Amazônia
br
Promover
e ampliar as iniciativas bem sucedidas colocadas em prática na
região amazônica e renovar a discussão sobre seu meio
ambiente e população são os objetivos do projeto
Amazônia br, realizado pela ONG Saúde e Alegria, em parceria
com o Sesc São Paulo. O evento possui o conteúdo mais abrangente
já elaborado a respeito do tema, incluindo a presença de
seis etnias indígenas, cerca de setenta conferencistas, quatorze
oficinas e vinte atrações musicais. O projeto reúne
ainda profissionais de destaque nas áreas de design, moda e artes
plásticas, além de trabalhos ligados à literatura,
fotografia, cinema e internet. Inaugurado em meados de julho, o Amazônia
br segue até o dia 18 de agosto no Sesc Pompéia. Confira
a programação no Em Cartaz desta edição.
É preciso colocar a Amazônia na agenda de responsabilidade
social do Brasil, uma vez que os problemas decorrentes da falta de condições
econômicas são os geradores de boa parte das questões
ambientais
Eugênio Scannavino Neto, fundador da ONG Saúde e Alegria
Reflexão
e utopia
O antigo
prédio da Mesbla no centro da capital, adquirido pelo Sesc São
Paulo para abrigar mais uma de suas unidades, o Sesc 24 de Maio - ainda
em reforma -, abriu suas portas para uma instalação coletiva
coordenada pela artista multimídia suíça Penélope
Wehrli. A intenção do projeto, denominado Ilhas de Reflexão
e Utopia, foi discutir a interferência da cenografia sobre a percepção
da metrópole, propondo a criação de um espaço
de encontro e discussão sobre as questões que se colocam
na cidade. A instalação sonora foi fruto de uma oficina
coordenada por Penélope junto a quinze jovens artistas brasileiros.
World
Press Photo
O Sesc
Vila Mariana recebeu em julho uma exposição fotográfica
promovida pela Fundação World Press Photo. Fundada nos Países
Baixos em 1955, a organização tem como objetivo apoiar e
promover o trabalho de fotojornalistas em todo o mundo através
de concursos e projetos educacionais. As sessenta fotos exibidas na Praça
de Eventos da unidade fazem parte das 120 selecionadas no concurso 2001
da Fundação. As obras, premiadas nos mais importantes concursos
anuais do gênero, continuarão sendo apresentadas em diversos
países de todo o mundo.
Lunário
Perpétuo
Em
2002, Antônio Nóbrega completa trinta anos de carreira. E
para comemorar o acontecimento, o Sesc Pompéia promoveu o projeto
Lunário Perpétuo. Além do lançamento de seu
mais novo disco, o evento trouxe ainda exposições de artistas
ligados a Nóbrega, como Eveline Borges e Dantas Suassuna, uma aula-espetáculo
com o escritor paraibano Ariano Suassuna e palestras com o mestre-luthier
Saulo Dantas-Barreto e com a professora francesa Idelette Muzart (leia
depoimento à página 32). Ao longo desses trinta anos
criei espetáculos que invariavelmente procuraram refletir e traduzir
as singularidades do meu país, ou, como prefiro dizer, a alma coletiva
do Brasil, conta Nóbrega. Por que assim o fiz, verdadeiramente
não sei. O que sinto é um impulso a criar em consonância
com o que o povo brasileiro criou ao longo de sua imensa trajetória.
É dentro da unidade de nossa diversidade que habita o coração
do povo que somos
Antônio Nóbrega
Vozes
do Brasil
A jornalista Patrícia Palumbo lançou em julho, no Sesc Vila
Mariana, o livro Vozes do Brasil, reunindo depoimentos inéditos
de treze representantes do atual universo musical brasileiro. Além
do lançamento, o teatro da unidade recebeu, durante quatro dias,
espetáculos de alguns dos artistas retratados, como Arnaldo Antunes,
Luiz Melodia, Paulinho Moska e Rita Ribeiro. O livro, que já se
encontra nas livrarias, tem orelha escrita pela pesquisadora Maria Luiza
Kfouri e prefácio de Tom Zé. Com a leitura, podemos
compartilhar desde os processos criativos até as manias desses
nossos contemporâneos poetas, estetas, pensadores, músicos,
afirma Patrícia. Este livro não esgota o tema, não
pretende nem poderia fazê-lo. Apenas abre, de leve, o imenso leque
que é nossa música.
