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Seis artistas do samba se apresentam em Santo André<br>Foro
Seis artistas do samba se apresentam em Santo André
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Faltam poucos dias para os desfiles das escolas de samba e, já no agito do carnaval, o Sesc Santo André entra no clima e faz o encontro com gente que conhece muito bem o samba no projeto "Enredo do Meu Samba", com compositores e cantores que fazem o samba de hoje e resgatam o samba de ontem e de sempre. O show une os clássicos da capital paulista e carioca no Espaço de Eventos da unidade e reunirá o time de compositores e intérpretes no dia 17 de dezembro, quinta-feira, às 20h.

Para este show, a Guga Stroeter & HB Big Band trará seis convidados: Noca da Portela (Portela), Wilson das Neves (Império Serrano), Osvaldinho da Cuíca (Vai-Vai), Ideval Anselmo (Camisa Verde e Branco), Tantinho da Mangueira e Marco Antônio (os dois últimos do Nenê de Vila Matilde). Cada um trará os principais clássicos dos sambas-enredo que fizeram a história do Carnaval do eixo Rio-São Paulo, em uma celebração para encerrar a programação de 2015 do Sesc Santo André.

Conheça a seguir um breve perfil de Guga Stroeter & Orquestra HB e de cada um dos intérpretes convidados.

Guga Stroeter & Orquestra HB

A orquestra Heartbreakers foi criada em São Paulo no ano de 1987 por George Freire e Guga Stroeter. Desde então, vem realizando concertos em teatros, eventos e gravando álbuns com os repertórios de salsa, samba e jazz. A orquestra apresenta-se com diferentes formatos: HB Big Band, HB Jazz Combo e HB Tronix: Trio experimental que explora as possibilidades digitais da música contemporânea.


Tantinho da Mangueira (Mangueira)

Cantor, compositor e partideiro. Nascido e criado no Morro de Mangueira, na favela de Santo Antônio, frequentador assíduo das rodas de partido-alto no Buraco Quente, Chalé e Três Tombos, favelas que também integram o morro, onde conviveu desde pequeno com personagens emblemáticas da localidade, como Cartola, Nelson Cavaquinho, Dona Neuma, Padeirinho, Nelson Sargento, Pelado, Carlos Cachaça, Geraldo das Neves e Jorge Zagaia, entre outros.

Aos 13 anos de idade, Dona Neuma o apresentou a Cartola. Neste mesmo período, compôs o samba-enredo para o desfile da Mangueira em Brasília. Na década de 1970, participou das rodas de samba no Teatro Opinião. Por essa época integrou o grupo Originais do Samba. Atuou como músico tocando tamborim em várias gravações de Zé Kétti e Jamelão.


Wilson Das Neves (Império Serrano)

Baterista, cantor e compositor brasileiro. Estudou música com Joaquim Naegele e logo depois com Darci Barbosa. Aos 14 anos, por meio do ritmista Edgar Nunes Rocca, o "Bituca", tocou na Escola Flor do Ritmo, no bairro do Méier. Anos mais tarde, iniciou a carreira de baterista na orquestra de Permínio Gonçalves.

Figura presente no samba, o baterista tocou ao lado de grandes nomes do gênero como João Nogueira, Beth Carvalho, Cartola, Nelson Cavaquinho, Clara Nunes, Roberto Ribeiro, Martinho da Vila e muitos outros. Foi ritmista na escola de samba Império Serrano, onde tocava tamborim e também foi vice-presidente. Como compositor, é parceiro de Aldir Blanc, Paulo Cesar Pinheiro, Nei Lopes, Ivor Lancellotti, Claudio Jorge, Marcelo Amorim, Moacyr Luz e Chico Buarque, com quem toca desde 1982.


Ideval Anselmo (Camisa Verde E Branco)

Paulistano, iniciou sua trajetória no mundo do samba em 1969, ano em que desfilou com o Camisa Verde e Branco o enredo ‘Biografia do Samba – O samba através dos tempos’. Em 1972, o sambista teve a oportunidade de compor seu primeiro samba-enredo também no Camisa Verde e Branco e emplacou a letra ‘Literatura de Cordel’. Desde então, suas composições ganharam participações nos desfiles do grupo especial e desfilaram pelas passarelas da cidade paulistana como a Av. São João e Av. Tiradentes.

Ao lado de parceiros como Zelão, Miro, Jordão, Carlinhos, Soró e outros, criou alguns dos clássicos que marcaram história do carnaval e do samba de São Paulo, como “Narainã”, “A Lua” e “Cabaré”. Consagrado em novembro de 2005 como o maior
campeão de sambas de enredo de São Paulo, foi convidado a integrar a Embaixada do Samba Paulistano e participou da gravação da coleção Memória do Samba Paulista. No mesmo projeto gravou seu disco ‘Ideval Anselmo”.

Marco Antônio (Nenê de Vila Matilde)

Nasceu na cidade de São Paulo em 1950, mas começou no samba em Santos, em 1967, na Império do Samba. Depois, foi para o Rio de Janeiro, onde tocou tamborim na bateria da Portela. Em 1972, voltou para São Paulo a convite da Mocidade Alegre, onde, como mestre-sala, conseguiu a primeira nota dez da escola nesse quesito. De 1974 até 1984 fez parte da ala de compositores da Mocidade. Em 1979, Marco Antônio viu o lendário "Seu Nenê" na TV Cultura e se interessou, compondo um samba exaltação, uma verdadeira declaração de amor, para a escola de Vila Matilde. Em 1984, a convite de Betinho, filho do "Seu Nenê", e presidente da escola, compôs o seu primeiro samba enredo para a azul e branco, sob o pseudônimo de Paulinho da Matilde. O samba foi campeão do carnaval de 1985 e a Nenê foi convidada a desfilá-lo no sambódromo carioca, fato inédito. Marco Antônio também participou da ala de compositores da Torcida Jovem do Santos, enquanto a agremiação ainda era bloco, de 1980 a 1997. Mais de 30 de seus sambas foram defendidos na avenida. Em 2003 fundou a Velha Guarda Musical da Nenê de Vila Matilde.

 

Osvaldinho da Cuíca (Vai-Vai)


 

Osvaldo Barro, mais conhecido como Osvaldinho da Cuíca cantor, compositor, sambista, cuiqueiro, produtor e pesquisador musical brasileiro. É um dos maiores nomes da história do samba paulistano, já tendo tocado com Adoniran Barbosa e sido intérprete de samba-enredo da Gaviões da Fiel, quando esta era ainda um bloco. Aos 15 anos, já frequentava os blocos e cordões carnavalescos da Zona Norte paulista. Conviveu com mestres como Solano Trindade e Luís Carlos Barbosa. Foi fundador da Ala dos Compositores da Escola de Samba Vai-Vai, de São Paulo. No ano de 2000, fundou o Cordão Carnavalesco do Ziriguidum, com repertório de tradicionais marchinhas de carnaval.