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Dossiê

O Diabo e o Bom Deus
Considerada uma das melhores peças de Jean Paul Sartre (1905-1980), O Diabo e o Bom Deus, dirigida por Eugênia Thereza de Andrade, em cartaz no Sesc Consolação, nunca havia sido encenada no Brasil, até estrear em novembro no Espaço Sesc, no Rio de Janeiro. A montagem marca o início da parceria cultural entre o Sesc São Paulo e o Sesc Rio no fomento à atividade teatral.
"A Filosofia aparece a alguns como um meio homogêneo: os pensamentos nascem nele, morrem nele, os sistemas nele se edificam para nele desmoronar. Outros consideram-na como certa atitude cuja adoção estaria sempre ao alcance de nossa liberdade. Outros ainda, como um setor determinado da cultura. A nosso ver, a Filosofia não existe; sob qualquer forma que a consideremos, essa sombra da ciência, essa eminência parda da humanidade não passa de uma abstração hipostasiada."
Jean Paul Sartre, filósofo francês, autor de O Diabo e o Bom Deus, em cartaz no Sesc Consolação.

Um dia, Um Teatro
Em janeiro, o Sesc Ipiranga inaugurou o programa Um Dia, Um Teatro, cujo objetivo é apresentar diferentes estéticas e temas contemporâneos ao público adolescente. Os espetáculos ficaram por conta da Cia. Os Desequilibrados, dirigida por Ivan Sugahara, com a peça Assassinato em Série. "Mais que um espetáculo, trata-se de um jogo, o público se envolve na ação", explica Sugahara.

Coração Bazar
Coração Bazar, peça estrelada por Regina Duarte e dirigida por José Possi que estreou dia 17 de janeiro no Sesc Santo André, marca a volta da atriz aos palcos. O espetáculo é um monólogo em que Regina reúne textos de autores como Carlos Drummond de Andrade, Adélia Prado e Florbela Espanca. "A peça fala da vida, do amor, da paixão, da necessidade de conhecimento", explica a atriz.

A Cabeça
"Meu teatro era mais condescendente. Talvez eu tivesse medo de colocar no palco meus fantasmas sem nenhum tipo de tapadeira. Por mais chocantes e duros que fossem."
Alcides Nogueira, autor de A Cabeça, em cartaz no Sesc Belenzinho, onde trata da ética na criação teatral

Descobridor dos sete mares
Eles ficaram famosos em 1994, quando voltaram ao Brasil depois de dez anos navegando ao redor do mundo. Vilfredo, Helena, Pierre, David, Wilhelm e Kat formam a família Schurmann, cuja experiência no mar tornou-se objeto de curiosidade. Como parte da programação do Sesc Verão 2004, Vilfredo e Heloísa estiveram no Sesc Santo André, onde falaram ao público sobre a importância da atividade física na relação com o ambiente.


Paulicéia de 450 anos



As unidades do Sesc fizeram seus cumprimentos à cidade de São Paulo pelo aniversário de 450 anos:

No dia 24 de janeiro, o Sesc Itaquera inaugurou a exposição Paulicéia 450 - uma maquete de 96 metros quadrados da cidade de São Paulo, com mais de 7 mil peças. A obra foi confeccionada por 720 jovens, sob a concepção artística de Gepp e Maia. Junto à exposição, também foram lançados o pôster caricato São Paulo - Os Caminhos da Natureza, desenhado por Gepp e Maia, e o Calendário Ecológico 2004, com imagens obtidas na coleta de dados para a produção da maquete.

No bairro de Santo Amaro, a unidade do Sesc organizou a exposição Os Cantos de São Paulo, em cartaz até o dia 28 de fevereiro, reunindo imagens da cidade captadas por seus próprios moradores. Foram selecionadas 450 fotos clicadas por fotógrafos amadores e profissionais. Paralela à mostra, a programação do evento tem ainda instalações de expositores de mapas cartográficos e cabines específicas para que os freqüentadores possam gravar depoimentos a respeito da cidade.

"(...) A câmera na mão dos cidadãos, proposta nesta exposição, nos dá outra resposta a esta pergunta. É outra a São Paulo tecida pelo olhar e ação de seus moradores, uma cidade que se repensa e ousa desejar transformar sua potência de conquista individual em potência de criação coletiva, em força democrática de coesão. Para uma cidade, 450 anos é ainda uma tenra infância (...)"
Nicolau Sevcenko, escritor e professor, sobre a exposição Cantos de São Paulo, em cartaz no Sesc Santo Amaro.

No Sesc Pompéia, a exposição Uma Viagem de 450 anos, com curadoria de Radha Abramo, foi inaugurada em 20 de janeiro e fica em cartaz até 14 de março. As obras foram confeccionadas por 450 artistas a partir de malas de chapas de madeira distribuídas por um cenário que reproduz o convés de um navio e de carrocerias de caminhões, rememorando a origem dos paulistanos.

No Sesc Ipiranga a festa ficou por conta dos shows Sampa 450, uma programação especial de música que reuniu rappers, a Orquestra de Câmara Villa Lobos e os músicos Magali Géara, o clarinetista Jotagê e o violonista Zé Roberto em apresentações na área de convivência da unidade.

O Colóquio São Paulo 450 Paris, realizado no Sesc Vila Mariana de 26 a 28 de janeiro, buscou fortalecer o intercâmbio entre intelectuais, arquitetos, especialistas em políticas urbanas e artistas das duas metrópoles. Organizado em parceria com as prefeituras de São Paulo e da capital francesa, o evento propôs uma reflexão conjunta sobre o futuro das duas cidades. A segunda parte dessa empreitada acontecerá nos dias 3 e 4 de maio, em Paris, na Maison de l'Amérique Latine.

"São Paulo comporta enormes diferenças sociais, culturais, econômicas, repete em sua configuração geral o padrão de muitas cidades do Terceiro Mundo, convive com uma superpopulação de baixíssima renda, exibe a arrogância da classe dominante que luta como pode para manter um padrão primeiro-mundista, identificado com paisagens nova-iorquinas ou parisienses."
Edgard de Assis Carvalho, participante do Colóquio São Paulo 450 Paris, no Sesc Vila Mariana.

No Sesc Pinheiros, a programação do evento Paulicéia - Poetas e Músicos Cantam a Cidade reuniu cantores e compositores, como Zé Miguel Wisnick e Arrigo Barnabé (foto). Já o ator Elias Andreato declamou poemas de Mário de Andrade, Oswald de Andrade e dos irmãos Haroldo e Augusto Campos.