Sesc SP

Matérias da edição

Postado em

Irreverência sem igual

Ziraldo, O Pasquim nº 65, 1970
Ziraldo, O Pasquim nº 65, 1970

Meio século é o tempo que se passou desde a lendária primeira edição de O Pasquim, em 26 de junho de 1969. De acordo com Fernando Coelho dos Santos, um dos curadores da exposição O Pasquim 50anos, em cartaz no Sesc Ipiranga, nunca se viu nada parecido com o semanário carioca, que circulou até 1991, seja “na forma, no conteúdo, no impacto, na insolência, na indignação, na irresponsabilidade, na absoluta e completa irreverência. Um momento daqueles que não irá se repetir”. 

Projeto encabeçado pelo cartunista Jaguar e pelos jornalistas Tarso de Castro e Sérgio Cabral, foi uma criação coletiva, que esbanjava colaboradores como: Millôr Fernandes, Ziraldo, Chico Buarque, Paulo Francis, Vinicius de Moraes, Glauber Rocha, Odete Lara, Henfil, Miguel Paiva, entre muitos outros – somados chegaram a 4.308.

Linha do tempo

O tabloide chegava às bancas semanalmente e se destacava na imprensa brasileira por sua popularidade, linguagem moderna e coloquial, e pela audácia editorial e gráfica. Em novembro de 1970, houve a prisão de boa parte da equipe da redação, solta em 1971, episódio que ficou conhecido como a “gripe do Pasquim”. Em março de 1975, a equipe se uniu às campanhas pela anistia e temas relevantes no cenário político e social. Nos anos 1980, a redemocratização e o pluripartidarismo ofereceram um novo horizonte de produção ao grupo. Por seu trabalho incomum, O Pasquim é considerado a publicação responsável por tirar o paletó e a gravata do jornalismo brasileiro. Para Fernando Coelho dos Santos, “eles [a equipe do Pasquim] não tinham regras, tiravam sarro de todos, inclusive deles. Era deboche, sátira. Eram contra tudo e contra todos, inclusive contra eles mesmos”.

Expressão coletiva

Marco da imprensa brasileira, jornal ganha exposição

Aberta ao público até 12 de abril de 2020, no Sesc Ipiranga, a exposição O Pasquim 50anos apresenta a diversidade e a potência de humor e crítica do jornal publicado entre os anos de 1969 e 1991. Os curadores Zélio Alves Pinto e Fernando Coelho dos Santos reuniram quase 100 fotos, livros e revistas. Além disso, 64 cartazes, placas e cartuns com frases cobrem as paredes da unidade e rememoram o comprometimento do tabloide com assuntos como sustentabilidade, anistia e Diretas Já.

Está disponível um material diverso em conteúdos e formatos: 50 capas e textos complementares; 11 capas em formato grande; 33 totens de colaboradores, para homenagear todos os que passaram pela publicação; 12 produções inéditas de quadrinistas convidados que narram episódios engraçados e memoráveis da redação.

Paralelamente à exposição, a Fundação Biblioteca Nacional passa a incluir em sua hemeroteca digital as 1.072 edições do semanário digitalizadas (www.bn.gov.br).

revistae | instagram

Fotos relacionadas