Sesc SP

Matérias da edição

Postado em

Bloco de notas

Crime de pirataria

Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes), o índice de pirataria no Brasil em 1997 ficou em torno de 68%, o que equivale a dizer que os fabricantes de programas de computador perderam aproximadamente US$ 900 milhões em faturamento, sem falar nos impostos que o governo deixou de arrecadar e nos milhares de empregos que poderiam ter sido gerados se essa prática não fosse tão difundida. Além desses prejuízos, a pirataria é responsável pela elevação dos preços dos programas, uma vez que o volume de vendas é bem menor. Por essa razão, o Congresso Nacional aprovou, em fe-vereiro deste ano, a lei nº 9.609, conhecida como Lei do Software, que dispõe sobre a proteção da propriedade intelectual dos programas de computador e sua comercialização no país. Com isso, os infratores estão sujeitos a multa e pena de prisão.

Um alerta que o consumidor deve levar em conta é a colocação de programas piratas nos computadores vendidos nas lojas. Para não correr o risco de ser acusado de pirataria, o comprador deve exigir que o vendedor descreva na nota fiscal os programas instalados na máquina ou, então, que lhe forneça a documentação do software.

Turismo e educação

Neste final de século, marcado pelo inexorável processo de globalização econômica e o conseqüente acirramento da competição, não podemos perder de vista as preocupações com a qualidade de vida e os cuidados com o meio ambiente. Para enfrentar os desafios e as novas exigências do mercado de trabalho na área de turismo, a educação assume um papel fundamental. Com a finalidade de analisar e discutir essa situação, Luiz Gonzaga Godoi Trigo utilizou sua experiência, adquirida nas áreas pública e privada - com destaque para o Senac de São Paulo -, para escrever o livro "A sociedade pós-industrial e o profissional em turismo", publicação da Papirus Editora, 248 páginas.

Segundo o autor, é preciso compreender a natureza e a profundidade das mudanças que o mundo atravessa para poder preparar melhor novos profissionais, além de dar àqueles que já se encontram no mercado de trabalho o acesso a programas de reciclagem ou atualização.

150 anos de história

A farmácia homeopática Dr. Sabino Pinho, fundada em 1848, no Recife, é a mais antiga da América Latina. O atual proprietário, Luiz Sa-bino Pinho Júnior, tetraneto do fundador, o médico Sabino Olegário Ludgero Pinho, diz que o estabelecimento ainda funciona graças à teimosia de seu pai, que se recusou a fechá-lo mesmo trabalhando no vermelho durante anos. Hoje a farmácia tem quatro funcionários e disputa a clientela com outras seis similares, que foram surgindo ao longo dos últimos 15 anos.

Não deixa de ser curioso o fato de o doutor Sabino Olegário Ludgero Pinho, formado médico alopata em 1845 em Salvador, Bahia, ter sido salvo pela homeopatia em 1847 e nem assim ficar convencido da eficácia do tratamento, devido ao preconceito contra essa prática, adquirido em seus tempos de estudante. Acometido de violenta pneumonia, agravada por reumatismo dos músculos do peito, o doutor Sabino foi tratado pelos melhores especialistas alopatas de Salvador e, mesmo assim, foi desenganado, uma vez que nenhuma das terapias aplicadas teve resultado positivo. À espera da morte, o doutor Sabino foi convencido a fazer uma visita ao consultório de João Vicente Martins, o mais conceituado homeopata do Brasil naquela época, que se encontrava em Salvador para propagar a doutrina. Tratado com a homeopatia, em dois meses estava restabelecido.

Mas foi preciso que ele fosse chamado a tratar de um escravo acometido de tétano, moléstia que jamais havia logrado curar com tratamentos alopáticos, para que o doutor Sabino "arriscasse" lançar mão da homeopatia para tentar salvar a vida daquele infeliz, o que efetivamente acabou conseguindo. A partir dali, o doutor Sabino foi cada vez mais alargando o círculo de sua prática homeopática, até abraçá-la em definitivo e passar a divulgá-la nas regiões norte e nordeste do Brasil.

