Fechar X

Dossiê

Postado em 01/08/2002

Amazônia br
Promover e ampliar as iniciativas bem sucedidas colocadas em prática na região amazônica e renovar a discussão sobre seu meio ambiente e população são os objetivos do projeto Amazônia br, realizado pela ONG Saúde e Alegria, em parceria com o Sesc São Paulo. O evento possui o conteúdo mais abrangente já elaborado a respeito do tema, incluindo a presença de seis etnias indígenas, cerca de setenta conferencistas, quatorze oficinas e vinte atrações musicais. O projeto reúne ainda profissionais de destaque nas áreas de design, moda e artes plásticas, além de trabalhos ligados à literatura, fotografia, cinema e internet. Inaugurado em meados de julho, o Amazônia br segue até o dia 18 de agosto no Sesc Pompéia. Confira a programação no Em Cartaz desta edição.
“É preciso colocar a Amazônia na agenda de responsabilidade social do Brasil, uma vez que os problemas decorrentes da falta de condições econômicas são os geradores de boa parte das questões ambientais”
Eugênio Scannavino Neto, fundador da ONG Saúde e Alegria

Reflexão e utopia
O antigo prédio da Mesbla no centro da capital, adquirido pelo Sesc São Paulo para abrigar mais uma de suas unidades, o Sesc 24 de Maio - ainda em reforma -, abriu suas portas para uma instalação coletiva coordenada pela artista multimídia suíça Penélope Wehrli. A intenção do projeto, denominado Ilhas de Reflexão e Utopia, foi discutir a interferência da cenografia sobre a percepção da metrópole, propondo a criação de um espaço de encontro e discussão sobre as questões que se colocam na cidade. A instalação sonora foi fruto de uma oficina coordenada por Penélope junto a quinze jovens artistas brasileiros.

World Press Photo
O Sesc Vila Mariana recebeu em julho uma exposição fotográfica promovida pela Fundação World Press Photo. Fundada nos Países Baixos em 1955, a organização tem como objetivo apoiar e promover o trabalho de fotojornalistas em todo o mundo através de concursos e projetos educacionais. As sessenta fotos exibidas na Praça de Eventos da unidade fazem parte das 120 selecionadas no concurso 2001 da Fundação. As obras, premiadas nos mais importantes concursos anuais do gênero, continuarão sendo apresentadas em diversos países de todo o mundo.

 

Lunário Perpétuo
Em 2002, Antônio Nóbrega completa trinta anos de carreira. E para comemorar o acontecimento, o Sesc Pompéia promoveu o projeto Lunário Perpétuo. Além do lançamento de seu mais novo disco, o evento trouxe ainda exposições de artistas ligados a Nóbrega, como Eveline Borges e Dantas Suassuna, uma aula-espetáculo com o escritor paraibano Ariano Suassuna e palestras com o mestre-luthier Saulo Dantas-Barreto e com a professora francesa Idelette Muzart (leia depoimento à página 32). “Ao longo desses trinta anos criei espetáculos que invariavelmente procuraram refletir e traduzir as singularidades do meu país, ou, como prefiro dizer, a alma coletiva do Brasil”, conta Nóbrega. “Por que assim o fiz, verdadeiramente não sei. O que sinto é um impulso a criar em consonância com o que o povo brasileiro criou ao longo de sua imensa trajetória.”
“É dentro da unidade de nossa diversidade que habita o coração do povo que somos”
Antônio Nóbrega

Vozes do Brasil
A jornalista Patrícia Palumbo lançou em julho, no Sesc Vila Mariana, o livro Vozes do Brasil, reunindo depoimentos inéditos de treze representantes do atual universo musical brasileiro. Além do lançamento, o teatro da unidade recebeu, durante quatro dias, espetáculos de alguns dos artistas retratados, como Arnaldo Antunes, Luiz Melodia, Paulinho Moska e Rita Ribeiro. O livro, que já se encontra nas livrarias, tem orelha escrita pela pesquisadora Maria Luiza Kfouri e prefácio de Tom Zé. “Com a leitura, podemos compartilhar desde os processos criativos até as manias desses nossos contemporâneos poetas, estetas, pensadores, músicos”, afirma Patrícia. “Este livro não esgota o tema, não pretende nem poderia fazê-lo. Apenas abre, de leve, o imenso leque que é nossa música”.

