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Teatro em ascensão

O teatro latino-americano vive um momento de efervescência. São múltiplos os temas, pesquisas de linguagem e opções estéticas explorados por companhias do México, Colômbia, Cuba, Brasil, Argentina, Peru e Chile, para citar alguns países da região.

Em meio a tanta diversidade, é possível identificar semelhanças devido às aproximações culturais, históricas e econômicas desses países. A vertente do teatro político, por exemplo, que teve como auge as décadas de 1960 e 1970, aparece com nova roupagem nas produções contemporâneas.

O intercâmbio de peças entre os países aumentou e as condições de produção melhoraram. Em vários locais, os mecanismos de financiamento de governos e de instituições privadas auxiliam as montagens e exibições de espetáculos, apesar de os setores culturais ainda serem muito vulneráveis a crises econômicas e mudanças políticas.  

De acordo com a professora da Escola de Arte Dramática (EAD) da Universidade de São Paulo (USP) Silvana Garcia, o desenvolvimento do teatro de grupo nos países latino-americanos, que coincide com as ditaduras militares, está vinculado a uma atitude de resistência, militância política e busca de uma linguagem mais popular como recusa a um teatro de perfil mais comercial.

“No Chile, por exemplo, no período da ditadura, nas décadas de 1970 e 1980, você observa o desenvolvimento de grupos de teatro vinculados a núcleos comunitários, a organizações de direitos humanos, de educação popular; existe muito teatro de rua, em situação muito parecida com a que vivemos aqui no Brasil, nos anos de 1970, em que diversos grupos vão para a periferia da cidade”, diz.

Segundo ela, essas manifestações fazem parte de uma onda universal de contracultura, que acontece também na Europa e nos Estados Unidos, mas que na América Latina adquire características próprias. “Grupos como Yuyachkani, do Peru, têm sua origem marcada por uma relação forte com a cultura andina, em uma tentativa de vincular o trabalho de criação artística com as populações indígenas às questões da posse da terra. Então existe uma grande motivação social que estimula e insufla a produção desses grupos”, afirma.

Atualmente, ainda é forte a presença do teatro político e militante na América Latina. Isso se nota, diz Silvana, em dramaturgias que tematizam os direitos humanos, o período negro da ditadura, e também na atuação das companhias, que inserem o teatro nas comunidades, promovem apresentações na rua, o que é uma tradição forte da região.

De acordo com a diretora teatral e uma das curadoras do festival Mirada 2012, Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos (veja boxe Olhares ibero-americanos), Isabel Ortega, como o teatro atua nas circunstâncias da realidade de seu país, os espetáculos refletem, de todas as formas, as condições socioeconômicas das regiões.

“A Bolívia com o Teatro de Los Andes, o Peru com o Yuyachkani, o Tablas da Argentina, o La Candelária da Colômbia são grupos tradicionais que mantêm essa vinculação forte com a realidade do seu país, inclusive retratando os problemas com as divisas. É muito comum, de uns anos para cá, ver espetáculos mexicanos denunciando a situação difícil dos imigrantes nos Estados Unidos”, pontua.

Apesar de o teatro latino-americano ter profundas raízes em sua condição histórica, a influência do teatro internacional é marcante nos espetáculos devido à intensa troca de informações e à facilidade de acesso ao que se está produzindo mundialmente. “O tempo do espetáculo, o tempo do personagem em cena, tudo isso já está globalizado.

Evidentemente que cada grupo carrega suas origens, e inclusive se destacam mais aqueles que, junto com o global, carregam a tinta na sua caracterização regional”, considera Isabel. O diretor do Complexo Teatral de Buenos Aires Alberto Ligaluppi acredita que existe uma identidade latino-americana muito forte e que ela se manifesta na produção teatral e no modo de conceber o teatro nesses países.

“Cada país da América Latina tem particularidades próprias no que concerne à identidade. Por outro lado, é inevitável a influência das propostas internacionais por causa da globalização”, acrescenta. “O local se manifesta no global sem anulá-lo, pelo contrário, há uma potencialização e valorização das identidades regionais.”

Restrições políticas?

O processo de democratização nos países da América Latina, de forma geral, coincide com melhores condições de produção para as companhias, com exceções, como é o caso da Venezuela e de Cuba. De acordo com o diretor da companhia venezuelana Actoral 80, Héctor Manrique, os investimentos estatais para o teatro, que deram grande impulso para as artes cênicas do país a partir da década de 1970, praticamente desapareceram a partir do ano 2000.

“Hoje os espetáculos são censurados e só recebem ajuda do governo grupos que apoiam e militam a favor do partido de Hugo Chávez”, aponta. “No final da década de 1970, e nas décadas de 1980 e 1990 havia muito mais salas e apoio do estado. Em Caracas, tínhamos mais de 40 espaços de apresentação teatral e hoje eles não passam de 10.” Segundo ele, a Companhia Nacional de Teatro praticamente desapareceu, assim como as Companhias Regionais e Juvenis com sedes em vários estados da Venezuela.

