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Mudança de vida

Projeto
Projeto "Correndo para o Futuro" criado em 1988 por Francisco Carlos da Silva. Divulgação/AEC Kauê


Comunidades de São Paulo utilizam o esporte como instrumento de transformação social

Em uma rua de Itaquera, na Zona Leste paulistana, uma pista de atletismo. No bairro de Capão Redondo, na Zona Sul, um grupo de corrida com mais de 350 participantes. Em comum às duas iniciativas está o poder transformador do esporte: há mais de 15 anos, os projetos Correndo para o Futuro e Vida Corrida incentivam a prática de atividades físicas, promovem a qualidade de vida e estimulam o exercício da cidadania em suas regiões. 

Cento e oitenta litros de tinta vermelha e 18 litros de branca foram o suficiente para que a rua Nicolino Mastrocola, em Itaquera, ganhasse uma pista de 200 metros, com cinco raias. Três vezes por semana, às 19h, o espaço é cercado por cavaletes para protegê-lo dos carros e recebe crianças e adolescentes do projeto Correndo para o Futuro.

Criado em 1998 por Francisco Carlos da Silva (o Fran), o projeto ensina técnicas de atletismo para cerca de 50 alunos. “O objetivo é devolver para o esporte tudo o que ele me deu. Como ex-atleta, procuro incentivar a prática de atividades físico-esportivas e, principalmente, ajudar a criança a se tornar um cidadão de bem”, explica o idealizador. Ele conta que os integrantes do projeto são conhecidos no bairro como “sementes do asfalto”: “Chamam assim porque nós temos atletas que começaram aos 12 anos e hoje estão entre os melhores do ranking brasileiro”.

Quando completam 16 anos, os adolescentes que demonstram aptidão para competir são encaminhados para clubes de corrida. Os demais continuam no projeto, treinando. O mais importante, porém, são os valores aprendidos: “Nossa busca não é formar um atleta de alto rendimento, e sim um adulto comprometido com os valores que estão se perdendo na sociedade”, esclarece Fran.


Oportunidade de evoluir

O comprometimento e estreitamento dos vínculos comunitários também são prioridade para Neide Santos, coordenadora do projeto Vida Corrida, em Capão Redondo. “Os participantes se tornam mais conscientes e ajudam mais nas ações sociais da comunidade”, observa.

O projeto, que teve início em 1999 com seis integrantes, reúne hoje mais de 200 adultos e 150 crianças nos treinamentos no parque Santos Dias. Em geral, quem procura o grupo nunca teve contato com a corrida. “De todos os que vieram para o projeto, acredito que 90% conheciam esporte só pela televisão. Eles não tinham acesso a atividades esportivas”, comenta a coordenadora.

Quem começa a treinar costuma continuar na prática por muito tempo, conta Neide, que percebe um aumento na autoestima dos participantes. “Por meio do esporte existe a oportunidade de essas pessoas estarem em lugares que jamais imaginariam, não só na parte física, mas também culturalmente, intelectualmente, porque elas acabam convivendo com todos os níveis sociais. A gente espera e acredita que as pessoas vão levar o esporte para o resto da vida.”

 

CIDADES Integradas
Em sua 21ª edição, o Dia do Desafio estimula pessoas de todas as idades a se mobilizarem para a prática de esportes e atividades físicas

Criado nos anos 1980 no Canadá, o Dia do Desafio (27/5) tem como proposta despertar o interesse pela prática de esportes e atividades físicas. Nesse dia, pessoas de todas as idades se envolvem em uma competição amigável entre cidades do mesmo porte.
O objetivo é mobilizar a maior porcentagem de participantes, tendo como base o número oficial de habitantes de cada município. A competição é apenas estímulo à participação. Quem sai ganhando são os envolvidos, que exercitam a integração social, a criatividade, a liderança e o espírito comunitário.

Coordenado pelo Sesc desde 1995, o Dia do Desafio é um movimento comunitário que envolve poderes públicos, instituições privadas e cidadãos trabalhando em parceria. Desde 2013, a data tornou-se também uma das ações da campanha MOVE Brasil, que pretende ampliar o número de praticantes de esportes e atividades físicas no país até 2016.
Confira alguns destaques da 21ª edição e veja mais no Em Cartaz desta edição:


Sesc Pompeia – Patinação Na semana que antecede o evento, a CPTM Barra Funda recebe uma pista de patinação artística (patins in line e o tradicional de rodas) aberta ao público das 9h às 18h.

Sesc Santo André – Pedalada Noturna A atividade terá início às 17h do dia 27/5 com a customização das bikes, durante a qual os participantes poderão colocar leds nas bicicletas. Depois, os ciclistas iniciam o percurso de até 15 km de extensão por Santo André.

Sesc Santos – Corrida Noturna Realizada no dia 26/5, às 23h59, a Prova Pedestre tradicional marca a abertura do Dia do Desafio. O percurso misto (asfalto e areia) tem aproximadamente 7 km. Antes, há concentração com atividades, aulas abertas e intervenções artísticas. Concentração, saída e chegada: Parque Municipal Roberto Mário Santini.

Sesc Sorocaba – Dia do Desafio na Praça Para ampliar a adesão ao Dia do Desafio, três modalidades foram escolhidas para o público experimentar diferentes formas de exercício na praça Coronel Fernando Prestes: basquete, dança de rua e slackline. Além das vivências, acontecem também apresentações das 9h às 17h30.