Semana do Hip Hop
O Sesc Consolação abrigou, em julho, mais de trinta apresentações de dança e música dentro da programação da Semana da Cultura Hip Hop - evento do Circuito Vila Buarque de Educação e Cultura, uma articulação envolvendo mais de vinte organizações do bairro localizado na região central de São Paulo. O evento pretendeu demonstrar a importância do hip hop como manifestação artística, resistência cultural e como instrumento de conscientização e mobilização social. Além dos espetáculos, foram realizados também debates, exposições, mostra de vídeos e oficinas em outras cinco instituições da Vila Buarque.

Comilança
A programação de julho do Sesc Araraquara ofereceu um variado cardápio de atrações culturais tendo a comida como tema. Além de festivais gastronômicos acompanhados de boa música, o projeto Comilança promoveu apresentações teatrais, mesas-redondas, oficinas, mostra de vídeos e palestras. Entre as atrações, um bate-papo com o crítico gastronômico Josimar Melo; oficinas de culinária baiana e alimentação natural; os espetáculos Mistérios gulosos, do Parlapatões Patifes e Paspalhões, e A la carte, da La Mínima, e as apresentações musicais de Renato Borghetti e de Dona Ivone Lara, que ofereceu também ao público uma suculenta feijoada.

Inclusão digital
O Diretor Regional do Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda, participou, em junho passado, da 30ª Conferência Internacional sobre Bem-Estar Social, em Roterdã, Holanda. Na mesa-redonda As Novas Tecnologias e a Internet: Instrumentos para a Democracia, apresentou a experiência da Internet Livre, projeto implantado no Sesc-SP há um ano e que hoje engloba dez unidades no estado de São Paulo, atingindo a marca de cerca de 1 milhão de pessoas atendidas.

Universo Olímpico
O Sesc Itaquera apresenta até o final de dezembro o projeto Universo Olímpico, fruto de uma parceria com o Comitê Olímpico Brasileiro. A exposição traz uma série de painéis com imagens, informações e curiosidades abordando a origem e a evolução dos Jogos Olímpicos, exposições fotográficas, atividades esportivas e bate-papos com personalidades.

Festival de Rio Preto
Pelo segundo ano consecutivo, o Sesc, em parceria com a prefeitura de São José do Rio Preto, promoveu o Festival Internacional de Teatro. Durante doze dias, a cidade do interior paulista tornou-se palco para grupos nacionais e estrangeiros. Além dos teatros, o Festival tomou as ruas, praças e espaços alternativos com mais de 160 apresentações. Mesas-redondas, debates, exposições fotográficas, intervenções e oficinas completaram a programação do evento, que teve como inspiração Antonin Artaud e como homenageado seu maior intérprete brasileiro, o ator Rubens Corrêa. Entre os destaques da programação, os espetáculos My Movements are Alone like Streetdogs e She Was and She Is (foto), Even, de autoria do belga Jan Fabre, que também exibiu cinco de seus filmes e lançou a revista internacional Janus.
“Eu não concebo nenhuma obra separada da vida”
Antonin Artaud, teatrólogo e ator francês, cujas idéias serviram de inspiração para o Festival Internacional de Teatro de Rio Preto

Derevo
A premiada companhia russa Derevo voltou ao Brasil em julho para apresentar o espetáculo Once... Love, Tears and Broken Hearts. Em 2000, o grupo havia apresentado o aclamado Reflection, um solo com a atriz Tatiana Khabarova. Este ano, além da participação no Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto, a companhia promoveu também, no Teatro Sesc Anchieta, mais duas apresentações. Capitaneada por Anton Adassinski, pupilo do clown russo Slava Polunin, Derevo foi fundada em 1988 em São Petersburgo, e desde então já se fixou em várias cidades européias, como Praga, Florença, Amsterdã e Dresden. A companhia é conhecida por trabalhar com uma linguagem própria, utilizando-se de técnicas do teatro vivo, da commedia dell’arte, da mímica, do butoh e do clown.

Imagens da Dança
A formação de público para a dança contemporânea é uma preocupação expressa em várias das atividades promovidas pelo Sesc Consolação. Em julho, a unidade apostou mais uma vez na aproximação dessa linguagem, mesclando entretenimento à compreensão crítica desse universo. Além de intervenções da Cia. 8 Nova Dança, sob direção de Lu Favoreto, e da Cia. de Danças de Diadema, dirigida por Ivonice Satie, o projeto Imagens da Dança promoveu espetáculos como Uma Mulher Vestida de Sol: Romeu e Julieta, do Grupo Grial - uma adaptação realizada por Ariano Suassuna sobre a obra de Willian Shakespeare - e o especial com o diretor de teatro, dramaturgo, coreógrafo e artista plástico belga Jan Fabre, incluindo a exibição de cinco de seus curtas comentados pela professora Christine Greiner.

