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Aoristo

Era uma vez...
um   lobo.
um   cordeiro.
pretéritos.
perfeitos.
simples.



o/la/vo/brás/mar/tins/dos/gui/ma/rães/bi/lac
última flor alexandrina perfeita
entrou na prisão da  rima
usando apenas
uma lima.


      ritornelo ao poema perdido em 71 ou

pretenso   poema


perdeu-se 
um     poema  
de    forma   irrecuperável. 
– são paulo  des(construída) por onomatopeias-
curto
futurista
- klebenikov  saudado de passagem –
terminava numa virada épico-retórica:
“diga ao povo que fico!
só pra ver jesus chegar &
ficar      p-a-i-r-a-n-d-o
sobre o banco do estado”.

 

ex       amigo

não sei  desse  john
sujon
era tão engraçado...
levou-se a sério,
depaupério.
na memória
o vestido godê de mamãe
brilha mais
que as bochechas lustras do tal john
poupe-me deus
de tais
intrujões
se o vir, saúdo
– amigo teúdo e manteúdo –
procurar  jamais
ou acreditas em noel
e antigos natais?
 

Roberto Bicelli é escritor e poeta, autor do livro de poemas Antes que Eu Me Esqueça (Feira de Poesia, 1977), do romance infantojuvenil O Colecionador de Palavras (Contexto, 1988) e do relato de viagem Ego Trip: Viajo e Celebro a Mim Mesmo – Histórias, Encontros e Desencontros de um Poeta Beat Rumo ao Norte (Virgiliae, 2011).