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Literatura

REVISTA E - março 2006

Maioridade literária



Sesc São Paulo cria selo de livros, CDs e DVDs e marca presença na 19ª Bienal Internacional do Livro



Desde o início de sua história, o Sesc produz títulos sobre os mais diversos assuntos. A variedade de livros abarca temas como cultura, lazer, terceira idade e esportes. Isso sem contar os inúmeros catálogos gerados de eventos que entram em cartaz nas unidades – como os volumes produzidos a cada edição da Bienal Naifs do Brasil, do Sesc Piracicaba. Além da preocupação de que as publicações estejam em sintonia com o que vem sendo discutido na sociedade, a instituição algumas vezes deu um passo à frente, lançando títulos pioneiros. Assim foi com Sociologia Empírica do Lazer, do sociólogo Joffre Dumazedier, de 1974, numa parceria com a editora Perspectiva. Outro exemplo são os Cadernos da Terceira Idade – atualmente Revista da Terceira Idade –, cuja primeira edição data de 1977, tempo em que o tema era pouco debatido. Depois de quase seis décadas, a produção editorial da instituição constitui sólida e variada biblioteca. E boa parte dela poderá ser encontrada na 19ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo (veja boxe Presença garantida), um dos mais importantes eventos literários do país. A ocasião marcará o lançamento do selo Sesc Publicações, e o estande da instituição terá uma intensa programação, com mesas de debate, encontro com autores e lançamentos de livros, CDs e DVDs.


Revista virou livro
Uma das novidades do estande fica por conta de seis novos volumes da Coleção E, que se juntarão aos outros quinze já elaborados, desde 2002, em parceria com a Lazuli Editora. A coleção reflete quase 12 anos de estrada da Revista E, e uma extensa gama de assuntos narrados, discutidos e apurados. Em pouco mais de uma década de existência, a publicação vem reunindo em suas páginas nomes dos mais variados segmentos da sociedade, como médicos, escritores, professores, cientistas, comerciários e artistas plásticos. São vozes que legitimam a diversidade representada pela instituição. “As seções da revista habitualmente estão abertas a personalidades de diferentes áreas. São pessoas que nem sempre têm a oportunidade e os veículos para expressar essas idéias e opiniões”, diz Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc São Paulo. Tanta variedade acabou por gerar um banco de conteúdo absolutamente eclético e farto, com material suficiente para reflexão sobre uma série de assuntos. “Por meio de iniciativas como essa fazemos circular os produtos e criações culturais para uma maior quantidade de pessoas”, explica o diretor.




Uma pitada a mais
Além de criar uma nova organização para o conteúdo da revista, e aumentar seu o alcance – uma vez que todos os livros estão à venda nas unidades do Sesc São Paulo e nas livrarias de todo o país –, a Coleção E tem sido adotada em diversos colégios brasileiros e já conquistou leitores na Argentina, Estados Unidos e França. Além dos nomes que podem ser encontrados nas páginas da coleção, outro punhado de ilustres colaboradores apresentando as obras agrega valor ao formato. “Prefaciar um livro significa fazer um mergulho profundo e íntimo no universo do autor, mantendo, se possível, uma conivência com o tema”, explica o escritor Lauro César Muniz, prefaciador de Arena, Oficina, Anchieta e Outros Palcos. “Com esse trabalho, tive o grande prazer de conviver com Marília Pêra, Antonio Abujamra, Myrian Muniz, Antunes Filho, Guarnieri, Renato Borghi, Tônia Carrero e Zé Celso, buscando na palavra deles uma cumplicidade afetiva, que me remeteu a um papo imaginário, gostoso, informal e por vezes abusado, com esses artistas privilegiados”, esclarece.





O professor de filosofia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Roberto Romano é antigo colaborador da Revista E. Já contribuiu com artigos, concedeu depoimentos e foi entrevistado para reportagens da publicação. Sua mais recente participação foi, no entanto, o texto de introdução a Realidade ou Utopia – Questões de Educação. “A coletânea reúne temas e problemas que desafiam a vida ética, moral, política dos nossos conterrâneos”, diz Romano. “Ao mesmo tempo que levantam dúvidas, os competentes autores convidados indicam caminhos para a solução de muitos dilemas”, afirma. “Funciona tal como o antigo preceito do poeta Lucrécio [Titus Lucretius Carus, 98 a.C.-55 a.C.], no poema sobre a natureza [Da Natureza da Coisas]: ministrar verdades amargas colocando mel na borda do copo.”

Para o escritor e jornalista José Castello, responsável pela apresentação do volume de contos Álbum de Fotos, coletânea de contos de autoras brasileiras de expressão, esses livros dão sobrevida a conteúdos antes sujeitos ao inevitável prazo de validade do que é publicado numa revista. “A Coleção E é importante, já que o livro tem uma outra duração, uma outra força, diferente da revista, por melhor que a revista seja, e é”, diz. “O livro fixa a escrita, a perpetua, e os textos nele reunidos merecem essa chance.” Lauro César Muniz sintetiza o objetivo do Sesc São Paulo com essa iniciativa: “A Revista E capta. A Coleção E enfatiza e pereniza os temas”.




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Presença garantida

Sesc São Paulo esquenta programação de um dos mais importantes eventos literários do Brasil


Entre os dias 9 e 19 de março, o pavilhão de exposições do Anhembi vai borbulhar. Lá acontece a 19ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que deve reunir cerca de 320 expositores, entre eles o Sesc São Paulo, que participa do evento com o selo Sesc Publicações, que não só traz livros como também DVDs e CDs – entre eles a trilha do espetáculo Milágrimas, de Ivaldo Bertazzo. Ao todo, estarão disponíveis 51 títulos editados pela instituição em parceria com outras editoras, como a Perspectiva, com a qual foi lançado, em 2003, o Dicionário Sesc – A Linguagem da Cultura, de Newton Cunha (foto à esquerda). A programação contará, ainda, com a presença do diretor de teatro Antunes Filho, um dos convidados para as discussões sobre dramaturgia. Leitores interessados no tema podem adquirir o livro Círculo de Dramaturgia – Volume 1, editado pelo Sesc e organizado pelo próprio Antunes. A publicação traz textos produzidos nos encontros do Círculo de Dramaturgia do Centro de Pesquisa Teatral (CPT) do Sesc São Paulo, coordenado pelo diretor, na unidade Consolação, desde 1982. Outras novidades ficarão por conta do lançamento de Fiteiro Cultural, da artista plástica Fabiana Barros, e Na Trilha de Macunaíma, de Célio Turino. A Coleção E também esquentará a programação do Sesc São Paulo na bienal, com mais seis novos títulos: Álbum de Fotos, coletânea de contos escritos por autoras como Adriana Falcão, Ivana Arruda Leite e Márcia Denser; Realidade ou Utopia – Questões de Educação, combinação de artigos sobre o tema; Arena, Oficina, Anchieta e Outros Palcos, reunião de entrevistas com grandes nomes dos palcos brasileiros, como Antunes Filho, Renato Borghi, Marília Pêra, Tônia Carrero e Gianfrancesco Guarnieri; Olhares Plásticos, conjunto de entrevistas e depoimentos com artistas como Nelson Leirner e Maria Bonomi; Mocinhos e Bandidos (foto à direita), série de artigos sobre o controle do conteúdo televisivo e a qualidade de sua programação; e Livro de Idéias, no qual o leitor encontra a palavra de destacados pensadores brasileiros sobre a área em que atuam. Para mais informações sobre a participação do Sesc São Paulo na bienal, vá para a página de abertura do Portal.





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