The Field
Um dos destaques da programação de julho do Sesc São Paulo foi o espetáculo The Field, da companhia australiana Strange Fruit. Além de se apresentar no Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto, promovido pelo Sesc em parceria com a prefeitura da cidade, o grupo esteve ainda nas unidades do Belenzinho, Carmo, Itaquera e Santo André. Nos últimos seis anos, os australianos se apresentaram em dezenas de festivais internacionais, ocupando um lugar de destaque no universo de teatro de rua. Nesse espetáculo de contundente impacto visual, o elenco interpreta sobre mastros de mais de quatro metros de altura, mesclando teatro, instalação, circo e dança.
“Ao optar por não usar a palavra, constatamos que a poesia visual é realmente universal. É ela que nos socorre para que possamos levar diversão e reflexão a culturas tão distintas como as da América Latina, Europa, Ásia, América do Norte e Austrália”
Roderick Poole, diretor artístico da companhia Strange Fruit

Vai Começar a Brincadeira
O circo foi o tema da programação de julho do Sesc Ipiranga. Durante todo o mês, quem visitou a unidade teve a oportunidade de conhecer alguns dos representantes da nova geração de artistas circenses no projeto Vai Começar a Brincadeira. Além de intervenções e oficinas de técnica circense, foram apresentados dez espetáculos gratuitos, como Circus Nova Turnê, da Cia. Cidade Muda; Palhaçadas, do grupo Fractons, e Cyrano de Berinjela, da Cia. de Teatro Artesanal do Rio de Janeiro. Ainda dentro da programação, o escritor paulista Nelson de Oliveira lançou sua mais nova obra: O Leão que Achava que era Domador.

Mostra Prata da Casa
O Sesc Pompéia promoveu em julho a quinta edição da mostra do projeto Prata da Casa, reunindo oito espetáculos apresentados no primeiro semestre desse ano. Idealizado pela equipe de programação da unidade, o projeto, sob curadoria do crítico musical Mauro Dias, abre espaço, a cada semana, para que novos artistas apresentem seus trabalhos. Ao longo dos anos de existência, o Sesc Pompéia ganhou destaque no cenário da música popular, trazendo artistas consagrados e abrindo espaço para os novatos. “Já em seu quarto ano de existência, o projeto Prata da Casa firmou-se nacionalmente como o mais importante palco dedicado aos novos artistas”, afirma o curador. Entre os selecionados dessa edição, estiveram a cantora Nô Estopa, a maranhense Flávia Bittencourt e o guitarrista paulistano Chico Pinheiro (foto).


Frases


“O Antonio Nóbrega dança como o Garrincha driblava”

Ariano Suassuna, durante a apresentação do músico pernambucano no Sesc Pompéia

“O Festival constitui intervalo de intensa criatividade e reflexão no panorama das artes cênicas. Este ano, as homenagens a Artaud e a Ariano Suassuna privilegiam estéticas distintas, ainda que fundamentais à história do teatro, seja do ponto de vista universal, seja por relacionar-se à cultura popular local”
Danilo Santos de Miranda, durante a cerimônia de abertura do Festival Internacional de Teatro de Rio Preto

“O descontrole do desenvolvimento industrial e urbano transformou o rio Tietê em uma espécie de símbolo do desrespeito do homem pela natureza”
Denis Ferraz, que promoveu a exposição fotográfica Rio Tietê: Imagens que o Brasil não vê, no Sesc Itaquera

“Já fiz muitas peças aqui na Febem. Sou reincidente no teatro”
Um dos integrantes do grupo teatral da Febem que apresentou, em julho, no Sesc Ipiranga, o espetáculo Num Lugar de La Mancha

“O teatro me deu a oportunidade de desenvolver uma parte de mim que eu não conhecia”
Nelson Ballarini, ator de Ouvindo Avós, do grupo de terceira idade do Sesc Santos

“Os doentes mentais são como beija-flores. Nunca pousam. Estão sempre a dois metros do chão”
Arthur Bispo do Rosário (1911-1989), na exposição promovida, no Sesc Rio Preto, pelo museu carioca que leva seu nome


Escolha uma rede social

  • E-mail
  • Facebook
  • Twitter

adicionar Separe os e-mails com vírgula (,).

    Você tem 400 caracteres. (Limite: 400)