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Na era do entretenimento, viajar tornou-se uma imposição social. Duvida? Experimente sair de férias e não voltar bronzeado, ou melhor, tente, durante seu tempo livre, não viajar e, no lugar, desfrutar a folga do trabalho em casa, emolindo as faculdades intelectuais. Impossível. Existe um imperativo expresso, estimulado pela mídia, que nos impele a sair do lugar para buscar "paz e tranqüilidade" alhures mesmo que isso indique horas confiscados em um congestionamento.
Paralelamente, a indústria do turismo movimenta 400 bilhões de dólares no Brasil. Em países como a Franca, a Espanha e os Estados Unidos ela é uma das armas principais para angariar divisas. Pelo potencial econômico que representa, faz parte da agenda política brasileira incentivar, por meio de estratégias de marketing, a captação de turistas estrangeiros, bem como o fomento do turismo interno. Porém, nessa relação de consumo voraz, a distribuição qualitativa das oportunidades de lazer, representado nesse caso pelo turismo, fica prejudicada. É senso comum que, salvo raríssimas exceções, não existem projetos que privilegiam o acesso equânime a esse bem social. A matéria de capa desta edição faz uma análise crítica da atividade turística - do ponto de vista quantitativo (cifrões) e qualitativo (a imperatividade de viajar) - equacionando a questão sob diferentes pontos-de-vista.
Este mês, a Revista E publica ainda um texto sobre o conflito entre as gerações, que mais do que em qualquer momento histórico, convivem simultaneamente. Na matéria xxx, o esporte como meio de inclusão social e, fechando a edição, uma reportagem sobre o design gráfico, cada vez mais presente no cotidiano. Na série Em Pauta - 500 Anos, especialistas analisam o trabalho e o emprego e, no Ficção, conto inédito do escritor carioca Alcione Araújo.
A redação