Maioridade
literária
Sesc
São Paulo cria selo de livros, CDs e DVDs e marca presença
na 19ª Bienal Internacional do Livro
Desde
o início de sua história, o Sesc produz títulos sobre
os mais diversos assuntos. A variedade de livros abarca temas como cultura,
lazer, terceira idade e esportes. Isso sem contar os inúmeros catálogos
gerados de eventos que entram em cartaz nas unidades como os volumes
produzidos a cada edição da Bienal Naifs do Brasil, do Sesc
Piracicaba. Além da preocupação de que as publicações
estejam em sintonia com o que vem sendo discutido na sociedade, a instituição
algumas vezes deu um passo à frente, lançando títulos
pioneiros. Assim foi com Sociologia Empírica do Lazer, do
sociólogo Joffre Dumazedier, de 1974, numa parceria com a editora
Perspectiva. Outro exemplo são os Cadernos da Terceira Idade
atualmente Revista da Terceira Idade , cuja primeira
edição data de 1977, tempo em que o tema era pouco debatido.
Depois de quase seis décadas, a produção editorial
da instituição constitui sólida e variada biblioteca.
E boa parte dela poderá ser encontrada na 19ª Bienal Internacional
do Livro de São Paulo (veja boxe Presença
garantida), um dos mais importantes eventos literários do país.
A ocasião marcará o lançamento do selo Sesc Publicações,
e o estande da instituição terá uma intensa programação,
com mesas de debate, encontro com autores e lançamentos de livros,
CDs e DVDs.
Revista
virou livro
Uma das novidades do estande fica por conta de seis novos volumes da Coleção
E, que se juntarão aos outros quinze já elaborados, desde
2002, em parceria com a Lazuli Editora. A coleção reflete
quase 12 anos de estrada da Revista E, e uma extensa gama de assuntos
narrados, discutidos e apurados. Em pouco mais de uma década de
existência, a publicação vem reunindo em suas páginas
nomes dos mais variados segmentos da sociedade, como médicos, escritores,
professores, cientistas, comerciários e artistas plásticos.
São vozes que legitimam a diversidade representada pela instituição.
As seções da revista habitualmente estão abertas
a personalidades de diferentes áreas. São pessoas que nem
sempre têm a oportunidade e os veículos para expressar essas
idéias e opiniões, diz Danilo Santos de Miranda, diretor
regional do Sesc São Paulo. Tanta variedade acabou por gerar um
banco de conteúdo absolutamente eclético e farto, com material
suficiente para reflexão sobre uma série de assuntos. Por
meio de iniciativas como essa fazemos circular os produtos e criações
culturais para uma maior quantidade de pessoas, explica o diretor.

Uma
pitada a mais
Além de criar uma nova organização para o conteúdo
da revista, e aumentar seu o alcance uma vez que todos os livros
estão à venda nas unidades do Sesc São Paulo e nas
livrarias de todo o país , a Coleção E tem
sido adotada em diversos colégios brasileiros e já conquistou
leitores na Argentina, Estados Unidos e França. Além dos
nomes que podem ser encontrados nas páginas da coleção,
outro punhado de ilustres colaboradores apresentando as obras agrega valor
ao formato. Prefaciar um livro significa fazer um mergulho profundo
e íntimo no universo do autor, mantendo, se possível, uma
conivência com o tema, explica o escritor Lauro César
Muniz, prefaciador de Arena, Oficina, Anchieta e Outros Palcos.
Com esse trabalho, tive o grande prazer de conviver com Marília
Pêra, Antonio Abujamra, Myrian Muniz, Antunes Filho, Guarnieri,
Renato Borghi, Tônia Carrero e Zé Celso, buscando na palavra
deles uma cumplicidade afetiva, que me remeteu a um papo imaginário,
gostoso, informal e por vezes abusado, com esses artistas privilegiados,
esclarece.
