Se você acompanhou as redes do Sesc Carmo, sabe que em 2020 a exposição Perambular que esteve no primeiro andar da unidade ganhou vários desdobramentos. A exposição, que tinha curadoria de Selma Maria e José Santos, tematizava semelhanças e diferenças entre Brasil e Portugal com brinquedos e palavras. Através da internet, tivemos acesso em casa ao catálogo da exposição, ao Expressário Perambulático e à websérie Perambular e Brincar.
Além dessas ações, convidamos quatro imigrantes que residem em São Paulo, para dar seu depoimento sobre a lusofonia, esse mundo de países que tem o português como idioma oficial. De Timor Leste, Cabo Verde, Angola e Guiné-Bissau, os participantes falaram sobre o processo de colonização de seus países, da independência, das resistências linguísticas e também da adaptação aqui no Brasil. Aqui você pode conferir o que Inu Berê, Lutcha Reis, Vensam Lala e Ermi Panzo apresentaram de suas trajetórias na série de vídeos Perambulando por países lusófonos. As entrevistas foram feitar por Ermi Panzo e a captação de som e imagens são de Sérgio Silva.
Inu Berê (Timor Leste): Vive no Brasil há 3 anos e trabalha desde 2008 como artista plástico. Já realizou várias exposições coletivas e individuais na África, Ásia e no Brasil.
Lucialina "Lutcha" Reis (Cabo Verde): Palestrante, folclorista e ativista cultural africana na diáspora. Mora no Brasil desde 1963, atualmente é Diretora de Artes do Grupo Cultural Caboverdiano e trabalha com narrativas antropológicas do trânsito Cabo Verde-Brasil no processo da imigração escravagista.
Vensam Lala (Guiné-Bissau): Residente no Brasil há 10 anos, é ator, modelo, professor de idiomas e ativista cultural africano diaspórico. É idealizador do projeto VISTO ÁFRICA, onde atualmente desenvolve atividades sobre desmitificação das matrizes africanas no Brasil sob o lema "África não é um país!"
Ermi Panzo (Angola): É escritor, poeta, artista plástico, coreógrafo e bailarino. Atualmente desenvolve projetos de culturas matriarcais e narrativas da ancestralidade africana, como o Movimento Cultural Afrikanse (arte e cultura africana nas diásporas). É autor dos livros "Ópio", "Desassossego" e "Até a próxima vez".