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Ouro do Vôlei

foto: Jeff Segenreich
foto: Jeff Segenreich


Em contato com o esporte desde a adolescência, Giba não abre mão dos valores que aprendeu em sua carreira como atleta profissional


Gilberto Amauri de Godoy, o Giba, nasceu em 1976, no interior do Paraná. Começou a jogar vôlei no colégio e não parou. Em 1988 inicia a sua carreira como jogador e já no ano de 1990 compete a sua primeira Super Liga de Vôlei. Aos 18 anos, é convocado pela primeira vez para compor a Seleção Brasileira de Vôlei, em uma relação bem-sucedida e cheia de títulos: 3 medalhas olímpicas (ouro em Atenas 2004, prata em Pequim 2008 e Londres 2012), 3 ouros em Mundiais, 3 Copas dos Campeões, 2 Copas do Mundo, 1 Pan-Americano e 8 Sul-Americanos, além de ser Integrante do Hall da Fama do Vôlei.

A decisão de se aposentar das quadras em agosto de 2014 não afastou Giba do esporte. Ele se dedica a projetos sociais e realiza palestras pelo Brasil compartilhando suas experiências como atleta. Leia a conversa de Giba com a Revista E.


Valores do esporte

Venho trabalhando em projetos sociais com crianças, como comentarista no programa Time de Ouro na Rede Globo, fazendo palestras pelo Brasil e compartilhando minhas experiências profissionais e pessoais com o esporte. Estas vivências estão sendo muito importantes para mim.

O esporte tem um lado competitivo, mas também estimula a questão da paciência e da tolerância com o outro. Jogo vôlei desde 1988, quando comecei minha carreira de jogador, e cresci muito. Foram 25 anos em que passei por diversas fases na vida. Chorei, de tristeza e de alegria, e sorri mais ainda. Foram inúmeras conquistas. Prêmios individuais. Conquistas coletivas. Oito vezes a Liga Mundial. Tricampeão do mundo. Título olímpico, Copa do Mundo, Sul-Americano, Copa dos Campeões. Fui eleito seis vezes o melhor do mundo. MVP de todas as competições que disputei, ao menos uma vez. Ganhei fãs, com os quais aprendi e continuo aprendendo.

Ao conviver em grupo aprendi a respeitar os outros e as diferenças de cada um, porque acredito que somos capazes de conseguir nossos objetivos e sonhos. Somos todos iguais e o esporte me mostrou as minhas qualidades e o caminho que eu queria seguir em minha vida. Disputar Olimpíadas é o sonho de todo atleta amador e foi meu ponto alto na carreira. Fazer parte da equipe vencedora e representar o Brasil foi a minha maior realização como esportista.


Inspire, respire. Não se importe com a idade

Acredito que todas as crianças devem praticar esportes devido aos benefícios físicos. Uma rotina de exercícios e brincadeiras colabora para a formação de um adulto saudável e feliz, reforçando a vivência coletiva e o respeito mútuo, seja com a família ou com os amigos. É importante que a prática do esporte leve em conta o gosto da criança, se ela gosta de esportes coletivos, – vôlei, futebol, basquete –, ou se prefere atividades que sejam feitas de maneira mais individual, como tênis, ginástica olímpica, natação e as várias modalidades que podem ser aprendidas. O papel da família e dos pais é fundamental para que as crianças sejam incentivadas à prática esportiva e não façam nada de maneira forçada. O prazer é elemento fundamental do esporte e deve estar sempre presente em nossas vidas, independente do momento no qual decidimos praticá-lo ou da idade que temos. O esporte é um agregador por excelência e ensina valores que levamos por toda a vida. Comigo foi assim.


"O esporte é um agregador por excelência e ensina valores que levamos por toda a vida. Comigo foi assim."