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Mulheres de Cinzas

Mia Couto, autor de Mulheres de Cinzas
Mia Couto, autor de Mulheres de Cinzas

“A guerra é uma parteira: das entranhas do mundo faz emergir um outro mundo. Não o faz por cólera nem por qualquer sentimento. É a sua profissão: mergulha as mãos no Tempo, com a altivez de um peixe que pensa que ele é que faz despontar o mar.”

Mia Couto, em trecho de ‘Mulheres de Cinzas’

 

Enredo do Livro

Primeiro livro da trilogia As Areias do Imperador, Mulheres de Cinzas é um romance histórico sobre a época em que o sul de Moçambique era governado por Ngungunyane (ou Gungunhane, como ficou conhecido pelos portugueses), o último dos líderes do Estado de Gaza - segundo maior império no continente comandado por um africano.

 

Sobre o Autor

António Emílio Leite Couto, ou Mia Couto, nasceu e foi escolarizado em Beira, cidade capital da província de Sofala, em Moçambique. Com catorze anos, teve alguns poemas publicados no jornal "Notícias da Beira" e três anos depois, em 1971, mudou-se para a cidade capital de Moçambique, Lourenço Marques (agora Maputo). Iniciou os estudos universitários em medicina, mas abandonou esta área no princípio do terceiro ano, passando a exercer a profissão de jornalista depois de 25 de Abril de 1974. Trabalhou na Tribuna até a destruição das suas instalações em Setembro de 1975, por colonos que se opunham à independência. Foi nomeado diretor da Agência de Informação de Moçambique (AIM) e formou ligações de correspondentes entre as províncias moçambicanas durante o tempo da guerra de libertação. Em 2013 foi homenageado com o Prémio Camões, que lhe foi entregue a 10 de Junho no Palácio de Queluz pelas mãos do presidente de Portugal Cavaco Silva e da presidente do Brasil, Dilma Rousseff.


Por que ler

Em um país assombrado pela guerra dos homens, a única saída para uma mulher é passar despercebida, como se fosse feita de sombras ou de cinzas. Ao unir sua prosa lírica característica a uma extensa pesquisa histórica, Mia Couto construiu um romance belo e vívido, narrado alternadamente entre a voz da jovem africana e as cartas escritas pelo sargento português.


Curiosidades

Mia adotou o seu pseudônimo porque tinha uma paixão por gatos e porque o seu irmão não sabia pronunciar o nome dele.  Couto tem uma obra literária extensa e diversificada, incluindo poesia, contos, romance e crónicas. Muitos de seus livros foram publicados em mais de 22 países e traduzidos para o alemão, francês, castelhano, catalão, inglês e italiano.

Como biólogo, dirige a Avaliações de Impacto Ambiental, IMPACTO Ltda., empresa que faz estudos de impacto ambiental, em Moçambique. Mia Couto tem realizado pesquisas em diversas áreas, concentrando-se na gestão de zonas costeiras. Além disso, é professor da cadeira de ecologia em diversos cursos da Universidade Eduardo Mondlane (UEM)