Em Cuba, a crise econômica restringiu muito os financiamentos para as artes cênicas, diz o diretor do Argos Teatro, Carlos Celdrán. “Recebemos salário e ajuda material para as produções. Não é suficiente para viver e fazer teatro, temos que buscar outras fontes, mas já é de grande ajuda”, declara.

Segundo ele, a década de 1960 foi o grande momento do teatro cubano, em que o apoio institucional impulsionou o trabalho de importantes dramaturgos, diretores e atores, período em que o teatro cubano teve destaque na cena internacional. Já os anos de 1970 foram marcados pela censura governamental, que barrava todos os espetáculos que não seguiam os parâmetros do realismo socialista de viés stalinista. “Atualmente o cenário é outro, as políticas estatais para o teatro são mais flexíveis, é possível encontrar zonas críticas e reflexivas e abordar um espectro de temas muito amplo”, conclui.       

Meios de fomento

O diretor da companhia colombiana La Maldita Vanidad, Jorge Marín, diz que, apesar de não serem suficientes, os editais no país cada vez mais crescem em número. “É muito claro, nos últimos anos, que as manifestações teatrais não se limitam aos apoios oficiais e cada vez mais nascem de desejos pessoais”, define. “Um bom espetáculo não depende só de um bom orçamento, produzimos com muita ou pouca verba.” A realidade de produção na Argentina é semelhante.

O diretor do Intimo Teatro Itinerante, Fernando Rubio, afirma que o país conta com mais recursos para fazer as peças, mas que o teatro argentino não depende só das possibilidades econômicas e variáveis governamentais. “O teatro independente sempre teve que enfrentar dificuldades para existir. O incentivo do Estado funciona, mas faltam políticas mais profundas para que o teatro seja um modelo relevante na cultura do nosso país”, analisa.   

Os realizadores do México Jorge Vargas e Alberto Villarreal dizem que há mais fontes públicas de financiamento culturais no país, atualmente. “A principal é o Fonca [Fundo Nacional para a Cultura e as Artes], que concede financiamentos em dinheiro, mas os teatros do Estado oferecem temporadas patrocinadas ou em espaços sem custo.

Além disso, o governo da Cidade do México tem uma rede de teatros, que existe em quase todas as grandes cidades do país”, explica o diretor do grupo Artillería Producciones, Alberto Villarreal. De acordo com o coordenador Nacional de Teatro do Instituto Nacional de Belas Artes do México, Juan Meliá, as artes cênicas mexicanas estão vivendo um processo de ampliação de seus modelos de produção, apresentação, circulação e subsídio. “Vínhamos de esquemas centralizados na capital e em algumas cidades importantes do México.

Também contávamos com um esquema de produção e exibição que é fraco no aspecto da circulação das obras nacionalmente e internacionalmente”, diz. “O compromisso das instituições nos últimos anos tem sido o de ampliar esse modelo, oferecendo novos modos de financiamento e incremento dos fundos de produção.”

De acordo com a professora da EAD Silvana Garcia, o Brasil tem condições privilegiadas de financiamento teatral em relação a outros países da América Latina.

“É claro que não estou falando de Buenos Aires. Mesmo na Colômbia, que tem um festival tradicional, os grupos têm dificuldades. No Peru a situação é difícil, sem dúvida. O Yuyachkani, que é um grupo extraordinário, demorou décadas até que conseguisse ter o mínimo de condições de trabalho e, ainda assim, se a busca de apoio não for renovada a cada ano, eles não conseguem produzir”, alerta. “O teatro ainda é visto como uma arte de esforço amador. Falta muito apoio, muita compreensão da importância do teatro, da importância que ele tem do ponto de vista da existência das comunidades, ainda estamos longe de uma condição ideal.”

Circulação de ideias

Importante para a formação de público, para o mercado teatral, para o intercâmbio artístico entre os grupos e oportunidade para conhecer o trabalho de países que têm sensibilidades semelhantes, os festivais de teatro latino-americanos aumentaram na última década. A maior profissionalização da área é um dos fatores que impulsionaram esse crescimento. “Foram criadas redes de produtores e programadores que viabilizaram esses festivais.

Antes, uma pessoa produzia vários espetáculos de um país e outra produzia para o exterior ou para grandes eventos. Muitas vezes me chateei sabendo que eu havia visto aqui no Brasil peças muito melhores do que as que eu estava vendo nos festivais porque o produtor achava que aquele grupo era mais vendável”, diz Isabel Ortega.

