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10 artistas do extremo sul que já tocaram no Sesc Interlagos
Dos extremos da sul, uma cena vivíssima, pulsante e complexa: aqui está o bairro mais populoso da capital paulista, o mesmo Grajaú que beira Parelheiros, uma verdadeira zona rural dentro da metrópole e retiro de grande parte da produção agrícola da cidade.
E que sons nascem nesse cenário?
Nessa lista, você conhece dez artistas nascidos e criados na sul que já se apresentaram no palco (sempre gratuito e com entrada livre!) do Sesc Interlagos. Prepare-se para mergulhar num universo sonoro que passeia pelo hip hop, rap, mpb e muito mais, cantando de mazelas sociais à procura pelas raízes ancestrais.
A playlist completa, você encontra no nosso canal no YouTube clicando aqui.
Camila Brasil
Cantora, compositora e produtora, Camila subiu ao palco do Sesc Interlagos em 25/11/2018. A artista já tem dois EPs lançados - “Camila Brasil” (2015) e “Crua” (2017). Com forte presença em diversos eventos independentes e atuante no coletivo Sarau do Binho, a artista gosta de misturar diversas influências em seu som, resultando em uma espécie de MPB Indie em que se sobressaem os elementos eletrônicos e a poesia das letras compostas por Camila.
Denise Alves
Nascida e criada no bairro do Grajaú, Denise destaca-se pela incrível potência vocal e pela forte influência da música negra em suas performances e composições, a partir das quais busca expressar seus sentimentos e vivências enquanto mulher negra e periférica. Seu show, que mistura soul music e o hip hop com o samba e a africanidade dos batuques, rolou no Sesc Interlagos em 03/02/2019. Denise já participou de projetos e coletivos de grande importância para a produção cultural da região, como o Graja Groove e o Graja Minas.
Fernanda Coimbra
Com mais de dez anos de carreira artística independente, Fernanda Coimbra se tornou figura conhecida e sempre presente em espaços e encontros tradicionais da zona sul de São Paulo, como o Sarau do Binho, no Campo Limpo. A partir daí, começou a construir apresentações e repertórios baseados em composições de colegas e parceiras/os, como Gunnar Vargas, Camila Brasil e Daniel Fagundes. Pra gente, a Fernanda se apresentou em 26/11/2017.
Gê de Lima
Gê de Lima, que se apresentou em 29/10/2017 na nossa casa, iniciou sua trajetória artística no teatro, ainda adolescente. Quem assiste a um show de Gê nos dias de hoje nota o resultado dessa história: além do timbre vocal único, o que chama a atenção em sua performance é a corporalidade e a habilidade cênica. Com um álbum lançado - “Minha Conduta” (2014) -, o cantor está a caminho de gravar um segundo trabalho, feito apenas com composições autorais.
Graja Minas
O coletivo Graja Minas surgiu com o intuito de promover a autonomia e a potência de mulheres na cena do hip hop na região do Grajaú, historicamente marcada pela presença quase exclusiva de homens. Para isso, articularam-se 19 cantoras, compositoras, poetas e articuladoras culturais do bairro, que juntas trabalharam na composição, produção, gravação e lançamento de um projeto de músicas autorais, com envolvimento total das mulheres do grupo em cada etapa. Daí, surgiu a coletânea “Da Lama Nasce a Flor de Lótus”, lançado em 2018 com apoio do programa VAI. Lá no nosso palco, elas se apresentaram em 01/05/2018.
Luana Bayô
Seja através de sua participação em grupos e coletivos, seja por sua carreira solo, Luana Bayô sempre busca a exaltação e a valorização da cultura popular por meio de sua voz. No repertório de seus shows estão presentes afro-sambas conhecidos e composições próprias, sempre com o toque marcante do samba e da cultura afro-brasileira - por aqui, Luana tocou em 29/04/2018. Criada no bairro do Campo Limpo, a artista prepara o lançamento de seu primeiro EP gravado em estúdio, ao mesmo tempo em que participa de projetos artísticos como o espetáculo “Pele Negra, Máscaras Brancas”, da Cia Treme Terra.
MMoneis
Nascido Rafael Gomes no bairro do Grajaú, MMoneis iniciou a carreira no rap em 2007 junto ao grupo “ArteRima”, dissolvido em 2013. Desde então, em carreira solo, o MC já lançou três trabalhos autorais: “Manutenção dos Fatos” (2015), “Tempo Novo” (2018) e “am:pm” (2019). Com os discos, vem se tornando referência para novas rimadoras e rimadores da região, além de construir uma agenda de apresentações cada vez maior por toda a cidade de São Paulo. Sua performance rolou no nosso palco em 19/08/2018.
Nayra Lays
Em três anos de carreira, Nayra já produziu um EP - “Orí”, lançado em 2017 - e os singles “Preta Chave” (2018), “Coloridas” (2018) e “Parto” (2019). Com seu som, que é uma união entre suas raízes brasileiras com o trip hop, o pop e o rap, já participou de projetos como a residência artística Pulso, na Red Bull Station, e o YouTube Next Up, que buscam destacar e desenvolver novas promessas da música independente, além de ter integrado também o coletivo Graja Minas. Nayra se apresentou em nosso palco em 10/11/2019.
The Monkey's THC
Após mais de 10 anos de carreira, hoje as batidas fortes e o som influenciado pelos elementos do trap e do rap contemporâneo são a marca do The Monkey's THC, que traz na linha de frente as rimas de Negro Z, Ramsés e KR, além da voz potente de Meg Pedrozzo. Com diversos EPs e singles lançados, o grupo comando o palco na Praça Pau-Brasil em 22/09/2019 - e também já se tornou referência na cena independente do hip hop na região do Grajaú.
Xemalami
O coletivo Xemalami - abreviação de Xeque-Mate La Misión - apresenta uma das propostas mais originais vistas hoje no bairro do Grajaú: a mistura da cultura hip hop com o xadrez. Surgido em 2002, o grupo voltava-se inicialmente à promoção de atividades de xadrez com crianças dos distritos da região. A partir de 2005, passou a trabalhar também a música e o hip hop, unindo shows de rap e intervenções de grafite a projetos como o “Xadrez Sem Muros” o “Xadrez Itinerante”. Esse formato esteve em nosso palco em 26/05/2019.
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