São
Paulo de todos nós
Uma cidade como São Paulo tem como marco predominante de sua identidade
o fato de ditar o ritmo da economia nacional. Mas também é
o retrato de um Brasil cosmopolita, de diversas etnias, religiões
e culturas. Essa multiplicidade de paisagens humanas reveste a vida paulistana
com uma diversidade étnica e cultural, comparável à
de outras metrópoles mundiais.
São características como essas que marcam o enorme potencial
que a urbe oferece para gerar um caldo cultural propenso a aglutinar e
sedimentar laços comunitários, romper fronteiras locais
e gerar demandas renovadas de adesões e interesses de toda a ordem,
sejam eles econômicos ou culturais, nesse dinamismo peculiar que
a cidade deve buscar a resolução de suas enormes demandas.
A deterioração do espaço físico, a ocupação
desordenada de algumas regiões pelo comércio informal, a
segurança e os bolsões de pobreza são alguns dos
problemas que transformaram a vida na cidade em fator de exclusão
social e baixa qualidade de vida, hostil ao cidadão e aos investimentos.
Iniciativas recentes que vão de encontro à requalificação
da região central, promovidas pelo poder público e por diversas
instituições, são exemplos de que parcerias para
a melhoria da cidade devem ser praticadas em larga escala. O Sesc atualmente,
entidade criada e mantida pelo empresariado do comércio e serviços,
ergue um complexo cultural e de lazer capaz de ressignificar uma das regiões
mais deterioradas da cidade.
Mas para que os investimentos na melhoria da cidade sejam mais sistemáticos
é necessário, por exemplo, rever entraves que dificultam
o investimento, criando incentivos e outras formas de estímulo
ao empreendedor privado. Não há como recuperar a cidade
para o cidadão sem a participação de todos os segmentos
da sociedade. A cidade, em 450 anos de existência, foi construída
assim. É assim, também, que pode ser resgatada.
Abram Szajman
Presidente do Conselho Regional do Sesc no Estado de São Paulo
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