O professor de filosofia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
Roberto Romano é antigo colaborador da Revista E. Já contribuiu
com artigos, concedeu depoimentos e foi entrevistado para reportagens
da publicação. Sua mais recente participação
foi, no entanto, o texto de introdução a Realidade ou
Utopia Questões de Educação. A coletânea
reúne temas e problemas que desafiam a vida ética, moral,
política dos nossos conterrâneos, diz Romano. Ao
mesmo tempo que levantam dúvidas, os competentes autores convidados
indicam caminhos para a solução de muitos dilemas,
afirma. Funciona tal como o antigo preceito do poeta Lucrécio
[Titus Lucretius Carus, 98 a.C.-55 a.C.], no poema sobre a natureza
[Da Natureza da Coisas]: ministrar verdades amargas colocando mel na borda
do copo.
Para o escritor e jornalista José Castello, responsável
pela apresentação do volume de contos Álbum de
Fotos, coletânea de contos de autoras brasileiras de expressão,
esses livros dão sobrevida a conteúdos antes sujeitos ao
inevitável prazo de validade do que é publicado numa revista.
A Coleção E é importante, já que o livro
tem uma outra duração, uma outra força, diferente
da revista, por melhor que a revista seja, e é, diz. O
livro fixa a escrita, a perpetua, e os textos nele reunidos merecem essa
chance. Lauro César Muniz sintetiza o objetivo do Sesc São
Paulo com essa iniciativa: A Revista E capta. A Coleção
E enfatiza e pereniza os temas.
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veja boxe
Presença
garantida
Sesc São Paulo esquenta programação
de um dos mais importantes eventos literários do Brasil
Entre
os dias 9 e 19 de março, o pavilhão de exposições
do Anhembi vai borbulhar. Lá acontece a 19ª Bienal Internacional
do Livro de São Paulo, que deve reunir cerca de 320 expositores,
entre eles o Sesc São Paulo, que participa do evento com
o selo Sesc Publicações, que não só
traz livros como também DVDs e CDs entre eles a trilha
do espetáculo Milágrimas, de Ivaldo Bertazzo.
Ao todo, estarão disponíveis 51 títulos editados
pela instituição em parceria com outras editoras,
como a Perspectiva, com a qual foi lançado, em 2003, o Dicionário
Sesc A Linguagem da Cultura, de Newton Cunha (foto à
esquerda). A programação contará, ainda, com
a presença do diretor de teatro Antunes Filho, um dos convidados
para as discussões sobre dramaturgia. Leitores interessados
no tema podem adquirir o livro Círculo de Dramaturgia
Volume 1, editado pelo Sesc e organizado pelo próprio
Antunes. A publicação traz textos produzidos nos encontros
do Círculo de Dramaturgia do Centro de Pesquisa Teatral (CPT)
do Sesc São Paulo, coordenado pelo diretor, na unidade Consolação,
desde 1982. Outras novidades ficarão por conta do lançamento
de Fiteiro Cultural, da artista plástica Fabiana Barros,
e Na Trilha de Macunaíma, de Célio Turino.
A Coleção E também esquentará
a programação do Sesc São Paulo na bienal,
com mais seis novos títulos: Álbum de Fotos,
coletânea de contos escritos por autoras como Adriana Falcão,
Ivana Arruda Leite e Márcia Denser; Realidade ou Utopia
Questões de Educação, combinação
de artigos sobre o tema; Arena, Oficina, Anchieta e Outros Palcos,
reunião
de entrevistas com grandes nomes dos palcos brasileiros, como Antunes
Filho, Renato Borghi, Marília Pêra, Tônia Carrero
e Gianfrancesco Guarnieri; Olhares Plásticos, conjunto
de entrevistas e depoimentos com artistas como Nelson Leirner e
Maria Bonomi; Mocinhos e Bandidos (foto à direita),
série de artigos sobre o controle do conteúdo televisivo
e a qualidade de sua programação; e Livro de Idéias,
no qual o leitor encontra a palavra de destacados pensadores brasileiros
sobre a área em que atuam. Para mais informações
sobre a participação do Sesc São Paulo na bienal,
vá para a página de abertura do Portal.
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