“Hoje existem produtores que são diretores, ou seja, têm uma visão mais artística, além da comercial.” Juan Meliá atribui o aumento dos festivais ao ganho de credibilidade do teatro latino-americano e a programas de incentivo, como o Fundo de Ajuda para as Artes Cênicas Ibero-Americanas (Iberscena), política cultural para incrementar o intercâmbio teatral da região.  

De acordo com Silvana, o Brasil tem vários festivais internacionais fortalecidos e por isso recebe bons espetáculos latino-americanos, mas a presença dos grupos nacionais no exterior ainda é tímida. “Houve um mapeamento dos grupos, das principais produções dos diferentes países, temos acesso a grupos maravilhosos que de fato merecem estar na ponta desse processo de circulação, mas ainda tem muita coisa para especular, descobrir e principalmente a possibilidade de os nossos trabalhos circularem lá fora, ainda se vê uma presença pequena do Brasil nos outros países da América Latina”, diz.


Identidade regional

Originário do imperialismo francês, o termo América Latina teve diversas conotações e acabou por contribuir para a criação de um sentimento de pertencimento supranacional

O termo América Latina é criado no século 19, na França, na época em que o país era a principal potência mundial. De acordo com o historiador e professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP) Osvaldo Coggiola, ele é impróprio, pois a América Latina não é composta apenas de população latina, mas também indígena. A designação de caráter imperialista pressupunha que existia uma América Anglo-Saxônica, formada pelos Estados Unidos e o Canadá, e uma latina, que englobava os países colonizados por nações latinas.

Na época, as expressões América Ibérica, Ibero-América e Indo-América concorriam com América Latina, mas, no século 20, a última acabou se tornando hegemônica. Na década de 1960, América Latina ganhou uma conotação de esquerda, pois, no auge das lutas anti-imperialistas, o termo passou a designar uma realidade política oposta ao imperialismo norte-americano. “A partir daí o termo que tinha origem imperialista francesa curiosamente passou a ter uma conotação imperialista contra os Estados Unidos”, diz Coggiola.

Os Estados Unidos demoraram a aceitar o termo, mas atualmente ele já foi absorvido pela geopolítica. “Falar em unidade latino-americana hoje não é mais nenhum escândalo, é se referir a uma tendência política internacional de configurar grandes blocos regionais, como a União Europeia e o Nafta”, diz. Apesar de suavizado, o historiador diz que, se por um lado América do Norte é um termo puramente geográfico, América Latina tem uma conotação geopolítica e ideológica.

“Os países latino-americanos têm algumas experiências históricas semelhantes, como as ditaduras militares, os movimentos populistas, mas também, de um modo geral, há uma tendência por parte das populações desses países a se influenciarem mutuamente e se unificarem em termos políticos e até culturais”, afirma Coggiola.

As populações indígenas e depois as sucessivas migrações são os principais pontos de contato culturais entre estes países.

“A cultura sempre antecipa, mas também acompanha as mudanças histórias e a América Latina não pode ter outra cultura do que aquela que surge das sucessivas ondas históricas”, diz. Segundo Coggiola, em suas expressões mais profundas, a cultura latino-americana é marcada pela tragédia, já que foi palco de um dos maiores genocídios da história da humanidade, o indígena.


Circuito cultural

Palco Giratório traz 16 grupos de teatro e dança para festival em São Paulo

Ainda neste mês de agosto, o teatro é destaque em outro festival do Sesc, o Palco Giratório. Em sua 15ª edição, o evento, criado em 1998, acontece na Grande São Paulo. Nesse período, 16 grupos de teatro e dança se apresentam na unidade do Sesc de Santo André e em diversas unidades na capital, como Belenzinho, Carmo, Itaquera e Bom Retiro. Entre os espetáculos estão Oxigênio, da Companhia Brasileira de Teatro (Curitiba); Este Lado para Cima, da Brava Companhia (São Paulo); Cru (foto), da Cia. Plágio de Teatro (Brasília); e A Barca, do Grupo Grial de Dança (Recife).

Em 2012, o Palco circulará por 122 cidades, com 23 espetáculos. Ao todo, serão 700 apresentações, de estilos que incluem comédia, drama, musical, teatro gestual, infantil, épico, de animação, de máscaras, dança de rua e contemporânea. “A programação tem representantes de quase todos os estados brasileiros e todos eles recebem espetáculos de todas as outras localidades, proporcionando, dessa forma, a difusão, a circulação e o intercâmbio de projetos artísticos estaduais”, afirma o assistente da Gerência de Ação Cultural e curador representante de São Paulo no Palco Giratório 2012, Sérgio Oliveira.

A programação é dividida em circuitos, mostras e nove festivais, que acontecem em Fortaleza, Recife, Cuiabá, Porto Alegre, Florianópolis, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Velho e Curitiba. Além disso, são realizadas oficinas, encontros entre grupos locais e os do circuito e bate-papos de grupos com a comunidade.