Depois de quatro gerações, a farmácia que leva o nome desse desbravador teve entre seus clientes o general Castelo Branco, que mais tarde, já presidente da República, regulamentou a homeopatia no país.

Aprendizado em cena

Neste mundo caótico, em que cotidianamente somos soterrados por uma ava-lan-che de informações, não é fácil passar uma mensagem e com ela conseguir uma mudança de comportamento. Porém, quando o ato de aprender é divertido e, mais ainda, se participamos do processo de aprendizagem, o resultado pode ser surpreendente. Foi por acreditar nessa possibilidade que Lúcia Pacheco, educadora, atriz, pedagoga e dramaturga, montou em 1996 a Hilária Troupe, um grupo que utiliza a linguagem teatral como ferramenta de treinamento e educação. O envolvimento e a participação da platéia em divertidas dramatizações de temas sérios, como drogas, qualidade de vida, doenças profissionais, aids, hábitos saudáveis, cidadania, segurança no trabalho, no lar, no trânsito, etc., vêm garantindo ao grupo excelentes respostas dos receptores - adultos, crianças e adolescentes - aos assuntos que aborda. Com criatividade, versatilidade e muita seriedade, a Hilária Troupe não se limita a apresentações em empresas, escolas e instituições, trabalhando também com lançamento de produtos e outros projetos específicos. Maiores informações pelo telefone (011) 227-6746 ou pelo e-mail htroupe@mandic.com.br.

Comida de hospital

Com um desempenho que lhe valeu a conquista da certificação ISO 9001, a Divisão de Nutrição do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - considerada a maior cozinha hospitalar do país - vem conseguindo reduzir a quase zero a rejeição às refeições oferecidas aos pacientes. As mudanças introduzidas vão desde a temperatura dos alimentos - que deve estar sempre em torno de 40 graus - à apresentação visual das bandejas montadas. Além dos cuidados para que os alimentos não se misturem, o caldo do feijão não escorra, etc., a Divisão de Nutrição introduziu geléia e queijo na alimentação dos internos, servidos diariamente nos cafés da manhã e da tarde. Ao todo, os pacientes recebem cinco refeições diárias, perfazendo um total de 6 mil por dia em todo o complexo do hospital.

Menos cesarianas

O Brasil é recordista mundial em partos cesáreos, e num grande número deles esse recurso é empregado sem nenhuma necessidade. Do total de brasileiros que nascem, 33% vêm ao mundo por meio de cesariana, média incrivelmente superior à do segundo colocado, os Estados Unidos, cuja taxa fica em torno de 25%. Há casos de hospitais brasileiros em que 90% dos partos são cesáreos, e em certas regiões do país, como no estado do Mato Grosso, por exemplo, a cesariana está presente em mais da metade dos partos, o que é um absurdo.

Por essa razão, o Ministério da Saúde decidiu, no final de maio passado, limitar o pagamento de cesarianas realizadas em hospitais conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS) a 40% do total de partos, numa tentativa de conter os abusos. Até o ano 2000, o Ministério da Saúde reduzirá esse percentual a 30%.

História de índio

Dentro das comemorações dos 500 anos de descobrimento do Brasil, o Ministério da Cultura, o Itaú Cultural e a Funarte uniram-se para promover um ciclo de conferências intitulado "A outra margem do Ocidente", que reunirá 27 filósofos, antropólogos e historiadores do Brasil e do exterior, além de dois representantes das comunidades indígenas brasileiras: Ailton Krenak e Davi Yanomami. O evento acontecerá no Rio de Janeiro, de 11 de setembro a 3 de novembro, no Palácio Gustavo Capanema, telefone (021) 297-6116, e em São Paulo, de 14 de setembro a 5 de novembro, no Instituto Itaú Cultural, telefone (011) 238-1700. As inscrições devem ser feitas pessoalmente e custam R$ 30. Informações pela Internet no site http://www.itaucultural.org.br ou pelo e-mail ici@itaucultural.org.br.

Comentários

Assinaturas