abordados pelo documentário. Sua criação gerou um debate, sobretudo entre os artistas tradicionais, cuja formação se deu em família, pelo aprendizado de pai para filho. “Eu entendo que muitos que são do circo tradicional talvez não tivessem opção, não escolheram. Essa é uma diferença muito importante entre todos os artistas de escola de circo, porque esses escolheram o circo”, aponta o espanhol Leandro Mendoza, diretor da Companhia Ciclicus. Os entrevistados ainda refletem sobre o cenário atual e as definições da área. “Para mim, é muito difícil dizer onde começa o circo contemporâneo e onde termina o tradicional”, defende a artista sueca Louise Bjurholm. O que perpassa todas as falas é que a estética do risco dá unidade às artes circenses.
Assista aqui a versão com legendas em inglês.