Já passaram pelo Palco Giratório mais de 170 grupos teatrais, que realizaram aproximadamente 5 mil apresentações, alcançando 2,5 milhões de espectadores. “O Palco Giratório vem se firmando como uma das ações mais profícuas e de maior importância do Sesc nacional, pois é um dos maiores e mais abrangentes eventos de circulação e difusão das artes cênicas no Brasil”, diz Oliveira.


Olhares ibero-americanos

Em setembro, a Baixada Santista se transforma em grande palco para o encontro de expressões teatrais, artistas, ideias, culturas e públicos diversos. A Revista E adianta os destaques da programação

De 5 a 15 de setembro, o Sesc realiza a segunda edição do Mirada, Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos. O evento apresenta 38 espetáculos, 23 produções internacionais e 15 nacionais no Sesc Santos, em teatros, praças e ruas da cidade. Uma das novidades desta edição é que parte da programação também circula pelas cidades de Praia Grande, Bertioga, Cubatão, Guarujá e São Vicente. O evento é enriquecido com oficinas, debates, encontros e lançamentos editoriais, com destaque para O Teatro de Victor Garcia, livro de Jefferson Del Rios, sobre a vida e a obra do diretor e cenógrafo teatral argentino, publicado pelas Edições Sesc.

O festival apresenta um panorama das artes cênicas contemporâneas, com espetáculos da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Espanha, México, Paraguai, Peru, Portugal, Uruguai e Venezuela. Entre os destaques da mostra ibero-americana, está a trilogia colombiana Sobre Alguns Assuntos de Família, do coletivo La Maldita Vanidad, a companhia portuguesa Artistas Unidos, os veteranos do Teatro de Los Andes, da Bolívia, o grupo Yuyachkani, do Peru, os cubanos do Argos Teatro e o El Joglars, da Espanha.

“O Mirada é uma tentativa de confraternizarmos mais com os vizinhos, que têm questões culturais, políticas, sociais e econômicas mais próximas da nossa realidade. Estendemos os limites da América Latina e incluímos Portugal e Espanha no sentido de buscar raízes e entender a origem de nossas heranças culturais de uma maneira mais ampla”, afirma um dos coordenadores do evento, o assistente da Gerência de Ação Cultural do Sesc, Sidnei Martins.

Com sete espetáculos na programação, o México é o país homenageado de 2012. De acordo com Martins, a elaboração da mostra mexicana foi norteada pela tentativa de reunir espetáculos que dessem um panorama da diversidade de formas, temas e pesquisas de linguagem que compõem o teatro daquele país. “Então, há desde obras mais convencionais, como é o caso da Companhia Nacional de Teatro, que é uma grande companhia, oficial, com um traço mais voltado para o tradicional, até o trabalho do Alberto Villarreal, que é um dramaturgo relativamente jovem que pesquisa uma vertente pós-dramática”, acrescenta.

A curadoria dos espetáculos internacionais foi realizada pelo diretor regional do Sesc, Danilo Santos de Miranda, o diretor artístico do Festival Ibero-Americano de Cádiz, Pepe Bablé, a consultora e diretora de teatro Isabel Ortega e o diretor do Teatro Julio Mario Santo Domingo de Bogotá, Ramiro Osório. Segundo Martins, a seleção dos espetáculos valorizou tanto companhias e realizadores consagrados em seus países como os da cena emergente mais ligada ao experimentalismo.

A programação nacional do Mirada traz montagens de nove estados, buscando uma amostra da diversidade de temas e estéticas do teatro brasileiro atual. Entre os destaques estão obras de companhias consolidadas que fazem sua estreia no festival, como o Grupo Galpão (MG), dirigido pelo russo Jurij Alschitz, a Cia. dos Atores (RJ), de Enrique Diaz, a Cia. Amok (RJ) e o Grupo Piollin (PB), de Luiz Carlos Vasconcelos, além da Cia. Mundana (SP), que faz estreia nacional do espetáculo Pais e Filhos.

De acordo com Martins, essa mostra é uma oportunidade para que as plateias paulistas conheçam grupos com forte tradição em suas regiões, mas que não circulam muito no Sudeste, como é o caso do Teatro Máquina, de Fortaleza, no Ceará. Assim como a mostra internacional, parte dos espetáculos nacionais será encenada na rua, como é o caso das montagens da Cia. Carroça de Mamulengos, do Ceará; do grupo De Pernas pro Ar, do Rio Grande do Sul; e do Núcleo Ás de Paus, de Santa Catarina.

A programação também é composta por dois espetáculos infantis, A Cortina da Babá, do grupo paulista Sobrevento; e O Fio Mágico, da Cia. Mão Molenga, de Pernambuco.

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