Semana
do Hip Hop
O Sesc
Consolação abrigou, em julho, mais de trinta apresentações
de dança e música dentro da programação da
Semana da Cultura Hip Hop - evento do Circuito Vila Buarque de Educação
e Cultura, uma articulação envolvendo mais de vinte organizações
do bairro localizado na região central de São Paulo. O evento
pretendeu demonstrar a importância do hip hop como manifestação
artística, resistência cultural e como instrumento de conscientização
e mobilização social. Além dos espetáculos,
foram realizados também debates, exposições, mostra
de vídeos e oficinas em outras cinco instituições
da Vila Buarque.
Comilança
A programação de julho do Sesc Araraquara ofereceu um variado
cardápio de atrações culturais tendo a comida como
tema. Além de festivais gastronômicos acompanhados de boa
música, o projeto Comilança promoveu apresentações
teatrais, mesas-redondas, oficinas, mostra de vídeos e palestras.
Entre as atrações, um bate-papo com o crítico gastronômico
Josimar Melo; oficinas de culinária baiana e alimentação
natural; os espetáculos Mistérios gulosos, do Parlapatões
Patifes e Paspalhões, e A la carte, da La Mínima, e as apresentações
musicais de Renato Borghetti e de Dona Ivone Lara, que ofereceu também
ao público uma suculenta feijoada.
Inclusão
digital
O Diretor Regional do Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda,
participou, em junho passado, da 30ª Conferência Internacional
sobre Bem-Estar Social, em Roterdã, Holanda. Na mesa-redonda As
Novas Tecnologias e a Internet: Instrumentos para a Democracia, apresentou
a experiência da Internet Livre, projeto implantado no Sesc-SP há
um ano e que hoje engloba dez unidades no estado de São Paulo,
atingindo a marca de cerca de 1 milhão de pessoas atendidas.
Universo
Olímpico
O Sesc Itaquera apresenta até o final de dezembro o projeto Universo
Olímpico, fruto de uma parceria com o Comitê Olímpico
Brasileiro. A exposição traz uma série de painéis
com imagens, informações e curiosidades abordando a origem
e a evolução dos Jogos Olímpicos, exposições
fotográficas, atividades esportivas e bate-papos com personalidades.
Festival
de Rio Preto
Pelo
segundo ano consecutivo, o Sesc, em parceria com a prefeitura de São
José do Rio Preto, promoveu o Festival Internacional de Teatro.
Durante doze dias, a cidade do interior paulista tornou-se palco para
grupos nacionais e estrangeiros. Além dos teatros, o Festival tomou
as ruas, praças e espaços alternativos com mais de 160 apresentações.
Mesas-redondas, debates, exposições fotográficas,
intervenções e oficinas completaram a programação
do evento, que teve como inspiração Antonin Artaud e como
homenageado seu maior intérprete brasileiro, o ator Rubens Corrêa.
Entre os destaques da programação, os espetáculos
My Movements are Alone like Streetdogs e She Was and She Is (foto), Even,
de autoria do belga Jan Fabre, que também exibiu cinco de seus
filmes e lançou a revista internacional Janus.
Eu não concebo nenhuma obra separada da vida
Antonin Artaud, teatrólogo e ator francês, cujas idéias
serviram de inspiração para o Festival Internacional de
Teatro de Rio Preto
Derevo
A premiada
companhia russa Derevo voltou ao Brasil em julho para apresentar o espetáculo
Once... Love, Tears and Broken Hearts. Em 2000, o grupo havia apresentado
o aclamado Reflection, um solo com a atriz Tatiana Khabarova. Este ano,
além da participação no Festival Internacional de
Teatro de São José do Rio Preto, a companhia promoveu também,
no Teatro Sesc Anchieta, mais duas apresentações. Capitaneada
por Anton Adassinski, pupilo do clown russo Slava Polunin, Derevo foi
fundada em 1988 em São Petersburgo, e desde então já
se fixou em várias cidades européias, como Praga, Florença,
Amsterdã e Dresden. A companhia é conhecida por trabalhar
com uma linguagem própria, utilizando-se de técnicas do
teatro vivo, da commedia dellarte, da mímica, do butoh e
do clown.
Imagens
da Dança
A formação
de público para a dança contemporânea é uma
preocupação expressa em várias das atividades promovidas
pelo Sesc Consolação. Em julho, a unidade apostou mais uma
vez na aproximação dessa linguagem, mesclando entretenimento
à compreensão crítica desse universo. Além
de intervenções da Cia. 8 Nova Dança, sob direção
de Lu Favoreto, e da Cia. de Danças de Diadema, dirigida por Ivonice
Satie, o projeto Imagens da Dança promoveu espetáculos como
Uma Mulher Vestida de Sol: Romeu e Julieta, do Grupo Grial - uma adaptação
realizada por Ariano Suassuna sobre a obra de Willian Shakespeare - e
o especial com o diretor de teatro, dramaturgo, coreógrafo e artista
plástico belga Jan Fabre, incluindo a exibição de
cinco de seus curtas comentados pela professora Christine Greiner.
