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JORGE LEÃO TEIXEIRA
Miau biônico Foi revelado que a CIA, em 1960, resolveu usar gatos para espionar segredos soviéticos. Eram "gatos acústicos", conectados a uma central, que passavam por cirurgias para receber sistemas de escuta, transmissão e controle, capazes de captar conversas secretas dos beirais de janelas, vãos de bancos de praça e latas de lixo. Os espiões biônicos levavam baterias nas tripas e seu rabo funcionava como antena. Os testes, entretanto, foram um desastre e torraram US$ 15 milhões investidos no projeto. Um gato morreu em serviço, atropelado por um táxi. O documento que liberou a informação permanece com trechos censurados, o que sugere que a CIA se sente embaraçada em narrar outras desventuras desse projeto, que levou cinco anos para ser desenvolvido.
Quem diria? O Brasil pasmem está exportando lingerie para o mundo árabe, com grande sucesso. Sob a tradição severa do vestuário islâmico reina ainda a eterna vaidade feminina.
Teimoso Um cidadão paulistano que já tentara sem êxito registrar um filho como Saddam Hussein durante a Guerra do Golfo quis agora dar o nome de Osama bin Laden a outro herdeiro, o que foi vetado pelo cartório. Sugere-se ao dito-cujo que tente registrá-lo com o nome de Antrax, para ver se dribla a banca examinadora do registro civil.
Barganhas O jornal "Folha de S. Paulo" publicou uma grande reportagem sobre o aumento dos seqüestros na cidade de São Paulo, sujeitos a uma crescente banalização, fato que já redundou em pedidos de resgate de apenas R$ 500. Pelo andar da carruagem, brevemente os seqüestrados serão avisados de que o pagamento de seus resgates poderá ser feito com tíquetes-refeição e vales-transporte.
Generais de boteco Repetindo o que ocorria durante a 2ª Guerra Mundial, os botequins e bares ficaram cheios com estrategistas de ocasião, rabiscando toalhas, guardanapos e mármores com receitas para derrotar os talibãs no Afeganistão ou garantir a sobrevivência do governo local ante a ofensiva norte-americana. Todos com planos infalíveis, tanto para os invasores como para os defensores. No Rio de Janeiro, ganharam logo um apelido: estrategistas de talibar...
Haja ratos A prefeitura de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, declarou guerra aos ratos e lançou uma campanha que pagará R$ 5 por quilo de ratos mortos, idéia que gerou um grande bate-boca. A municipalidade considera a situação crítica em seis distritos, nos quais os bunkers dos roedores já ocupam cerca de 40% da área local, quando a Organização Mundial da Saúde tolera um máximo de 5%. O Sindicato dos Médicos considerou a promoção uma irresponsabilidade, já que o aconselhável seria investir em saneamento básico.
Whos who? Pergunta bem-humorada que circulou em Nova York: quais são os dois milionários que só gostam de morar em cavernas? Elementar, meu caro Watson, diria o velho Holmes: Osama bin Laden e Batman.
Consolo Um novo cemitério vertical foi lançado no Rio de Janeiro. Outdoors e cartazes publicitários em ônibus veiculam a mensagem de que os defuntos premiados com um jazigo em suas modernas instalações gozarão de "uma melhor qualidade de vida". É a chamada bonificação post-mortem...
Verso e reverso O arsenal de objetos cortantes apreendidos em revistas pós-terrorismo nos aeroportos brasileiros incluiu milhares de canivetes de todos os tipos, cujo destino criou um problema inesperado que poderia ter sido minorado, poupando uma despesa feita pela Secretaria de Administração da presidência da República, no valor de R$ 4,8 mil, para compra de 30 canivetes suíços, com 29 funções, conforme publicação no "Diário Oficial".
Voto gospel A Rádio Melodia, emissora do Rio de Janeiro com grande audiência no mundo evangélico, está disposta a faturar um dinheirinho santo à custa dos candidatos a postos eletivos durante a campanha de 2002. Ela está oferecendo pacotes de showmícios animados com música gospel, com público garantido, em 60 municípios fluminenses.
Pingue-pongue O cientista político Hélio Jaguaribe inscreveu-se como candidato para vaga aberta na Academia Brasileira de Letras, com o falecimento do embaixador Roberto Campos. Cumprindo o ritual exigido pela ABL, Jaguaribe escreveu cartas a cada um dos acadêmicos, comunicando sua candidatura e pedindo para ser honrado com o voto do destinatário. Por um erro de quem digitou o envelope remetido ao romancista Josué Montello, grande influência nas articulações eleitorais no seio da academia, a carta foi endereçada a José Montello. O troco não tardou: acusando o recebimento da correspondência, Montello endereçou sua carta para Nélio Piragibe.