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Potência em flor

Ana Hortides, 1989. Cor de Pele, 2017. 78 bebês de 12 gizes de cera de cores de pele.
Ana Hortides, 1989. Cor de Pele, 2017. 78 bebês de 12 gizes de cera de cores de pele.

A produção e a formação de artistas entre 15 e 30 anos é o foco da Mostra de Arte da Juventude (MAJ), que faz parte do calendário da cidade de Ribeirão Preto desde 1989. A mostra se consolidou como uma relevante ação do Sesc no campo das artes visuais. Sua última edição, realizada entre outubro de 2019 e janeiro de 2020, reuniu obras em suportes variados, como pintura, gravura, escultura, vídeo e performance. A reprodução aqui de alguns desses trabalhos amplia o acesso a uma amostra do que as novas gerações estão pensando e criando.

Quais temas interessam aos jovens? Quais assuntos guiam a motivação e a pesquisa de seus processos criativos? Além de levantar essas reflexões, a MAJ tem aberto espaço para novas possibilidades de fruição e de contato do público com essa nova cena de artistas. “Através do desenho tenho refletido sobre os limites do corpo, o processo cíclico de vida e morte, pensando também em conceitos como a abjeção, o limite entre corpo e não corpo, e o paralelo entre decomposição/composição”, conta Catarina Sabino, uma das artistas selecionadas na última edição da mostra.

 

Formação permanente

Desde 2017 a MAJ tornou-se bienal. Em sua edição mais recente, os artistas selecionados vivenciaram um roteiro intenso: conversas com curadores, visitas a galerias, centros culturais, institutos e museus, além de uma visita mediada pelo jovem curador Diego Matos a Entrevendo, exposição de Cildo Meireles que esteve, de outubro de 2019 a fevereiro de 2020, no Sesc Pompeia. Essa frente do projeto tem como objetivo criar um espaço de troca entre os artistas e também com outros profissionais do campo, como curadores e gestores.

Técnica de programação do Sesc Ribeirão Preto, Elisangela Pimenta evidencia o papel de construção de saberes da Mostra de Arte da Juventude, ação que se firmou como um estímulo à produção de artistas jovens e que se insere em uma programação regular de artes visuais, incluindo cursos, oficinas e encontros. “A ideia é uma formação permanente, mesmo entre as edições, com ações ao longo do tempo.”

 

Linhas que se cruzam

Produção de artistas jovens destaca memória, questões raciais, sociais e de herança colonial em suportes tão variados quanto a pintura e a performance

Entre outubro de 2019 e janeiro de 2020, o Sesc Ribeirão Preto recebeu a 29ª edição da Mostra de Arte da Juventude (MAJ). Com curadoria de Ana Roman e Marcelo Amorim, foram apresentados os trabalhos de 17 artistas (entre eles, duas duplas) entre 15 e 30 anos de idade, de várias partes do país. Nessa edição, surgiram algumas linhas condutoras nos temas abordados: o corpo, o tempo, o cotidiano, dilemas sociais. Na visão de Marcelo Amorim, “a abordagem política foi a maior convergência, pois se estendeu e ecoou em trabalhos sobre a nossa herança colonial, questões raciais e de classe”. Para Ana Roman, é possível observar, no recorte dessa edição, tanto “artistas que trabalham com a questão da memória e que tratam dessa memória de um jeito bem poético e pessoal” quanto artistas que lançam um olhar sobre o Brasil contemporâneo diretamente.

Leia matéria sobre os 30 anos da Mostra: 

https://www.sescsp.org.br/online/artigo/13621_CONHECA+OS+ARTISTAS+E+CURADORES+QUE+PASSARAM+PELA+MAJ+NESSES+30+ANOS

 

Confira algumas entrevistas com os artistas selecionados da Mostra:

 

 

 

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