The
Field
Um
dos destaques da programação de julho do Sesc São
Paulo foi o espetáculo The Field, da companhia australiana Strange
Fruit. Além de se apresentar no Festival Internacional de Teatro
de São José do Rio Preto, promovido pelo Sesc em parceria
com a prefeitura da cidade, o grupo esteve ainda nas unidades do Belenzinho,
Carmo, Itaquera e Santo André. Nos últimos seis anos, os
australianos se apresentaram em dezenas de festivais internacionais, ocupando
um lugar de destaque no universo de teatro de rua. Nesse espetáculo
de contundente impacto visual, o elenco interpreta sobre mastros de mais
de quatro metros de altura, mesclando teatro, instalação,
circo e dança.
Ao optar por não usar a palavra, constatamos que a poesia
visual é realmente universal. É ela que nos socorre para
que possamos levar diversão e reflexão a culturas tão
distintas como as da América Latina, Europa, Ásia, América
do Norte e Austrália
Roderick Poole, diretor artístico da companhia Strange Fruit
Vai
Começar a Brincadeira
O circo foi o tema da programação de julho do Sesc Ipiranga.
Durante todo o mês, quem visitou a unidade teve a oportunidade de
conhecer alguns dos representantes da nova geração de artistas
circenses no projeto Vai Começar a Brincadeira. Além de
intervenções e oficinas de técnica circense, foram
apresentados dez espetáculos gratuitos, como Circus Nova Turnê,
da Cia. Cidade Muda; Palhaçadas, do grupo Fractons, e Cyrano de
Berinjela, da Cia. de Teatro Artesanal do Rio de Janeiro. Ainda dentro
da programação, o escritor paulista Nelson de Oliveira lançou
sua mais nova obra: O Leão que Achava que era Domador.
Mostra
Prata da Casa
O
Sesc Pompéia promoveu em julho a quinta edição da
mostra do projeto Prata da Casa, reunindo oito espetáculos apresentados
no primeiro semestre desse ano. Idealizado pela equipe de programação
da unidade, o projeto, sob curadoria do crítico musical Mauro Dias,
abre espaço, a cada semana, para que novos artistas apresentem
seus trabalhos. Ao longo dos anos de existência, o Sesc Pompéia
ganhou destaque no cenário da música popular, trazendo artistas
consagrados e abrindo espaço para os novatos. Já em
seu quarto ano de existência, o projeto Prata da Casa firmou-se
nacionalmente como o mais importante palco dedicado aos novos artistas,
afirma o curador. Entre os selecionados dessa edição, estiveram
a cantora Nô Estopa, a maranhense Flávia Bittencourt e o
guitarrista paulistano Chico Pinheiro (foto).
Frases
O Antonio Nóbrega dança como o Garrincha driblava
Ariano Suassuna, durante a apresentação do músico
pernambucano no Sesc Pompéia
O Festival
constitui intervalo de intensa criatividade e reflexão no panorama
das artes cênicas. Este ano, as homenagens a Artaud e a Ariano Suassuna
privilegiam estéticas distintas, ainda que fundamentais à
história do teatro, seja do ponto de vista universal, seja por
relacionar-se à cultura popular local
Danilo Santos de Miranda, durante a cerimônia de abertura
do Festival Internacional de Teatro de Rio Preto
O descontrole
do desenvolvimento industrial e urbano transformou o rio Tietê em
uma espécie de símbolo do desrespeito do homem pela natureza
Denis Ferraz, que promoveu a exposição fotográfica
Rio Tietê: Imagens que o Brasil não vê, no Sesc Itaquera
Já
fiz muitas peças aqui na Febem. Sou reincidente no teatro
Um dos integrantes do grupo teatral da Febem que apresentou, em
julho, no Sesc Ipiranga, o espetáculo Num Lugar de La Mancha
O teatro
me deu a oportunidade de desenvolver uma parte de mim que eu não
conhecia
Nelson Ballarini, ator de Ouvindo Avós, do grupo de terceira
idade do Sesc Santos
Os doentes mentais são como beija-flores. Nunca pousam.
Estão sempre a dois metros do chão
Arthur Bispo do Rosário (1911-1989), na exposição
promovida, no Sesc Rio Preto, pelo museu carioca que leva seu nome
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