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Editorial
Uma maior participação
das pessoas no universo das tecnologias digitais é tema que ocupa a agenda
de discussões de amplos setores da sociedade. A preocupação
é de todo justificada, já que o futuro está condicionado
à nossa maior ou menor capacidade em lidar com os imperativos ditados
pela sociedade tecnológica.
Não se trata de apresentar dados estatísticos sobre o aumento
do número de usuários da Internet no mundo, sobre a quantidade
de computadores disponíveis no sistema educacional ou sobre a valorização
das empresas do setor. Trata-se, sim, de deixar de lado certos deslumbramentos
e a apologia da máquina para, em lugar disso, criar espaços de
discussão sobre o desenvolvimento das sociedades democráticas
no novo mundo digital.
A democratização da Internet só será efetiva se
aliada à diminuição das diferenças sociais. Para
tanto, importa que haja um esforço concentrado de todos os setores organizados
da sociedade, a fim de articular ações direcionadas à inclusão
das pessoas nesse atual contexto.
Por outro lado, sem políticas de aperfeiçoamento contínuo
do sistema de produção cultural (televisão, cinema, rádio,
teatro, música), o homem do futuro, acostumado muitas vezes à
frágil qualidade dos conteúdos em geral veiculados nesses meios,
só estará transferindo, para o computador, hábitos anteriormente
adquiridos, sem que isso represente uma intervenção de qualidade
significativa no universo digital.
Devemos, portanto, fortalecer e ampliar a educação para que as
pessoas possam usufruir, de maneira construtiva, os benefícios alcançados
pelo desenvolvimento das novas tecnologias. Isso só será possível
se aliarmos a inserção digital ao aperfeiçoamento dos padrões
de educação.
Abram Szajman
Presidente do Conselho Regional do Sesc no Estado de São Paulo