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Nos jogos da Copa do Mundo, quando o foco das câmeras é deslocado dos jogadores para as arquibancadas, o espetáculo prossegue em fina sintonia. Os torcedores, flagrados em instantes de espontaneidade pura, perpassam aos bilhões de espectadores a multiplicidade étnica mundial. Jamaicanos dançando reggae, japoneses em reverência ou os irreverentes escoceses erguendo, desafiantes, seus kilts.

Por mais de 30 dias, graças ao encurtamento das distâncias, fruto do avanço tecnológico e do dinamismo das informações, representantes de 32 países se encontram (quase sempre) festivamente nos estádios franceses.

Eventos da proporção da Copa do Mundo proporcionam uma oportunidade imperdível para que as diferenças culturais, derivadas das tantas etnias, se estreitem sem detrimento do país menos afortunado economicamente. O diálogo constante entre os povos permite que o choque entre duas culturas por vezes até conflitantes não cause abalos predatórios.

Nos dias atuais, engana-se quem acredita ter conhecimento pleno de como as pessoas criam, fazem ou pensam do outro lado do mundo. As disparidades étnicas, culturais e religiosas, apesar do já referido encurtamento das distâncias, ainda encontram segredos muito bem selados.

A exemplo da Copa do Mundo, o intercâmbio de experiências num mundo que se diz globalizado é essencial para aplacar a ignorância, sentimento que carrega a causa das guerras e da intolerância. Se os países tivessem oportunidade de conhecer culturas diversas, sem dúvida passariam a respeitar mais a individualidade alheia. O contato benfazejo entre povos tão distintos derruba estereótipos e reforça a cidadania.

No Brasil, a pluralidade cultural, já absolutamente marcante devido a influência de raças variadas, tem nos institutos internacionais de produção cultural a possibilidade de se corresponder com outros países. São esses institutos o tema da matéria de capa deste mês, que mostra como eles organizam, produzem e gerenciam essa confluência miscigenada.

Na esteira da Copa do Mundo, várias unidades do Sesc realizam uma vasta programação que tem no futebol o assunto principal. Uma exposição de artes plásticas com motivos futebolísticos suscitou a matéria É arte na rede... O esporte e o bem-estar são os objetivos principais do Dia do Desafio que mobiliza cidades do mundo inteiro, cujas prioridades são colocar o maior número de pessoas em atividade física. Em várias unidades da capital e do interior o desafio foi cumprido.

Na entrevista, o geógrafo Milton Santos fala sobre a importância de se usufruir do tempo livre e de como o lazer pode ser uma excelente fonte de empregos. O Em Pauta discute o binômio tecnologia e emprego em suas implicações neste fim de século.

Danilo Santos de Miranda
Diretor Departamento Regional do SESC-SP